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História de maranhense em revista nacional

Luiz Thadeu Nunes, que tem mobilidade reduzida, é conhecido por viajar o mundo com a ajuda de muletas; já esteve em mais de 140 países

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Engenheiro agrônomo Luiz Thadeu Nunes é daqueles que vê o mundo com olhos treinados para enxergar o lado bom das coisas
Engenheiro agrônomo Luiz Thadeu Nunes é daqueles que vê o mundo com olhos treinados para enxergar o lado bom das coisas (Luiz Thadeu Nunes e Silva)

São Luís - O engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e estudante de jornalismo Luiz Thadeu Nunes e Silva é matéria de destaque da revista Todos, vendida pelas farmácias Drogasil de todo o Brasil. A história do maranhense com mobilidade reduzida que viaja o mundo inteiro abarca quatro páginas, contando desde o acidente que sofreu ao tomar um táxi em uma BR no interior do Rio Grande do Norte até as aventuras pelos cinco continentes. Na matéria, ele se diz especialista em transpor obstáculos e que aprendeu a ser resiliente diante do imponderável.

A reportagem conta que quando Luiz Thadeu tinha 17 anos, a vida dele mudou pela primeira vez. A mãe, Maria da Conceição, faleceu aos 43, enquanto dormia, em decorrência de um infarto fulminante. Logo depois, o pai sairia de casa para viver com outra pessoa. Luiz, o mais velho de seis irmãos, assumiu a responsabilidade pelos irmãos menores e pelo sustento da casa. Foi dando aulas particulares, que Thadeu ajudou a sustentar a casa. Logo depois, passou no vestibular para Agronomia e em Administração.

Luiz é daqueles que vê o mundo com olhos treinados para enxergar o lado bom das coisas, para quem ter problemas na vida é inevitável e deixar-se abater por eles é opcional. “Já formado em Agronomia, fui trabalhar em Conceição de Araguaia, sul do Pará. Mas o que mais gosto é de dar asas aos sonhos. E fui literalmente nas asas das aeronaves, atravessar oceanos e ganhar o mundo”, conta.

Em julho de 2003, ao tomar um táxi que lhe levaria ao ônibus que perdera com destino à Fortaleza, o motorista do veículo, ao atender uma ligação, perdeu o controle do carro, bateu de frente contra uma carreta e, ao acordar, no assoalho de um utilitário, sem saber da gravidade do problema, a vida dele mudaria para sempre. Com o impacto, a perna esquerda foi esmagada e Luiz teve fratura exposta de fêmur. O acidente ocorreu na BR-110, próximo à cidade de Açú. Removido para Natal, começou a Via Crucis, passando por internações em hospitais de Natal, São Luís e São Paulo.

Confiança

Após 43 cirurgias e quatros anos sem colocar os pés no chão, preso a uma cadeira de rodas, aprendeu a andar de muletas, criou confiança e saiu pelo mundo. Em 2009, o segundo filho, Frederico, foi para Dublin, Irlanda, para intercâmbio de Inglês e convidou o pai para visitá-lo. A primeira resposta de Luiz foi “não”, pois ele não tinha confiança de atravessar uma rua estreita de São Luís, imagina o oceano. Mas após insistência de Frederico, Luiz embarcou em um voo rumo ao novo. Em companhia do primogênito, Rodrigo, foram para o Velho Mundo, que já conhecia.

Nessa viagem, Luiz e filhos visitaram oito países e ao desembarcar de volta ao Brasil, agradecido a Deus e confiante em andar de muletas, viu renovado o gosto pelas viagens. Em dez anos, conforme a reportagem, de 2009 a 2019, ele literalmente conheceu o mundo, pois visitou 143 países em todos os continentes.

Quando atingiu 130 países visitados, a Infraero, então administradora do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, concedeu-lhe uma placa, que está afixada na entrada do saguão do aeroporto. Ou seja, Luiz Thadeu é o único viajante brasileiro que tem uma placa em um aeroporto no Brasil. Ao atingir 140 países, os Correios lhe concederam um selo comemorativo, que ele recebeu em solenidade na Biblioteca Pública Benedito Leite.

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