Opinião

O primeiro voto a gente nunca esquece

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
O senador Vitorino Freire com o candidato do PSD-PTB, general Henrique Lott.
O senador Vitorino Freire com o candidato do PSD-PTB, general Henrique Lott. (vitorino)

Durante alguns anos, as eleições majoritárias e proporcionais no Brasil eram realizadas simultaneamente no dia 3 de outubro.

Uma das grandes frustrações da minha vida é a de não ter votado pela primeira vez na minha cidade natal-Itapecuru, porque ao completar a idade para participar do processo eleitoral, morava no Rio de Janeiro, onde estudava para ingressar no curso superior, depois de concluído o ensino secundário em São Luís, no Liceu Maranhense.

Como aportei no Rio de Janeiro no começo de 1960, foi naquela cidade, que dava os últimos suspiros como a capital da República, que completei a idade legal para alistar-me eleitoralmente e poder votar no pleito marcado para 3 de outubro de 1960, com vistas à sucessão do presidente Juscelino Kubitscheck e disputado pelos candidatos Jânio Quadros (UDN), Henrique Lott (PSD-PTB) e Ademar de Barros (PSP), tendo como vices, respectivamente, Milton Campos, João Goulart e Fernando Ferrari.

Com o meu título eleitoral em mãos e devidamente apto a votar nas eleições presidenciais, acompanhei presencialmente a campanha eleitoral travada no Rio de Janeiro entre os dois candidatos eleitoralmente mais fortes: Jânio Quadros e Henrique Lott. Se o primeiro era apoiado pela fina flor dos políticos da direita e denominados , à época, de entreguistas, porque se afinavam com capitalismo americano, o segundo, um anticomunista de primeira linha, sustentava-se politicamente na esquerda, em função de sua tendência democrática e legalista, na medida em que impediu um golpe de Estado, desencadeado pela UDN, após o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas.

Nessa guerra política-ideológica, optei pela candidatura do íntegro militar do Exército brasileiro, que embora não tivesse o maquiavelismo político do opositor, era um candidato em que o eleitor consciente podia ter a certeza de, como chefe da Nação, seria correto, honesto e convicto das necessidades e do momento pelo qual o Brasil atravessava.

No Rio de Janeiro, onde uma aguerrida campanha eleitoral se realizava entre o nacionalismo e o entreguismo ou entre a espada, símbolo da candidatura de Lott, e a vassourinha, ícone do candidato Jânio Quadros, eu sempre comparecia aos comícios nos principais bairros cariocas, que, invariavelmente, terminavam em pancadaria.

A união do lacerdismo com o janismo não conseguiu derrotar o candidato Henrique Lott, no Rio de Janeiro, mas, para a tristeza dos nacionalistas, o marechal não suplantou o seu principal opositor na votação a nível nacional.

Resultado desse eloquente equívoco eleitoral: em agosto de 1961, poucos meses após a investidura de Jânio Quadros, no Palácio do Planalto, mostrou não ter equilíbrio emocional para o exercício do importante cargo, renunciando à Presidência da República e por pouco não leva o país a uma conflagração nacional.
Em 1960, com a transferência da Capital do Brasil, do Rio de Janeiro para Brasília, na Cidade Maravilhosa houve também eleição para governador do novo estado, batizado com o nome de Guanabara, disputada entre os candidatos Carlos Lacerda, da UDN, e Sérgio Magalhães, do PTB, ganha pelo primeiro, mas contra o meu voto.

Em tempo: no Maranhão, no pleito de 1960, o general Lott, apoiado pelo PSD-PTB, suplantou em muito a votação de Jânio. Para o governo do Estado, o vitorioso foi o vitorinista, Newton Bello, que derrotou por larga margem de votos o candidato oposicionista, Clodomir Millet, do PSP, eleição na qual a fraude eleitoral deitou e rolou.

Encontro de alto nível
Nesta última terça-feira, o ex-presidente José Sarney recebeu um telefonema do governador Flávio Dino, que desejava visitá-lo.

