A campanha presidencial de José Serra (PSDB) foi literalmente esvaziada no Maranhão no segundo turno. Nem mesmo as lideranças tucanas do estado - deputados federais Roberto Rocha, Sebastião Madeira e João Castelo – conseguiram mobilizar eleitores pró-Serra no estado. O tucano poderá ter aqui um dos piores desempenhos eleitorais de todo o país.
Principal defensor da candidatura Serra no estado, o deputado Sebastião Madeira jogou a toalha. Em entrevista concedida ontem à rádio Mirante AM, ele praticamente reconheceu a vitória de Lula e disse que “o PSDB fará oposição responsável no Congresso”. Seus colegas João Castelo e Roberto Rocha ainda insistem, mesmo sem muita convicção.
ESVAZIAMENTO - O clima de esvaziamento pôde ser visto na própria sede do PSDB regional, em São Luís. Inaugurado com pompa e circunstância no final do ano passado, o local passou quase todo o segundo turno fechado ou com fraca movimentação, enquanto que no Comitê de Campanha do PT o movimento foi sempre muito mais intenso. Não há outdoors de José Serra em São Luís, nem foi realizada nenhuma manifestação de militantes pró-Serra, como carreatas, passeatas e comícios, neste segundo turno da sucessão presidencial.
Os deputados tucanos justificam que a campanha de José Serra está mais voltada para o interior do estado. De acordo com João Castelo, “o que é possível fazer nós estamos fazendo”. O deputado tucano revelou que a campanha de Serra está mais voltada para os prefeitos com os quais tentam contatos diários. “Nós estamos ligando para os municípios e mostrando o que é melhor. E o melhor é Serra”, pregou. Numa crítica direta a Lula, João Castelo foi enfático: “Não basta ter apenas experiência de vida. Tem que ter experiência executiva”.
CRISE – Na verdade, a campanha de José Serra no Maranhão foi “abandonada” pelos tucanos desde o primeiro turno. Tudo porque o senador tucano, que sonhava com o apoio do grupo Sarney, declarou ao jornal “O Globo” que a candidatura de Roberto Rocha ao Governo do Estado era “um equívoco”.
A declaração irritou Rocha, que passou a negociar um apoio a Lula, gerando uma crise no ninho tucano. Ele chegou a dar declarações de que poderia votar em Lula, mas recuou após ser pressionado pelo tucanato nacional.
Com a desistência de Roberto Rocha da corrida estadual, a campanha de Serra no Maranhão sofreu um novo baque. Rachado, o PSDB praticamente encerrou a campanha presidencial ainda no primeiro turno
FÔLEGO - A última tentativa de dar um fôlego a José Serra foi feita há duas semanas, quando o ministro da Saúde, Barjas Negri – afilhado político do candidato tucano – veio ao Maranhão para anunciar convênios do Governo Federal, numa clara tentativa de aliciamento de prefeitos maranhenses. Foi mais um tiro pela culatra, já que a repercussão do fato foi totalmente negativa aos tucanos.
Desde ontem os tucanos recolheram as armas de campanha, com o argumento de que “agora só resta esperar” pelo resultado da campanha.
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