SÃO PAULO - A nova queda da taxa básica de juros (Selic), que passou a ser de 8,75% ao ano com a decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de cortar a Selic em 0,50 ponto porcentual, deixou a poupança ainda mais competitiva em relação aos fundos de renda fixa e, principalmente, de depósitos interfinanceiros (DI). Nas contas do administrador de investimentos Fábio Colombo, para igualar o rendimento da poupança, um fundo DI deve cobrar uma taxa de administração máxima de 1% ao ano, considerando uma alíquota de Imposto de Renda (IR) de 22,5% (adotada para investimentos até 6 meses).
Na alíquota de 15% (válida para aplicações a partir de dois anos), a taxa de administração máxima sobe para 2%. Colombo ressalta que o cálculo é feito com base nas taxas médias dos fundos dessa categoria. “O cenário está ficando mais apertado (para a indústria de fundos)”, comentou Colombo. Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), a taxa de administração média dos fundos DI voltados ao público de varejo era de 1,49% em maio. Nos fundos de renda fixa, de 1,13%.
Por lei, a poupança tem de render ao menos 0,5% ao mês, o que resulta em um ganho anual - livre de impostos - de 6%. Os fundos DI e de renda fixa, que acompanham a evolução da Selic, passam, agora, a ter rentabilidade bruta na casa de 8,75% ao ano. Desse porcentual, no entanto, é preciso descontar o IR e a taxa de administração.
Com medo de uma forte migração para a poupança, o governo anunciou, em maio, novas regras para a modalidade, que só entrarão em vigor (se passarem pelo Congresso) em 2010. Fundos DI e de renda fixa são os maiores detentores dos títulos do governo. Se pessoas e empresas migram maciçamente para a caderneta, cria-se um problema para a rolagem da dívida pública federal.
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