A Gente Conta

Muita criatividade na era digital

Ele tem desenvolvido trabalhos dignos de aplausos nessa área e, agora, empresta seu talento para as histórias em quadrinhos, abordando, entre outras, temáticas que dizem respeito à preservação ambiental

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Waniel Jorge Silva é artista digital generalista
Waniel Jorge Silva é artista digital generalista (Waniel Jorge Silva)

São Luís - Em um mundo onde a tecnologia digital faz toda a diferença, talentos como o do maranhense Waniel Jorge Silva merecem ser destacados. Artista digital generalista natural de Maracujatiua, no município de Cururupu, ele contabiliza 30 anos como diretor de arte, dos quais 15 reservados à área digital, à qual tem se dedicado de corpo e alma, com trabalhos que merecem prêmios.

Waniel Jorge, entre outras facetas, desenvolve projetos para resgate imagético de personagens da história do Maranhão, animações para o mercado local (TV), ilustrações para capas de livros, histórias em quadrinhos, entre outros. Atualmente, ele está envolvido com o projeto “Olhar Digital”, onde resgata personagens como Ana Jansen, Negro Cosme e Maria Firmina, entre diversos outros. A exposição deverá acontecer em 2022 e surpreenderá o público, principalmente em razão do emprego da tecnologia para dar vida às personagens.

Além disso, Waniel está apresentando o segundo volume dos quadrinhos de “Itacira - A Justiceira”, uma história que ele criou para resgatar esse universo artístico e editorial que, durante o século XX, foi o formato mais freqüente de publicação de histórias do gênero, embora, agora, seja disponibilizada em formato digital. O artista conta que, apesar de tudo, os leitores pedem a versão impressa, principalmente para colecionar. Ele explica que o quadrinho digital não faz tanto sucesso como a versão original, que encantou gerações. A idéia é juntar os dois volumes e lançar a revista impressa até dezembro deste ano ou início do ano que vem. Para isso, ele está em busca de patrocínios.

“Nosso intuito é mostrar um quadrinho diferente, com uma personagem bem brasileira, longe do estereotipo dos heróis americanos. Itacira significa lâmina afiada, em tupi-guarani. Dentro desse mundo fictício, procuramos abordar diversos assuntos que nos dizem respeito, como o tráfico de madeira na Amazônia, as emboscadas a pequenos posseiros, a questão do genocídio indígena e por ai vai”, resume.

Quadrinhos - No início dos anos 1980, ele teve uma breve passagem pelo mundo dos quadrinhos. Logo em seguida, sentiu-se envolvido pela arte na publicidade. Com o advento da tecnologia digital, migrou para a arte em 3D e pintura digital. Foi, então, que surgiu a vontade de fazer quadrinhos novamente. Surgiu a idéia de fazer uma personagem fora da “linha Marvel”, sem os corpos alongados e shapes retilíneos. Seriam personagens que navegassem no dia a dia de um país injusto com as pessoas de baixa renda e leniente com os poderosos.

“O mundo de Itacira tem uma verossimilhança com os dias atuais e fatos corriqueiros, tendo como pano de fundo o ambiente amazônico. A nossa guerreira não enfrenta ETs, nem bichos das profundezas, nem encantamentos e, tampouco, vilões com roupas prateadas coloridas. Itacira combate gente ardilosa, escravagista. Enfim, todos aqueles desprovidos de empatia pelo ser humano, pelo reino animal e por toda a natureza”, diz.

A iniciativa é apenas mais um insight resultante da criatividade do maranhense, cujo talento precisa ser reconhecido dentro e fora do estado. “Sou completamente realizado na minha profissão. Além da facilidade e rapidez de desenvolvimento de projetos, as ferramentas digitais nos trouxeram a capacidade de nos tornarmos artistas multifuncionais em diversos estilos”, diz ele, que iniciou a trajetória profissional pela Ekus Publicidade, passou pela Opendoor Propaganda e, atualmente, compõe o staff da AB Propaganda.

Waniel Jorge sempre diz que busca inspiração em Deus para conceber os seus projetos. “Deus é a razão da minha existência e é dele que vem toda a minha criatividade e disposição para colocar em prática tudo aquilo que imagino”, afirma.

O artista conta que a escassez de trabalho no Maranhão já era um problema e que, por essa razão, a pandemia pouco afetou. No entanto, ele torce para que haja mais incentivos na área do audiovisual do Maranhão. “Sem dúvida, com esses incentivos, a classe artística poderá mostrar ainda mais seu talento e deixar o povo maranhense honrado”.

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