Política

Veja deturpa gravação sobre esquema de Aderson Lago

Edição da revista Veja repete a farsa de O Estado de São Paulo de quarta-feira.

O Esatdo

Atualizada em 27/03/2022 às 13h13

SÃO LUÍS - A edição da revista Veja que chega às bancas nesta segunda-feira (27) repete a farsa de O Estado de São Paulo de quarta-feira passada, que tenta transformar em factóide contra o empresário Fernando Sarney e o deputado federal Sarney Filho (PV) um dos maiores escândalos dos governos corruptos de José Reinaldo Tavares (PSB) e Jackson Lago (PDT).

Trata-se de uma conversa telefônica do dia 26 de março de 2008, entre os filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), sobre documentos comprometedores contra Aderson Lago (PSDB), que foi candidato laranja ao Governo do Estado no esquema que fraudou as eleições. Ele é apontado como beneficiário de desvios de recursos da Saúde, via Prefeituras de Caxias, com o prefeito Humberto Coutinho (PDT), e de Mata Roma, do então prefeito Lauro Graxal (PDT).

Ultimamente, os jornalistas de Veja, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo tem feito pelo menos 50 ligações telefônicas diárias paras pessoas ligadas à família Sarney, para "apurarem" informações sobre os escândalos que vão sendo gerados a partir, segundo eles, de grampos feitos pela Polícia Federal. Mas para dar o aproveitamento que lhes convêm sobre a conversa entre Fernando e Sarney Filho, não se comunicaram com ninguém.

No dia 26 de março do ano passado, data da conversa gravada entre Fernando e Sarney Filho, já era público que a Polícia Federal fazia grampos contra o empresário. O deputado federal buscava maiores informações sobre as descobertas contra Aderson Lago. Por precaução, referiu-se "àquele caso aí do Maranhão".

As publicações sulistas editam a transcrição do diálogo valorizando os termos "cinco milhões", "novecentos mil", "notas frias" e "quente" para dar ao factóide teor máximo de sensacionalismo. O significado desses termos gravados no diálogo é solidamente traduzido em documentos colhidos por O Estado do Maranhão através de contatos com quem cuidava da contabilidade criminosa de Aderson Lago.

As cifras seriam o "cachê" de Aderson Lago para ser "laranja" no pleito de 2006. Os manuscritos do contador admitiam os "cinco milhões", explicavam o repasse de R$ 3.400.000,00 e revelavam que, em depósitos bancários na conta da empresa Ópera Prima, foram "+ 900.000,00", ou seja, mais de R$ 900 mil. Num documento bancário, o próprio Aderson Lago escreve "963.931,50", que era a quantia em reais até então depositada na conta da Ópera Prima, de propriedade do seu filho.

Documentos - Os termos "notas frias" e "quente" também são explicados com documentos: "notas frias" eram as notas fiscais emitidas pela P.R.Cardoso contra a Prefeitura de Caxias para justificar um saque de mais de R$ 500 mil, e "quente" significava dizer que o caso esta respaldado por documentos originais.

Apesar de esclarecimentos feitos pelos advogados de Sarney Filho a O Estado de São Paulo, publicado ainda na quinta-feira, Veja dá ao "factóide" tratamento de grande descoberta jornalística contra vítimas de sua atual campanha de difamação, e poupa o verdadeiro culpado, o tucano Aderson Lago, partidário de José Serra (PSDB), visto como motivador dos ataques a José Sarney.

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