Comportamento

Como as redes sociais mexem com a autoestima?

Com o avanço das tecnologias, o poder dos influenciadores digitais vai além do "ter e comprar" e instiga também o "ser e sentir"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(redes sociais)

São Paulo - Hoje em dia, fazer um detox pode significar sair das redes sociais por um tempo. Ao voltar, mesmo que após um curto período, a sensação é de que você estava fora de órbita - literalmente. Nas redes sociais, novas funções, que prometem tudo mais rápido, melhor e mais bonito, surgem o tempo todo. E é aí que mora o perigo.

O Instagram, que é o quarto aplicativo mais baixado e usado no mundo, funciona como um grande álbum de fotos, e as pessoas se esforçam para que até as que duram apenas 24 horas estejam "perfeitas'', com filtros. Não é de hoje que eles existem. Mesmo lá em 2010, no lançamento do app, já era possível editar digitalmente as cores e os efeitos sobre as imagens. Mas foi no Snapchat que os filtros em realidade virtual (VR) se popularizaram. A brincadeira "despretensiosa" de tirar uma foto usando orelhinhas de cachorro, óculos grandes e adereços coloridos de forma virtual, logo ganhou o poder de afinar o nariz, preencher a boca, alisar o rosto, trocar a cor do cabelo e maquiar a pele com apenas um toque.

Não demorou muito até que pesquisas realizadas no mundo inteiro apontassem que mulheres abaixo dos 30 anos estavam entrando nos consultórios em busca de procedimentos estéticos e cirúrgicos que as deixassem "melhor" nas selfies. O padrão de beleza inatingível - que as revistas causavam há 10 anos -, deu lugar ao seu próprio rosto, mas retocado por uma edição irreal.

Agora, o sinônimo de beleza, especialmente para as gerações Y e Z, parece estar atrelado a este ajuste, retoque, desfoque. A pressão para postar a "selfie perfeita" está prejudicando a autoestima e a confiança das pessoas. Então, como, quando e o que é possível fazer com isso tudo? Eu te respondo: com reflexão, agora, começando por você mesmo. Para encontrar a beleza que habita em seu corpo é preciso, primeiro, aceitar as marcas e o tempo. O processo de autoconhecimento e autoaceitação está inteiramente ligado a isso.
Uma campanha recente da Dove, nos Estados Unidos, alerta sobre essa pressão exercida pelas redes sociais, sobretudo em adolescentes. E propõe que as pessoas comecem a conversar mais sobre este assunto, para tentar reverter os danos que uma falsa realidade - criada digitalmente - pode causar na autoestima das garotas.
No final de 2019, o Instagram anunciou a proibição de filtros que deformassem os rostos. Mas isso não impede que você esconda ou transforme detalhes na sua pele. Na Noruega, por exemplo, os influenciadores digitais não podem mais postar conteúdos publicitários que tenham algum tipo de edição de imagem - mesmo que apenas por meio de filtros - sem avisar os seguidores. Longe de ser a alternativa perfeita, esse pode ser um começo. Que as marcas e os influenciadores comecem a sentir a importância de comunicar a verdade.
É preciso entender, acima de tudo, que o feio e o bonito se complementam dentro de nós e nos revelam que, bom mesmo, é quando a gente se ama por fora e por dentro. Porque a gente quer - e não porque o outro diz. l

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