Combatendo o álcool

A.A. comemora 64 anos no Maranhão

A.A. trabalha em defesa da conscientização dos males causados pelo alcoolismo na pessoa

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
No país, o AA está completando 74 anos e, no Maranhão, 64 anos
No país, o AA está completando 74 anos e, no Maranhão, 64 anos (AA)

São Luís - O alcoolismo é uma doença grave que faz vítimas no mundo todo. Essa enfermidade atinge mais de 10% da população brasileira. Dados do Sistemas de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema oficial do Ministério da Saúde (MS), mostram que de 2019 para 2020, ano que início o período pandêmico da Covid-19, houve um aumento de 18,4% nos registros de mortes com causa relacionada a transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso excessivo de álcool no país. Em 2020, foram 7.621 mortes, principalmente, a partir do mês de abril, enquanto, no ano de 2019, contou com o registro de 6.428 óbitos.

No Brasil, o Grupo de Alcoólicos Anônimos (A.A) trabalha em defesa da conscientização dos males causados pela doença do alcoolismo e também tem salvando milhares de vidas. Em setembro deste ano, o Grupo de AA, no país, está fazendo 74 anos de existência e, no Maranhão, 64 anos. Em todo o estado, no momento, há em torno de 120 grupos, a maioria na Região Metropolitana de São Luís.

Em alusão a essa data de comemoração, o Comitê Trabalhando com os Outros está realizando uma série de atividades na Grande Ilha e no interior do estado com o objetivo de alertar sobre o perigo do álcool na vida do ser humano, inclusive, na família, no setor profissional e até mesmo no laço de amizade. “As ações começaram desde o último dia primeiro e vai ser estender até o próximo dia 7. Tendo como foco os órgãos correcionais e os educacionais como também as ações estão sendo divulgadas nos meios de comunicação”, declarou Lima, coordenador do Comitê Trabalhando com os Outros.

Ele disse que durante esse período as reuniões vão continuar normalmente nos grupos, inclusive, as ações voltaram a ser realizadas de forma presencial. “Em razão da pandemia, várias reuniões estavam acontecendo de forma online, mas, muitos grupos da Ilha e do interior do estado já voltaram a realizar os encontros de forma presencial trabalhando na conscientização e salvando vidas”, frisou Lima.

Trocando experiências

“Eu sou responsável por qualquer um, seja onde for, quando estender a mão pedindo ajuda”. Esta é uma das mensagens repassada durante os encontros de Grupo de A.A. Lima disse que um dos primeiros passos que a pessoa deve tomar é admitir que está passando pela doença de alcoolismo.

Ele contou que no próximo dia 9 vai completar 21 anos que não consome bebida alcoólica. Começou a beber aos 14 anos de idade na companhia de amigos e aos 29 procurou a primeira ajuda no Grupo de A.A, mas, acabou deixando de frequentar. Em setembro de 2000, ele retornou e não deixou mais de frequentar as reuniões no grupo.

Lima afirmou que o encontro tem duração de duas horas de relógio. Durante esse tempo, os membros podem dar o seu depoimento de vida no decorrer de 10 minutos. “Na verdade, há uma troca de experiência de vida. Isso acaba nos fortalecendo e livrando do álcool”, afirmou o coordenador do Comitê Trabalhando com os Outros.

Ele também informou que as pessoas podem entrar em contato com o Grupo de A.A por meio do telefone 98-3222-4050 ou pelo aplicativo do WhatsAPP de número 98-99984-2846. “Sempre lembramos que o grupo já conseguiu salvar ao longo da sua existência milhares de vidas em todo o país”, afirmou Lima.

A assistente social, Ilma Cardoso, disse que no momento há os Grupos de Familiares Al-Anon. Esta é uma associação de parentes e amigos de alcoólicos que durante os encontros compartilham sua experiência, força e esperança com a esperança de solucionar os problemas que possuem em comum. “Acreditamos que o alcoolismo é uma doença que atinge a família e uma mudança nas atitudes pode contribuir na recuperação do doente”, contou Ilma Cardoso.

Ela também comentou que há o Alateen, que faz parte dos Grupos Familiares do Al-Anon, e sendo constituído por pessoas jovens e adolescentes que tiveram suas vidas afetadas pelo alcoolismo de membros da família ou amigos próximos.

A.A no Maranhão

O Maranhão foi o terceiro estado a instalar o Grupo de A.A no país. Primeiramente foi o Rio de Janeiro e, em segundo lugar, a Bahia. Um carioca que foi o transmissor dessa mensagem ao maranhense Magno Filgueiras, que era bebedor há cerca de 20 anos. No ano de 1957, chegava a São Luís a mensagem da irmandade A.A.

Até o ano de 1974, o Grupo Central de A.A funcionou na residência de Magno, localizada no Centro, logo após, as reuniões começaram a ocorrer em um dos salões da Igreja São João. No ano de 1975 foi fundado o Grupo Esperança de Fátima, no Bairro de Fátima e, em 1977, transferiu para o Salão Paroquial da Igreja São Vicente de Paulo, no Apeadouro.

Na década de 80 houve a explosão de crescimento de A.A. Neste período foram criados mais de oitenta grupos, só na capital, foram fundados mais de 60 grupos. A interiorização, também teve início nesta época e entre as cidades Imperatriz, Caxias, Timon e outras.

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