Editorial

Mistura polêmica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

No cenário atual em que alguns estados avançam na vacinação para adolescentes, a exemplo do Maranhão, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pede ao Governo Federal que priorize a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em idosos acima dos 60 anos e imunossuprimidos.

Documento assinado por Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass, foi enviado ao ministro da Saúde Marcelo Queiroga e Rosana Leite, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19. É solicitado que, com o atraso da AstraZeneca para a segunda dose, o Programa Nacional de Imunização (PNI) suspenda a aplicação em adolescentes sem comorbidades enquanto os grupos prioritários não forem revacinados.

Além dos idosos com mais de 60 anos, o Conass também pede que o governo federal priorize a aplicação da dose de reforço naqueles que estão em lares de longa permanência ou são imunossuprimidos. O Conass entende que o momento exige unidade nacional nos atores tripartites e que a postura adequada para o momento é de buscar caminhos seguros e concretos para a plena cobertura vacinal da população brasileira. Atualmente, o Ministério da Saúde prevê a dose de reforço apenas para quem tem mais de 70 anos.

A justificativa, segundo o Conass, seria por causa das “recentes dificuldades observadas em diversas unidades da federação de disponibilidade da vacina AstraZeneca para a realização da segunda dose” e a “persistência da notificação de casos graves na população já vacinada com 60 anos ou mais”.

Nele, o Conass também pede que o Ministério da Saúde autorize a administração de doses heterólogas (vacina diferente da utilizada na primeira aplicação) quando houver "indisponibilidade objetiva do esquema homólogo", O ministro Queiroga, por sua vez, criticou a aplicação de doses heterólogas que não fossem para pessoas acima de 70 anos recebendo o reforço vacinal e em casos excepcionais.

Desde a semana passada, alguns Estados têm sofrido com o atraso na entrega de vacinas necessárias para a segunda dose e, na segunda-feira, 13, alguns estados passaram a aplicar a Pfizer em quem precisava tomar uma segunda dose da AstraZeneca e estava com o esquema vacinal atrasado.

Diante desse impasse, Queiroga chegou a chamar de “Torre de Babel” os critérios de aplicação de vacinas em todo o país. Segundo o ministro, os gestores de saúde deveriam utilizar vacinas da Pfizer como segunda dose para quem tomou AstraZeneca apenas em casos excepcionais. Ele entende que é preciso avançar na aplicação da segunda dose e não trocar o imunizante apenas por não estar disponível em dia nos postos.

Em relação à utilização da Coronavac para a dose de reforço, Queiroga voltou a cobrar a apresentação de dados pelo Instituto Butantan à Anvisa, como forma de liberar o registro definitivo da vacina produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Ele lembra que a ciência tem apontado que o sistema heterólogo é mais suficiente. A pasta da Saúde não recomenda o uso de CoronaVac em idosos, o que tem acontecido em São Paulo.

Uma boa notícia: o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA diminuiu o nível de alerta para viagens ao Brasil por conta de preocupações com a Covid-19 do nível “muito alto” para o “alto”. Antes, a agência recomendava que cidadãos americanos evitassem viagens ao território brasileiro, mas agora diz que os passageiros devem garantir que estejam totalmente imunizados antes de viajarem. Segundo as recomendações, aqueles que não estão protegidos só devem vir ao território brasileiro em extrema necessidade.


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