Estudo

MA pode deixar de criar 53 mil empregos se não universalizar saneamento

Dados do SNIS mostram que 48,4% da população maranhense é atendida com abastecimento de água, e apenas 11,5% têm coleta de esgoto

Kethlen Mata / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Maranhão avança lentamente na coleta de esgoto e abastecimento de água em residências, nos últimos 15 anos
Maranhão avança lentamente na coleta de esgoto e abastecimento de água em residências, nos últimos 15 anos (vala da macaúba)

São Luís – Um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex Ante Consultoria Econômica, mostra que no período de 2021 a 2055, haverá um movimento crescente de geração de emprego e renda durante a expansão das redes e a estabilização num patamar de 53 mil postos de trabalho, tudo isso, se houver a universalização do saneamento básico no Maranhão.

A pesquisa “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Maranhão”, visa elencar os ganhos sociais, ambientais e econômicos que a globalização do saneamento básico traria ao estado, um dos que possuem os maiores desafios em relação a levar água tratada, coleta e tratamento de esgotos.

Situação Atual
O Maranhão possui 7,1 milhões de habitantes espalhados em 217 municípios. Segundo informações do SNIS em 2019, apenas 48,4% da população é atendida com abastecimento de água, enquanto somente 11,5% possuem coleta de esgoto em suas residências. O estado avança lentamente nesse sentido, nos últimos 15 anos (2005 a 2019), dos atuais 7 milhões de habitantes, menos de 100 mil pessoas passaram a ter acesso ao serviço de abastecimento de água tratada e 246 mil passaram a ter o serviço de coleta de esgoto.

Quando se analisa a situação do saneamento básico nos 16 maiores municípios do estado (São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Codó, Paço do Lumiar, Açailândia, Bacabal, Balsas, Santa Inês, Barra do Corda, Pinheiro, Chapadinha, Santa Luzia e Buriticupu) o estudo mostra que, em 2019, de uma população de 7,1 milhões, 3,6 milhões de pessoas ainda moram em residências sem acesso à água tratada. Desse número, 184,6 mil residem em São Luís.

No caso do acesso à coleta de esgoto o número foi ainda maior, 6,6 milhões de habitantes moram em residências sem coleta de esgoto. Na capital 50,4% da população não tem acesso a esses serviços, ou seja, 554,8 mil habitantes.

Os recursos hídricos da região recebem uma carga de 160,6 milhões de m³ por ano de água poluída, o que equivale a cerca de 85 mil piscinas olímpicas de poluição por ano ou 233 piscinas olímpicas de poluição por dia. Os números explicitam que o Maranhão tem um longo trabalho no sentido da universalização desses serviços.

De acordo com o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, o Maranhão é um dos estudos que mais ganhará s caminhar para a universalização do serviço de água tratada e coleta e tratamento de esgoto.
“Serão mais de R$ 21,3 bilhões de ganhos, descontando os R$ 6 bilhões de investimentos necessário, mesmo assim ainda sobram mais de R$ 13 bilhões para o estado do Maranhão. São ganhos em redução de gastos com saúde, melhoria da educação, criação de milhares de postos de trabalho, melhoria do turismo”, destacou Edison Carlos.

SAIBA MAIS

Brasil

No Brasil, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano 2019, mostram que o país ainda possui 35 milhões de pessoas sem acesso à rede de água potável e mais de 100 milhões sem coleta dos esgotos. Somente 49% dos esgotos gerados no país são tratados, o que equivale a jogar todos os dias na natureza uma média de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento. A universalização dos serviços de saneamento e esgoto trariam inúmeros benefícios em diversas áreas econômicas e sociais, gerando ganhos que contribuiriam para o crescimento nacional.

Mesmo vivendo uma das maiores crises hídricas da história, com reservatórios vazios e riscos de falta de água para abastecimento humano e animal, agricultura e geração de energia, o Brasil ainda perde 39,2% da água potável nos sistemas de distribuição nas cidades, antes de chegar às casas. São mais de 7 mil piscinas olímpicas de água já potável perdidas por dia e uma maior eficiência no setor de saneamento ajudaria, e muito, a manter os reservatórios mais cheios.

O que é saneamento básico?

É um conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômicas de uma região, tais como abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. O saneamento básico é um direito garantido pela Constituição Federal e instituído pela Lei nº. 11.445/2007.

NÚMEROS

  • 53 mil empregos
  • R$ 21,3 bilhões em benefícios sociais
  • 11,5% da população possui coleta de esgoto
  • 48,4% é abastecida com água tratada

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