Artes cênicas

Ensaios de Fruição para fortalecer vínculos com o público

"Que os Mortos Enterrem Seus Mortos", de Samir Yazbek, abre a ação do Itaú Cultural com ensaios on-line nos dias 4 e 11 deste mês

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Atriz Helena Ranaldi
Atriz Helena Ranaldi (Helena Ranaldi)

São Paulo - Neste mês, o Itaú Cultural estreia Ensaios de Fruição, programação que tem como proposta fortalecer vínculos com novos ou habituais públicos das artes cênicas, abrindo os processos de criação de espetáculos que ainda estão para entrar em cena. “Que os Mortos Enterrem Seus Mortos”, texto de Samir Yazbek dá início a essa ação com a abertura dos ensaios on-line ao público nos dias 4 e 11 de setembro (sábados), às 15h. Na quarta-feira, 22, às 20h, tem leitura na íntegra feita pelas atrizes Helena Ranaldi e Maria Fernanda Cândido. No ano passado, elas fizeram uma das primeiras apresentações do texto na programação virtual do Itaú Cultural.

Gratuitas, todas as atividades do Encontros de Fruição acontecem pela plataforma Zoom, contando sempre com interpretação em Libras. Para participar, os interessados devem reservar seus ingressos pela Sympla. Mais informações no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br.

No primeiro sábado, 4, o encontro conta com falas do autor Samir Yazbek sobre a dramaturgia e do diretor Marcelo Lazzaratto e das atrizes Helena Ranaldi e Maria Fernanda Cândido a respeito de suas perspectivas da interpretação. O roteiro inclui, ainda, a leitura de um trecho da peça, abrindo espaço, na sequência, para um diálogo do elenco com o público.

No segundo dia, 11, a proposta é fazer mais uma leitura de trechos do texto e um ensaio geral da leitura. Assim como na primeira semana, o encontro fecha com uma troca desses bastidores com a plateia virtual. Por fim, em 22 de setembro (quarta-feira), às 20h, Helena e Maria Fernanda fazem a leitura na íntegra da peça, sob direção de Marcelo Lazzaratto.

No texto de Samir Yazbek, ao tentar recomeçar a sua vida no Líbano, terra de seus antepassados, uma mulher recebe a visita de sua mãe já morta, insistindo para que ela retorne ao Brasil. O diálogo enfatiza as diferenças culturais entre os dois países – assim como o abismo que separa o mundo atual e o de meados do século XX–, no qual a mãe sugere à filha aprofundar os seus laços com o país para onde ela havia migrado naquele fim de século. Esse é o ponto de partida para aflorarem as subjetividades das duas mulheres. Aspectos psicológicos, sociais e míticos amalgamam a relação das duas, ao mesmo tempo tão próximas e tão distintas.

Sobre atrizes, autor e diretor

Helena Ranaldi iniciou sua carreira no teatro em 1989, trabalhando durante dois anos consecutivos com o diretor Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral. Atuou na tevê em aproximadamente 25 novelas. No teatro, destacam-se peças como Os Sete Gatinhos (1998), indicada ao Prêmio Mambembe de melhor atriz, e Bonitinha Mas Ordinária (2000), ambas de Nelson Rodrigues – direção de Moacyr Góes –, A Paixão Segundo Nelson (2016), com adaptação de Zeca Baleiro – direção de Débora Dubois –, Se Existe Eu Ainda Não Encontrei e Cordel do Amor Sem Fim, ambas sob direção de Daniel Alvim.

Maria Fernanda Cândido iniciou sua carreira de atriz na televisão em 1997 mesmo ano em que estreou nos palcos de teatro com o espetáculo Anchieta, Nossa História. Com extensa carreira na tevê, tem participações em mais de 25 em telenovelas, minisséries. No cinema, participou de mais de 10 longas. Já no teatro, participou de diversos espetáculos com diretores renomados. É o caso deO Evangelho Segundo Jesus Cristo, com direção de José Possi Neto, Pequenos Crimes Conjugais, direção Marcio Aurélio, Ligações Perigosas, direção de Mauro Baptista Vedia, Toca do Coelho, direção de Dan Stulbach, e Troilo e Créssida, direção de Jô Soares.

Marcelo Lazzaratto é ator, diretor e professor do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas / Unicamp. É diretor artístico da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico. Desenvolve o Campo de Visão, sistema improvisacional e pressuposto estético, e é autor do livro Campo de Visão, Exercício e Linguagem Cênica.

Samir Yazbek é dramaturgo, professor e Mestre em Letras pela Universidade de São Paulo / USP. É autor das peças O Fingidor (Prêmio Shell 1999 de melhor autor), A Terra Prometida (entre os 10 melhores espetáculos de 2001, por O Globo), A Entrevista (Lígia Cortez indicada ao Prêmio Shell 2004 de Melhor Atriz), As Folhas do Cedro (Prêmio APCA 2010 de Melhor Autor) e O Eterno Retorno (indicada na categoria dramaturgia pelo prêmio Aplauso Brasil 2018), entre outras. Leciona na ESCH (Escola Superior de Artes Célia Helena), onde, atualmente, também coordena a Pós-Graduação em Dramaturgia.

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