Opinião

Uma semana imprevisível

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

A semana que começa neste domingo,5, será marcada por muitos imprevistos, bravatas, ameaças e excessos. O tom político será marcado nesta terça-feira, 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, quando em diversas partes do país estão previstas manifestações em pró e contra o presidente Jair Bolsonaro, que já convocou os seus simpatizantes para uma demonstração de força e apoio ao governo. Aliás, em recente declaração, ele – em franca campanha pela reeleição - disse que os apoiadores vão mostrar “quem manda no Brasil”. O Brasil espera para ver o que acontecerá no dia 7.

No momento em que a crise entre os Poderes só aumenta, Bolsonaro, disse que os atos em sua defesa são uma “oportunidade” para tornar o país “realmente independente”. Afirmou, ainda, que quer transmitir, na terça-feira, uma mensagem principalmente para o Judiciário, poder com o qual se encontra em confronto desde que intensificou sua defesa do voto impresso, com ataques ao sistema eleitoral brasileiro. E arremata: “Esse país irá para onde vocês apontarem. Todos nós do Executivo, Legislativo e Judiciário temos obrigação de estar ao lado do povo. Vocês estarão mostrando, no próximo dia 7, que quem manda no Brasil são vocês. Nós temos a obrigação de fazer aquilo que vocês determinam”.

E a cada dia surgem mais declarações do presidente contra ministros do Supremo Tribunal Federal, ao dizer que os magistrados “impõem” suas vontades à população. No seu entendimento, chegou a hora de “nós nos tornarmos independentes para valer e dizer que não aceitamos que uma ou outra pessoa em Brasília queira impor a sua vontade. A vontade que vale é a vontade de todos vocês”.

A verdade é que existe um clima de expectativa muito grande no país por conta dessa data, com manifestações imprevisíveis nesta terça, muito diferente dos tradicionais desfiles de anos passados quando eram destacados os valores cívicos brasileiros e demonstrado o espírito patriótico. Vale lembrar que a tradição dos desfiles na data da Independência foi iniciada na década de 40 por Getúlio Vargas, que instituiu essa festividade, quando o Brasil era uma ditadura, sem Congresso e com outra Constituição outorgada.

Uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, às vésperas das manifestações do 7 de Setembro, revela que a adesão às teses mais extremistas do bolsonarismo aumentou 29% nas Polícias Militares, comparando o comportamento dos policiais em redes sociais neste ano com o que foi observado em 2020. A pesquisa constatou que o crescimento foi maior entre oficiais do que entre os praças.

Para se ter uma ideia do tamanho do fenômeno detectado pela pesquisa, basta comparar os números envolvendo a PM com os da população em geral. Ao todo, 27% dos PMs do país interagem em redes sociais em 2021, compartilhando, comentando ou curtindo publicações de páginas do que a pesquisa chama de “bolsonarismo radical”, que pertencem a grupos ou pessoas declaradamente fãs ou militantes do presidente – e que atuam “independentemente do jogo político ou das instituições”.

E no final de semana prolongado com feriados – 7 de Setembro e aniversário de São Luís - a Região Metropolitana deverá registrar vários eventos e, consequentemente, aglomerações, principalmente na orla marítima da capital maranhense onde estão localizados muitos estabelecimentos comerciais. Não custa lembrar que a variante Delta do coronavírus ainda é realidade, provocando internações hospitalares e riscos de óbitos. Portanto, as recomendações sanitárias como o uso de máscara e álcool gel nas mãos continua importante para evitar contaminações.

É preciso prudência e observar os exemplos ao redor do mundo. Ainda não vale relaxar precocemente com as medidas de segurança, como ocorreu com outros países, que precisaram voltar atrás. É possível viver a vida o mais próximo do normal, desde que mantendo as ações de prevenção à doença que "não tem prazo para acabar”. Todo o cuidado é pouco.


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