Protesto

Caminhoneiros bloqueiam estradas contra STF; presidente pede fim da mobilização

No Maranhão, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou ações do tipo em pelo menos dois pontos: Balsas e Campestre do Maranhão

Gilberto Léda da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(BR-230 caminhoneiros protesto)

SÃO LUÍS - Caminhoneiros realizaram na quarta-feira, 8, paralisações e bloqueios parciais em estradas de ao menos 12 Estados.

No Maranhão, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou ações do tipo em pelo menos dois pontos: Balsas e Campestre do Maranhão. O segundo foi liberado ainda ontem. Há possibilidade de bloqueios também em São Luís, na Estiva, e no Campo de Perizes.

O Ministério de Infraestrutura informou, em boletim divulgado à noite, que a PRF atuava para desbloquear os trechos. Segundo o órgão, em outros dois Estados também foram constatados "pontos de concentração" em rodovias, mas sem ligação com o movimento dos caminhoneiros.

Um dos líderes do movimento intitulado de "Caminhoneiros Patriotas", Francisco Burgardt, o Chicão Caminhoneiro, disse que entregará um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). "O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando através da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro está aqui (na Esplanada dos Ministérios) buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão", disse Chicão, que preside União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), em vídeo que circula pelas redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a gravar um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberassem as estradas do país. Na gravação, Bolsonaro disse que a ação "atrapalha a economia" e "prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres".

"Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu", disse o presidente na gravação.

Muitos dos caminhoneiros, no entanto, não acreditaram que se tratava um áudio autêntico do presidente da República e mantiveram as paralisações. Por conta disso, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, gravou um vídeo, com data e hora, confirmando a veracidade da fala.

Ele endossou o argumento de que os bloqueios iriam agravar a crise econômica e gerar prejuízos, sobretudo, aos mais pobres.

"Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, na inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Já temos hoje um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje também tem um componente internacional. E uma paralização vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves. Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. E, principalmente, prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República. Então, peço a todos que ouçam, que escutem atentamente às palavras do presidente, que a gente tenha serenidade para pavimentar um futuro melhor”, disse.

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