Opinião

Centenário de Alexandre Costa

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Alexandre Costa ao lado do ex-presidente João Figueiredo e acompanhado dos deputados federais Nagib Haickel, Vieira da Silva e João Alberto.
Alexandre Costa ao lado do ex-presidente João Figueiredo e acompanhado dos deputados federais Nagib Haickel, Vieira da Silva e João Alberto. (alexandre costa)

As novas gerações maranhenses, que ocupam cargos públicos, eletivos ou nomeados, pouco ou nada sabe a respeito de uma das figuras humanas, nascida em Caxias a 13 de outubro de 1921, batizada com o nome de Alexandre Alves Costa, que se ainda estivesse entre nós, teria completando cem anos de vida.
Para quem desconhece a trajetória pública de Alexandre Costa, vale dizer que foi um dos políticos mais bravos, destemidos e corajosos que marcaram presença na cena maranhense, exercendo postos e funções de relevo num período em que as lutas partidárias se travavam com denodo e paixão.

Em 1948, Alexandre concluiu o curso de Engenharia Civil, em Belo Horizonte, mas pouco atuou na profissão, pois o destino reservou a ele a destinação política, que abraçou em 1950, bandeando-se para o vitorinismo, apoiando e lutando pela candidatura do cunhado, Eugênio Barros , ao governo do Estado, cuja eleição, por causa da fraude eleitoral, foi contestada nos tribunais pelos líderes oposicionistas, e repelida, nas ruas, pelo povo de São Luís.

Naquela época de tumulto político, Alexandre Costa foi nomeado para o seu primeiro cargo público: prefeito de São Luís, mas não teve condições de administrar a cidade, face à paralisação de todas as atividades públicas e privadas no Maranhão.

Ao cessar o movimento grevista contra a posse de Eugênio Barros, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o governador nomeou o cunhado para o cargo de secretário do Interior, Justiça e Segurança, onde teve atuação destacada, que o credenciou na sucessão de Eugênio a ser o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo médico José de Matos Carvalho, que venceu a eleição majoritária de 1955, mas como a do antecessor, inabilitado a assumir o governo, porque as Oposições Coligadas, novamente impugnaram a vitória do candidato vitorinista.

Enquanto se aguardava a decisão da Justiça Eleitoral, sobre a posse do novo governador e do vice, irrompe na Assembleia Legislativa um movimento de deputados oposicionistas e de governistas, não afinados com Alexandre Costa, para a revogação da emenda constitucional, que dava direito ao vice-governador eleito de presidir as sessões do Poder Legislativo, a partir de janeiro de 1956, proposta essa que Alexandre, resistiu e conseguiu não ser aprovada.

Bastaram apenas dois meses depois de empossados governador e vice, a 8 de julho de 1957, por decisão do TSE, tornou-se visível e problemático o relacionamento político e pessoal entre Matos Carvalho e Alexandre Costa, fato que veio à tona numa viagem do governador ao Rio de Janeiro em setembro de 1957, quando não transmitiu o cargo ao vice, o qual, de seu gabinete, na Assembleia Legislativa, passou a assinar decretos e aprovar leis que contrariavam os interesses do PSD.

A crise só acabou porque Matos Carvalho imediatamente retornou a São Luís e investiu-se no cargo, ato que levou Alexandre Costa a se passar de armas e bagagens para as Oposições Coligadas, tornando-se o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo deputado Clodomir Millet, em 1960 e vencida pelo candidato vitorinista, Newton Bello.

Nas eleições de 1962, candidatou-se à Câmara de Deputados pelo PSP, mas ficou na suplência, motivo pelo qual assumiu o lugar de Neiva Moreira, cassado em 1964, pelo regime militar, que Alexandre apoiou ardorosamente e participou ativamente da campanha eleitoral de 1965, que conduziu o deputado José Sarney ao Palácio dos Leões.

Com a introdução no país do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional, concorrendo em 1966 novamente à Câmara dos Deputados.

