Cinema

Homenagem a Sérgio Rezende em festival

Diretor conhecido por trabalhos como "O Homem da Capa Preta" e "Guerra de Canudos" será destaque na 44a edição do Festival Guarnicê de Cinema, a ser realizado de amanhã até o dia 24 de setembro, em São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Sérgio Rezende será homenageado durante o Festival Guarnicê de Cinema
Sérgio Rezende será homenageado durante o Festival Guarnicê de Cinema (Sérgio Rezende )

São Luís - Um dos mais competentes diretores de cinema no Brasil, Sérgio Rezende será homenageado na 44a edição do Festival Guarnicê de Cinema, a ser realizado de amanhã até o dia 24 de setembro, de forma híbrida, em São Luís. O filme “O Jardim Secreto de Mariana”, por ele dirigido, será exibido na abertura, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol). Além disso, haverá uma mostra especial destacando quatro de seus filmes: “Zuzu Angel”, “O Homem da Capa Preta”, “Lamarca” e “Guerra de Canudos”. A programação do festival acontecerá, também, no Teatro João do Vale (Praia Grande) e no Palacete Gentil Braga (Rua Grande).

A abertura será amanhã, às 19h no Teatro Arthur Azevedo, o filme “O Jardim Secreto de Mariana” será exibido logo após a solenidade de abertura, que será transmitida ao vivo no YouTube: festivalguarnicedecinema, no site guarnice.ufma.br e na TV UFMA. Quem quiser participar presencialmente, pode retirar os ingressos das 13h às 18h, na bilheteria do Teatro Arthur Azevedo.

Além do novo filme, a programação contará com uma mostra com quatro filmes do cineasta: “O Homem da Capa Preta”, Zuzu Angel, Lamarca e Guerra dos Canudos.

O longa-metragem “O Jardim Secreto de Mariana”, segundo Sérgio Rezende, maturou por um ano (pois começou a ser produzido antes da pandemia do novo coronavírus) até a equipe poder retomar a pós-produção e finalizá-lo. “Na verdade, eu já vinha cultivando o projeto há uns dez anos. Inicialmente, ele seria gravado na Europa, mas mudamos os planos devido aos custos. Além disso, a protagonista Andréia Horta, que contracena com Gustava Vaz, Paulo Gorgulho e Denise Weinberg estava comprometida com trabalhos na Rede Globo e teria pouco tempo para gravar. Mas deu tudo certo e filmamos em Inhotim, em Brumadinho (MG)”, contou o diretor.

O filme tem no elenco os atores Andréia Horta, Gustavo Vaz, Paulo Gorgulho e Denise Weinberg.

Trama - Ele frisou que o longa aborda a questão da maternidade, das relações afetivas e do amor sólido entre um homem e uma mulher. Na trama, o casal apaixonado parece ter uma vida perfeita, ambientada na bela chácara que chamam de lar e com a expectativa da chegada de um filho para aumentar a família: o maior sonho de Mariana. O relacionamento amoroso, até então inabalável, passa a sofrer em função do constante desgaste infligido pela impossibilidade de procriar. As dores, frustrações e ressentimentos do casal culminam em uma separação traumática, e é a partir desse distanciamento que os personagens mergulham no doloroso processo de reflexão sobre a fragilidade dos seres e das relações.

Sérgio Rezende revela que a filha, Maria Rezende, contribuiu no roteiro e montagem do filme. “Ela agregou seu olhar feminino, que enriqueceu bastante o projeto”, disse ele, que já realizou 14 longas-metragens, entre os quais os mais recentes “O Paciente – O Caso Tancredo Neves” e “Em Nome da Lei”.

Premiado no Brasil e exterior, é dele também o filme “Salve Geral”, indicado pelo Brasil ao Oscar 2010. Na televisão, escreveu e dirigiu as três temporadas da série “Questão de Família”. Em 2018, lançou o longa-metragem “O Paciente – O Caso Tancredo Neves”, um grande sucesso na crítica especializada.

Para o diretor, não tem sido fácil fazer cinema no Brasil nos últimos anos, principalmente pela falta de incentivo do governo federal. “Com a pandemia, sofremos um duplo ataque, pois além da doença, tivemos as ações negativas e devastadoras do governo na área da cultura. Não há recursos públicos e o que está vigorando são apenas as séries, que é uma tendência, atualmente. Vejo, também, uma violência contra a liberdade de expressão, quase uma censura. Mas nós sabemos que acabar com o cinema brasileiro é muito difícil, pois ele sempre renasce com as novas gerações”, disse.

Sérgio Rezende afirmou que ficou muito feliz pela homenagem que receberá no Festival Guarnicê de Cinema e aproveitou a oportunidade para relembrar o amigo e parceiro profissional maranhense José Louzeiro, com quem trabalhou. “Nossa primeira parceria foi com ‘O Homem da capa Preta’, mas fizemos outros projetos juntos, uma vez que fomos amigos de uma vida inteira. É bom saber que o Maranhão tem muitos talentos e que contribui para evitar a devastação do panorama cultural brasileiro, realizando festivais como esse. O meu muito obrigado”, finalizou.

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