Chuvas

Temporal causa estrago e prejuízo em São Luís

Durante três horas, a cidade foi atingida por uma forte chuva, na madraguda de ontem, provocando estragos e desabamentos de casas.

Kaysterly de Oliveira/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h58

SÃO LUÍS - Com a forte chuva de aproximadamente três horas de duração, que desabou sobre a cidade de São Luís, durante o início da madrugada de sábado(13), um muro de contenção de um terreno na Areinha caiu e soterrou quintais de nove casas na Rua Projetada. Não houve vítimas. Ontem pela manhã, o local de desabamento foi interditado pela Defesa Civil Estadual. O engenheiro Clóvis Souza Filho, da Defesa Civil Estadual, esteve no local para fazer levantamento técnico, colher depoimentos de vizinhos e histórico da região para relatório das causas que provocaram o desabamento. O relatório sairá na semana que vem.

De acordo com vizinhos, o motivo teria sido a construção do muro de contenção do terreno de aproximadamente 20 x 20 metros. Antes, o terreno era declinado e o muro foi construído no ano passado e aterrado para deixar a área plana. No primeiro inverno, a contenção não suportou a força da água e veio a desabar parcialmente, deixando apenas uma ponta do muro, mas com indícios de rachadura. “Podemos afirmar a olho nu que o restante desse muro vai desabar a qualquer momento. Não há condições da família que mora na casa que fica abaixo permanecer aqui”, assegurou o engenheiro Clóvis Souza Filho.

Desabamento - Era aproximadamente uma hora da manhã quando o borracheiro William Bezerra se espantou pelo barulho do telhado desabando. Ele estava em casa dormindo com esposa e a filha de dois anos. “Foi tudo muito rápido. Só deu tempo de me jogar por cima da minha filha para protegê-la”, disse. O borracheiro teve pequenos ferimentos nos braços que ganhou quando tentava sair dos escombros. A cama em que estava ficou coberta por destroços do telhado. Da casa, não restou nenhum compartimento intacto.

O quintal da casa onde mora o pasteleiro Edgar de Mesquita foi todo soterrado. Era nos fundos da casa que ele garantia o sustento da família com a pastelaria. Todas as máquinas foram soterradas, o que equivale a aproximadamente a um prejuízo de R$ 10 mil. “Não sei o que fazer, é daí que tiro o ‘ganha-pão’ da minha casa. Moro aqui há mais de 16 anos e é a primeira vez que acontece uma tragédia dessas”, desabafou.

A secretária Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) esteve no local atingido para uma avaliação da situação. De acordo com ela, será realizado um acompanhamento das famílias para ver o que irão precisar. A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) vai avaliar, juntamente com a Defesa Civil Municipal, quais as casas que não podem ser mais habitadas, em virtude da possibilidade de um novo desabamento. “A Semcas vai garantir a essas famílias que não têm onde morar o aluguel social e alimentação. Também será feito um acompanhamento psicológico porque não é fácil acordar e de repente ver que se perdeu tudo em casa”, disse a secretária.

O proprietário do terreno que desabou, Joel Cruz, abalado com a situação, não compareceu ao local. O irmão, Geziel Cruz, que respondia por ele, conversou com moradores das casas atingidas e com a Semcas para garantir ajuda no que for necessário. “Não sabíamos do risco de desabamento, todos pensávamos que o terreno estivesse seguro depois de construído o muro de contenção. Depois desse caso grave, o que podemos fazer é dar toda a assistência necessária aos atingidos, como aluguel e auxílio de alimentos”, assegurou Geziel Cruz.

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