Educado e sem rancores de natureza pessoal ou política, Sarney recebeu Flávio, no final daquela tarde, para comunicar ao decano da Academia Maranhense de Letras da sua candidatura àquela Casa, dizendo-lhe, ademais, da honra e da felicidade se contasse com o seu voto acadêmico.

Durante o tempo em que Flávio ficou na casa de Sarney, a conversa não girou em torno de política, mas de literatura, história e São Luís como patrimônio cultural da humanidade.

Sistema Fecomércio
Depois de mais de trinta anos dirigindo a Federação do Comércio do Maranhão, o SESC e o SENAC, o empresário José Arteiro, pretende pendurar as chuteiras.

Em maio de 2022, quando se dará o processo sucessório no Sistema Fecomércio, Arteiro, fará questão de passar o cargo ao empresário que disputará e vencer as eleições.

Maria Sampaio
Este final de ano em Itapecuru não será igual aos passados.

Aquela festa popular, que na noite de 31 de dezembro se misturava com o primeiro dia do ano novo, tinha na figura poética e folclórica de Maria Sampaio, a principal animadora, pois ela mobilizava a população para uma noitada rica de música, comida e bebida.

Isso acontecia infalivelmente todos os anos, com a participação de orquestras e manifestações folclóricas, destacando-se o tambor de crioula, que se alternavam ao longo da noite e só acabava quando o sol raiava em toda a plenitude.

O meu pai, Abdala, e eu sempre fizemos questão de participar financeiramente daquele festejo.

Festa dos amigos
Em virtude da pandemia, não aconteceu no ano passado a tradicional Festa dos Amigos, que o engenheiro Mauro Fecury realiza há mais de vinte anos no Ceuma.
Este ano, o fraternal e festivo evento, que reúne amigos de antigas e novas gerações, acontecerá com a mesma pompa dos anos anteriores, mas obedecendo aos protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias.

A Festa dos Amigos de 2021 se realizará no segundo sábado de dezembro, dia 11, com a presença de um cantor de fama nacional.

Hang e Tim Maia
Quando na CPI do Senado o empresário bolsonarista, Luciano Hang, disse que não é negacionista, nunca propagou fake news e jamais recomendou a cloroquina para uso contra a Covid, lembrei-me imediatamente do saudoso cantor Tim Maia, que gostava de proclamar em alto e bom
som: - Eu não fumo, não bebo e não cheiro. Só minto um pouquinho.

Dia da literatura maranhense
Eu não conheço pessoalmente o deputado estadual, Marco Aurélio, do PC do B, mas fiz questão de na última reunião da Academia Maranhense de Letras, de elogiá-lo pelo projeto apresentado na Assembleia Legislativa, que instituiu o Dia Estadual da Literatura Maranhense.

Pela proposta do parlamentar, a comemoração do evento será a 10 de agosto, em homenagem ao nascimento do poeta Gonçalves Dias e da fundação da Academia Maranhense de Letras.
Só por causa desse projeto, o deputado Marco Aurélio merece ser reeleito.

Tempos de Bolsonaro
Nos tempos atuais, em que a ciência e a tecnologia mudaram completamente e para melhor o modo de vida da população, vivemos no Brasil um terrível e insuportável retrocesso.

Por conta disso, grande parte da sociedade brasileira, que já havia abandonado certas condutas e comportamentos, começa a retornar a um passado ultrapassado e abolido, como a troca da iluminação elétrica por lamparina a querosene, o gás de cozinha por carvão e lenha, e da água encanada pela de poço.

João Alberto em Ação
Quem pensa que o ex-senador João Alberto abandonou completamente a política, equivocou-se.
Conquanto não seja candidato a qualquer cargo eletivo, continua em ação, principalmente no interior do Estado, correndo atrás de votos para reeleger o filho João Marcelo a deputado federal.
Apesar de longevo, João Alberto mostra fôlego e vontade de vencer mais essa etapa política, agora, em favor de seu sucessor.

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