Protesto de estudantes na Câmara termina em quebra-quebra e prisõesna Câmara

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 15h29

A Câmara dos Vereadores de São Luís viveu ontem um clima de terror. Mais de 20 anos após a conquista da meia-passagem, o tema voltou a ser o pivô de uma grande manifestação estudantil, que acabou terminando em quebra-quebra e agressões. Quatro estudantes foram detidos pela Polícia Militar, gerando revolta dos manifestantes. A grade que separa o estacionamento da Câmara da rua da Estrela foi derrubada.

Dois dos estudantes presos foram liberados ainda pela manhã, antes do fim da manifestação. Outros dois ficaram presos até à tarde.

A manifestação teve início por volta das 8h, quando milhares de estudantes matriculados em cursos pré-vestibulares, secundaristas e universitários seguiram em caminhada do Complexo Educacional Edison Lobão, próximo ao Diamante, até a Praia Grande, permanecendo na porta da Câmara por toda a manhã. As principais avenidas que dão acesso à Praça Deodoro ficaram congestionadas.

Uma parte dos manifestantes, formada por representantes de cada segmento estudantil, ficou na Plenária da Câmara dos Vereadores. Participaram da manifestação estudantes do Movimento Voz da Juventude, formado por pré-vestibulandos, União dos Estudantes Secundaristas, DCE da UFMA, Uema e Faculdade São Luís.

Eles reivindicaram o direito de os estudantes de cursinho da cidade comprarem o passe escolar; a reformulação do sistema de venda de passes escolares; a criação de um conselho gestor da meia passagem; a validação das carteiras estudantis para compra do passe escolar e a venda fracionada.

Uma audiência pública já estava marcada na Câmara para garantir que os manifestantes expusessem suas dúvidas a respeito da Lei da Meia Passagem.

Esta garantiu o direito a todos os estudantes, mas o vereador Alberto Franco acrescentou que outro decreto assinado na gestão de Jackson Lago limitou a clientela apenas para os alunos do ensino regular. “O problema é que a Câmara não pode alterar o decreto que partiu do prefeito. Uma alteração só poderá ser feita pelo administrador municipal”, enfatizou o vereador.

CONFUSÃO - Por volta das 10h, a audiência pública seria iniciada, quando todos perceberam uma grande confusão do lado de fora da Câmara. A PM deteve dois estudantes, que, segundo a corporação, estariam depredando o patrimônio público.

Por esta razão, os cerca de cinco mil estudantes que se encontravam na praça Nauro Machado, na ameaça de invadir a Câmara, acabaram derrubando as grades do prédio. Pedras também foram atiradas, deixando os funcionários apavorados. O repórter fotográfico de O Estado, Paulo Soares, foi atingido por uma pedra. Até a Tropa de Choque foi chamada para o local.

O tumulto só foi controlado com a liberação dos estudantes, por intermédio do presidente da Câmara de Vereadores São Luís, Ivan Sarney. “Não tem mais clima para fazer a audiência pública. Será adiada para a próxima semana”, destacou o vereador. A audiência deverá acontecer terça-feira.

Uma das coordenadoras do Movimento Voz da Juventude, formado por pré-vestibulandos, Julienny Marques, ressaltou que numa manifestação de mais de cinco mil alunos, não teria como controlar a entrada de vândalos.

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