Brasil pronto para a maior eleição eletrônica do mundo

Atualizada em 27/03/2022 às 15h29

As urnas eletrônicas poderão até ter que ser transferidas de barco por oito horas e ligadas com baterias de carro, mas a velocidade do resultado das eleições brasileiras ainda assim deverá deixar para trás processos eleitorais de países como os Estados Unidos, onde, em 2000, foram necessários 36 dias para se conhecer o presidente eleito.

O Brasil vai realizar no domingo a maior eleição eletrônica do mundo, com 115 milhões de eleitores se utilizando de 406 mil urnas espalhadas desde as cosmopolitas ruas de São Paulo até os confins da selva amazônica, a um custo de 413 milhões de reais.

Paulo Cesar Bhering Camarão, diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), espera que pelo menos 70% da votação seja apurada quatro horas após o fechamento das urnas e 90 dela até o fim da noite de domingo.

"Esperamos ter os resultados definitivos até o dia seguinte, na segunda, mas não me pergunte a que horas", disse, acrescentando que, em razão do tamanho do país, alguns imprevistos poderiam acontecer.

"Você pode dizer simplesmente que a urna eletrônica veio para acabar de uma vez por todas com a possibilidade de fraude e corrupção no registro e apuração de votos", afirmou Camarão.

Quase dois milhões de pessoas irão trabalhar nas eleições, e a tarefa de distribuir as urnas por 335 mil localidades será um desafio.

"Há um posto de votação em Rondônia que fica a oito horas de barco em um lugar que não tem eletricidade", disse o porta-voz do TSE Newton Franklin Almeida. "Então a urna vai para lá já preparada, junto com uma bateria de carro".

Embora algumas organizações e especialistas técnicos digam que a urna não é 100% segura e não impede fraudes pré-eleitorais, como compra de votos, eles não conseguiram encontrar nada de errado com o método.

"Para nós, não tem sido uma razão de preocupações", declarou Eduardo Capobianco, presidente da unidade brasileira do grupo Transparência Internacional.

"É bem moderna e dá ao processo mais velocidade e confiança".

Nem a descoberta pela polícia em Brasília de várias urnas falsas chegou a abalar a credibilidade do sistema.

Os eleitores dos 26 Estados brasileiros e do Distrito Federal escolherão entre um total de 18.800 candidatos os novos deputados estaduais, federais, governadores e presidente do país.

A votação poderá ser um tanto complicada, já que os eleitores terão de digitar os números dos candidatos para seis cargos, um processo talvez ainda mais difícil para os 15 milhões de analfabetos do Brasil.

"O tribunal eleitoral tem duas dicas: o eleitor deve aprender a votar antes da hora e deve levar os números de seus candidatos (para a votação) para não esquecê-los", explicou Camarão.

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