No pleito de 1970, foi convocado por Sarney para se candidatar ao Senado sendo eleito e reeleito em 1978. Com o fim do bipartidarismo em 1979, filiou-se ao Partido Democrático Social. Com José Sarney na Presidência da República, recebeu convite para governar Brasília, cargo que recusou para não perder o mandato de senador.

Nas eleições majoritárias de 1986, novamente concorreu ao Senado da República, sendo eleito pelo Partido da Frente Liberal. Em dezembro de 1992, foi nomeado para o cargo de ministro do Interior e Organismos Regionais, pelo presidente Itamar Franco. Pelo desempenho em favor das prefeituras municipais do Maranhão, recebeu expressiva votação para o exercício de seu quarto mandato de senador, no começo do qual foi surpreendido por uma doença de fundo neurológico, que o afastou definitivamente de suas funções parlamentares. No final de agosto de 1998, seu estado de saúde agravou-se e o levou à morte a 29 daquele mês.
Covid e câncer
No Maranhão, depois que a Covid-19 diminuiu a sua força na sociedade, deixando de causar a morte de tantas pessoas, algumas das quais bem quistas e prestadoras de bons serviços à população, eis que outra perniciosa doença passou a atacar de modo impiedoso os maranhenses.

Trata-se do câncer, que, nos últimos meses, tem tirado do nosso meio social um bom número figuras humanas conhecidas e que deixaram saudades pelo modo como atuavam e praticavam ações dignas na vida privada ou pública do Maranhão.

Troca de Ministros
Há três meses, o presidente Jair Bolsonaro indicou o seu ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, mas até hoje o Senado não o sabatinou, condição indispensável para integrar a mais alta Casa do Poder Judiciário.

Sugestão para o impasse ser resolvido: o presidente da República trocar a indicação de um “ministro terrivelmente evangélico”, por um ministro terrivelmente católico.

Linha de crédito
Com o custo de vida cada vez mais subindo e fazendo com que grande parte da nossa população, à falta de recursos, esteja passando fome, corre a notícia de que a Caixa Econômica pensa abrir uma nova linha de crédito e com uma destinação específica.

Permitir que a grande maioria do povo tenha condições de ter carne na mesa e possa pagar a conta de luz com juros especiais e parcelamento em dez vezes.

Cruzeiros Marítimos
Anuncia-se que ainda este ano, os cruzeiros marítimos deverão retornar à costa brasileira, presenças suspensas pela pandemia e quando estavam em alta no país.

A partir de novembro, acredita-se que os cruzeiros marítimos, que incrementaram bastante o turismo no nordeste brasileiro, retornem à atividade.

Está na hora do setor do governo maranhense, a quem cabe fomentar o nosso turismo, entrar em ação e com firmeza e competência incluir São Luís no roteiro dos cruzeiros marítimos.

De olho na AML
Nesta quinta-feira, 21 de outubro, intelectuais e políticos estarão com as vistas voltadas para a Academia Maranhense de Letras.

Naquele dia, às 17 horas, não o governador, mas o homem de cultura, Flávio Dino, disputará com quatro concorrentes, o direito de fazer parte da mais importante instituição cultural do Maranhão.
Pelos entendidos em eleições acadêmicas, Flávio Dino é o favorito no pleito.

Ponta pé no vandalismo
A convite da estimada e competente amiga, Kátia Bogéa, que preside a Fundação do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Luís, marquei presença no evento público, na Praça Benedito Leite, presidido pelo prefeito, Eduardo Braide.

O evento marcava a deflagração de um projeto com o propósito de combater o vandalismo reinante nesta cidade e também voltado para sensibilizar a população da necessidade imperiosa de preservar e cuidar do patrimônio histórico de São Luís.

Palmas para o prefeito
Gostei e bato palmas ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que na sua oração ao referir-se a Benedito Leite, com segurança e propriedade, traçou um breve perfil de um homem público que teve por um longo tempo presença marcante na vida pública maranhense.

Espero que o comportamento do prefeito se repita sempre em ocasiões como aquela, pois informa sobre a ação da prefeitura e do significado da obra para a sociedade, principalmente de fundo histórico ou de natureza relevante.

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