Artigo

Cretinices & sandices em NY

Luiz Thadeu Nunes e Silva *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

É de praxe o presidente brasileiro de plantão abrir a Assembleia Geral da ONU, todos os anos, em NY, por que lá atrás, um renomado brasileiro: advogado, político e diplomata Oswaldo Euclides de Sousa Aranha (1884-1960), gaúcho de Alegrete, respeitado mundialmente por seu trabalho pela criação da ONU, em 1945, após a segunda grande guerra mundial; através de seu trabalho, garantiu essa honraria.

Orgulho da diplomacia brasileira, o chanceler Oswaldo Aranha desempenhou papel importante na criação do Estado de Israel, e foi um dos signatários do documento que criou a Organização das Nações Unidas. Em minhas andanças por Israel, um país fascinante, que visitei cinco vezes, vi diversas homenagens ao nosso conterrâneo. Em Jerusalém, a praça central mantida com doações de empresas e entidades brasileiras homenageia Aranha, além de ruas em cidades de Israel. Em universidades há muitas homenagens ao chanceler do Brasil e presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, “que deu apoio à decisão da ONU pela Partilha da Palestina em 1947, que levou à criação do Estado de Israel".

No domingo, 19/09, um bando de aloprados, chefiado pelo atual ocupante da presidência da república, atravessou o Atlântico, desembarcou em Nova Iorque, capital do mundo, onde fica a sede do organismo internacional.

Em NY, a trupe capitaneada por Jair Bolsonaro, desatou a fazer coisas inacreditável para senhores de meia idade, as mais altas autoridades de um país exótico, localizado abaixo da linha do Equador.

As peripécias envolvendo a comitiva presidencial para participar da Assembleia Geral da ONU demonstram que a boçalidade é contagiante, sem tamanho.

A turma de aloprados que foi à NY, como representante de uma outrora grande nação, fez uma lambança digna de adolescentes mal criados, infantis, e irresponsáveis. Em imagens, vimos o presidente da república e seus ministros, aglomerados, sem máscara, comendo pizza, em pé, na calçada, porque o chefe da turma, o mais irresponsável de todos, se recusa a tomar a vacina, e as leis da cidade de NY não permitem que fizessem uma refeição, dentro de um restaurante. Após traquinagens na capital do mundo, e perante o mundo, o presidente Bolsonaro usou o púlpito do evento, para falar mentiras ou falsas verdades, em uma realidade paralela, como se estivesse no cercadinho de Brasília, perante sua igreja, falando para seus seguidores/adoradores, ou enviando mensagens em uma live.

Quando arrumavam as malas para voltarem para casa, com o dever cumprido, os mequetrefes descobriram que um dos membros da delegação, estava infectado com Covid-19. Logo ele, Ministro da Saúde do país, o peralta Marcelo Queiroga, era o hospedeiro do coronavírus. Mas o que era mesmo que o ministro da saúde estava a fazer naquela comitiva? Não era para estar no Brasil tomando conta dos problemas de sua pasta? Problemas não faltam. Infectado com a Covid, Marcelo Queiroga ficou de quarentena em um quarto de hotel de luxo na cidade.

O Brasil que já foi visto aos olhos do mundo com grande “covidário”, nesta rápida e trepidante passagem por NY será lembrado pelas atitudes de um bando de tresloucados-irresponsáveis que foi espalhar o tão temido vírus mortal para o mundo, que tenta se livrar. Levar o ministro da saúde para espalhar Covid-19 numa reunião internacional não é para qualquer um. O mundo viu que Brasil não é para amadores. E, o pior: além de pagarmos caro pela lambança da turma, ainda teremos que pagar pela quarentena do irresponsável Marcelo Queiroga, que está pagando com a própria saúde pelo puxa saquismo ao chefe irresponsável. Queiroga, é o retrato do caos do sanitário Brasil, pelo negacionismo de Bolsonaro.

Esses senhores não têm amor pelo país que governam, nem respeito pelas quase 600 mil famílias enlatadas pela Covid. Se não bastasse uma pandemia letal para nos dizimar, a crise hídrica que nos assola, as florestas ardendo em chamas, temos que suportar as atitudes nefastas desse grupo de mentecaptos

Para um Brasil que teve o jurista Rui Barbosa(1849-1923), chamado de “Águia de Haia”, por seu brilhante desempenho, agora, somos representados por abutres.

Para quem teve representantes com Oswaldo Aranha, Rui Barbosa, Sérgio Vieira de Melo, diplomata que morreu em missão em Bagdá, em 2003, o Brasil involuiu, e temos que admitir que somos uma república de bananas, e concordando com De Gaulle (1890-1970), “definitivamente não somos um país que se leva a sério”.


* Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes

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