São Luís

Meningite mata duas pessoas em áreas da Zona Rural

Derlyson Pereira (3 anos) e Érica Rosana (20 anos), morreram em menos de 24 horas.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h16

SÃO LUÍS - Um surto de meningite meningocócica, uma das formas mais perigosas e fatais da doença, causou a morte de uma criança de 3 anos e uma mulher de 20 anos, em menos de 24 horas, no Vassoural, em Paço do Lumiar. As mortes ocorreram entre quinta e sexta-feira.

Um caso foi confirmado por laudo médico emitido pelo Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão II) e o outro pelo Atestado de Óbito da vítima. Segundo pessoas da comunidade, um rapaz de 24 anos, morador do Parque Jair, também teria morrido há duas semanas, também de meningite.

Outra criança e outras duas mulheres, que mantiveram contato com as vítimas, estariam internadas no Socorrão II, com suspeita de estar com a doença.

Até a manhã de ontem (13), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia confirmado apenas uma das mortes.

O menino Derlyson Pereira Costa, de 3 anos, morreu na quinta- feira, às 17h, em consequência da doença. De acordo com a mãe da criança, Lucimary Pereira Costa, 20 anos, o garoto passou mal na madrugada do dia da morte, por volta de 1h. “Ele estava com febre, dor de cabeça e com a barriga doendo. Ele vomitou três vezes”, explicou. Derlyson foi levado à Unidade Mista de Saúde do Maiobão.

“Lá, os médicos deram remédio para febre e dor de barriga. Eles disseram que era problema no intestino”, disse a mãe. Por volta das 12h30, a criança foi transferida de ambulância para o Socorrão II. “No hospital, ele teve convulsão. Fizeram exame e não diagnosticaram a doença.

Quando voltei, meu filho estava todo entubado. Disseram que não havia vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Só então o médico me disse que ele deveria estar com meningite”, explicou Lucimary Costa. “Ele era meu único filho”, lamentou o pai da criança, Décio Costa.

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e pode levar à morte se não houver diagnóstico precoce e rapidez no tratamento.

O laudo emitido pela médica Florência R. Souza e o Atestado de Óbito de Derlyson apontam morte devido à meningite meningocócica, uma das formas mais perigosas e fatais, causada pela bactéria Neisseria meningitidis.

Menos de 24 horas após a morte do menino, a vizinha dele, Érica Rosane Ferreira, de 20 anos, moradora da Avenida Principal, no Vassoural, também morreu vítima da doença. De acordo com os familiares, ela teria participado do enterro e velório do garoto. O caixão de Derlyson estava lacrado, de acordo com recomendações dos médicos.

“No dia do velório, ela começou a sentir dor na coluna e febre. A gente a levou à Unidade Mista do Maiobão. A dor piorou. Ela começou a sentir dor na nuca e a vomitar. Os médicos disseram que na unidade não havia como diagnosticar a doença. No atestado, definiram a meningite meningocócica como causa da morte”, contou a tia da vítima, Aldência Marques, de 40 anos.

A mulher foi enterrada na tarde de ontem, no Cemitério Jardim da Paz, na MA-201 (Estrada de Ribamar). Durante o velório, duas amigas dela teriam passado mal, apresentando sintomas da doença. Elas foram levadas ao Socorrão II, de acordo com a tia de Érica Ferreira.

Aldência Marques também informou que o surgimento de casos de meningite teria começado há duas semanas. Um rapaz morador do Parque Jair, bairro onde está localizada a escola em que Derlyson estudava, teria morrido de meningite.

Segundo a família de Derlyson, uma menina que estudava na mesma sala de aula do garoto estaria internada no Hospital da Criança, com sintomas de meningite.

“O pai da garota veio aqui nos informar”, disse Lucimary Costa.

Temor

Segundo a família da vítima Derlyson Costa, a Vigilância Epidemiológica de Paço do Lumiar já teria medicado toda a família. Porém, vizinhos e colegas de escola do garoto ainda não receberam nenhum tratamento. A comunidade está apavorada por causa da doença.

“Minha filha de 5 anos estudava na mesma escola que o Derlyson. Ela não recebeu nenhum tratamento, até agora”, disse Adineli Santos. A jornalista Carla Melo, moradora da mesma rua dasvítimas, também teme que ela ou algum membro de sua família contraia a doença. “É uma doença muito perigosa, que leva à morte rapidamente. É irresponsabilidade ainda não terem prestado nenhuma assistência aos moradores da rua”, indigna.

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