Literatura

Uma análise sobre educação inclusiva

Obra de Keyle de Freitas Vale Monteiro, "Eles nos ensinam todos os dias" é obra fundamental para multiprofissionais e pais de pessoas com Transtorno do Espectro Autista

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
A autora autografando seu livro
A autora autografando seu livro (Keile)

São Luís - “Eles nos ensinam todos os dias” é o título do livro da pedagoga e jornalista Keyle de Freitas Vale Monteiro, lançado dia 4 de setembro, em Fortaleza. A obra, fruto de tese de Doutorado, tem 136 páginas e aborda a nova classificação do Transtorno do Espectro Autista (TEA), baseada no Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais. A apresentação do livro é assinada pelo secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, e os prefácios, por Natalino Salgado, reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Dante Barone, orientador do Programa de Pós-graduação de Informática na Educação - UFRGS

Além disso, o livro apresenta as tecnologias assistivas com ênfase na comunicação alternativa e resgata a formação de professores, articulada com as tecnologias no âmbito das políticas públicas da educação. Docente de escolas municipais e estaduais com mais de 30 anos de carreira, Keyle de Freitas é mãe de autista, fator decisivo para que ela se concentrasse em um estudo de caso intrínseco com o objetivo de investigar o relacionamento pedagógico entre professor e aluno com TEA.

“Durante a pesquisa, nós também desenvolvemos uma formação de professores e produzimos uma cartilha com apoio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia”, frisa a autora, acrescentando que o trabalho destaca uma pesquisa realizada em cinco escolas, com entrevistas a docentes e aplicação de questionários, no processo de formação “Tech Educ Especial”, implementada com experimentos formativos.

De acordo com a autora, dentre as pessoas com deficiência mental/intelectual, encontram-se os portadores do Transtorno do Espectro Autista, com um agravante de que 80% dos casos ainda não possuem diagnóstico ou possuem diagnósticos imprecisos. Estes, por sua vez, acumulam, enquanto alunos, sucessivas reprovações, ou são ignorados no processo de aprendizagem em suas salas de aula.

“Ou pior, sequer são aceitos em alguma escola diante do severo grau de comprometimento cognitivo dos mesmos, com a justificativa de que não existem professores especializados ou que a escola de uma forma geral não está preparada para recebê-los. A pandemia desestruturou ainda mais esse processo, pois os investimentos foram suspensos e as terapias deixaram de acontecer. O ensino remoto tornou-se muito difícil para as pessoas com TEA”, frisou.

Keyle de Freitas Diante enfatiza a necessidade emergencial de atender à demanda crescente na área de formação de professores para a educação das pessoas com TEA, de forma a engajá-los e capacitá-los a responder aos desafios no âmbito multi/interdisciplinar do processo educacional. “Bem como de discutir o papel das ciências e das tecnologias assistivas na sociedade na contemporaneidade”, finaliza.

O que é?
Segundo definições no site do Ministério da Saúde, o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino.

A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.

Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnóstica.
Evidências indicam influência de alterações genéticas com forte herdabilidade, mas trata-se de um distúrbio geneticamente heterogêneo que produz heterogeneidade fenotípica (características físicas e comportamentais diferentes, tanto em manifestação como em gravidade). Apesar de alguns genes e algumas alterações estarem sendo estudadas, vale ressaltar que não há nenhum biomarcador específico para TEA.

O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Instrumentos de vigilância do desenvolvimento infantil são sensíveis para detecção de alterações sugestivas de TEA, devendo ser devidamente aplicados durante as consultas de puericultura na Atenção Primária à Saúde. O relato/queixa da família acerca de alterações no desenvolvimento ou comportamento da criança tem correlação positiva com confirmação diagnóstica posterior, por isso, valorizar o relato/queixa da família é fundamental durante o atendimento da criança.

Serviço

O quê

Livro “Eles nos ensinam todos os dias”

Onde

Para adquirir, entre em contato com a autora pelo WhatsApp (98) 8134-9749

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