Urna eletrônica

TSE premia hackers que testaram segurança

Diego Abreu/ G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h04

BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) premiou ontem (20) os hackers que contribuíram com as sugestões mais relevantes para o aprimoramento do sistema eleitoral brasileiro. Ao longo da semana passada, 37 “investigadores”, como são chamados pelo TSE, participaram dos testes de segurança das urnas eletrônicas.

O especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas, de 35 anos, conquistou o primeiro lugar e recebeu uma premiação de R$ 5 mil. Em seu plano de ação, Freitas conseguiu captar interferências eletromagnéticas dos teclados da urna eletrônica, por meio do uso de aparelhos de rádio AM/FM.

“Em frequências FM, ao digitar [no teclado da urna] era possível detectar interferências com o aparelho a uma distância de 5 a 10 centímetros da urna”, explicou. A partir da captação dos sinais, em tese seria possível detectar o voto do eleitor, pois, segundo Freitas, cada tecla tem um som específico. No entanto, ele classificou como muito improvável a possibilidade de violação do sigilo do voto do eleitor no dia de uma eleição, pois seria inviável captar interferências nas seções eleitorais.

O segundo lugar foi para a equipe da Controladoria-Geral da União (CGU), que recebeu R$ 3 mil, e o terceiro, para o grupo da Cáritas Informática, empresa privada de auditoria, que levou R$ 2 mil. A equipe conseguiu lacrar o envelope que guarda a “flash memory” da urna eletrônica sem deixar qualquer vestígio. A sugestão servirá, segundo o TSE, para aprimorar o lacre.

O vice-presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, avisou que, apesar de a urna ter se mostrado segura, “os pontos que aparentemente mostraram uma certa debilidade” serão fortalecidos.

“O sistema demonstrou ser absolutamente seguro porque foi testado por pessoas do mais alto gabarito técnico de todo o Brasil. Teremos a eleição de 2010 com a mais absoluta normalidade e tranqüilidade”, garantiu.

Já o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, destacou que a confiabilidade do sistema eletrônico se revela um fiador da própria legitimidade do processo eleitoral. “A urna eletrônica é fiel ao voto do eleitor”, disse. Britto citou ainda o fato de o Brasil ser o primeiro país a abrir seu sistema eleitoral para testes públicos.

“Às vezes o inusitado, o extraordinário se passa sob as nossas vistas e a gente não percebe. Que país do mundo entregaria seu sistema eletrônico de votação e submeteria a um teste público de segurança? Colocaria todo o seu sistema eletrônico de votação ao dispor de investigadores para ataques?”

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