Opinião

Repercussão da renúncia de Jânio no Maranhão

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(sarney)

São Luís - Na sucessão ao governo do Maranhão, em 1960, o deputado federal José Sarney, presidente Regional da UDN, rompe com as Oposições Coligadas e faz um inesperado acordo para apoiar a candidatura de Newton Bello ao Palácio dos Leões.

A aliança com o vitorinismo custa a Sarney um preço alto, principalmente da parte do deputado Clodomir Millet, que, através de artigos contundentes e publicados no Jornal do Povo, o execrava de maneira impiedosa junto ao eleitorado.

A vitória de Jânio à presidência da República e de Newton Bello ao governo do Estado, proporcionaram a Sarney elevado cacife político a nível estadual e nacional, ele, que conquistara um lugar ao sol na cena pública brasileira por ser um dos líderes do movimento de renovação da UDN, denominado “Bossa Nova”, que emprestava irrestrito apoio ao governo de Jânio, fato do qual se aproveitou o governador Newton Bello para fazer do parlamentar udenista o seu porta-voz no Palácio do Planalto.

Mas essa situação política demorou pouco tempo, pois temperamental e imprevisível como o era, Jânio Quadros desentende-se com o governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, que o atacava impiedosamente e termina por leva-lo à renúncia do cargo de presidente da República, no dia 25 de agosto de 1961, evento ocorrido há sessenta anos.

A renúncia de Jânio abre uma crise política no País, que leva o presidencialismo a ceder lugar ao parlamentarismo, para evitar o vice-presidente João Goulart de assumir o poder como chefe de governo.
Diante desse novo quadro político-institucional no País, a UDN perde força e o PSD, por ser o partido majoritário, reconquista o lugar que desde a redemocratização desfrutava na vida brasileira, com isso, José Sarney sai de cena e Vitorino volta a ser novamente a figura através do qual os problemas do Maranhão são tratados e resolvidos no Palácio do Planalto.

Sem que nada mais pudesse oferecer ao governador Newton Bello, este, passa a hostilizar Sarney, fazendo-o retornar ao bloco oposicionista, a despeito das restrições do deputado Clodomir Millet.
Sarney, reintegrado às Oposições Coligadas, fustiga o quanto pode o governador Newton Bello e, por conta disso, nas eleições de 1962, recebe uma votação extraordinária do povo maranhense, principalmente em São Luís, onde suplanta a votação de Neiva Moreira, considerado o grande líder popular da Ilha, fato que o credencia a disputar as eleições de 1965 como o candidato das Oposições ao governo do Estado.

De olho na polícia
A grande preocupação do governador Flávio Dino, nesta reta final de seu mandato, é com a Polícia Militar do Estado.
Com um olho no padre e o outro na missa, Flávio não quer ver em hipótese alguma, membros do escalão superior da Polícia Militar do Estado envolvidos com a política e prestando apoio ou solidariedade às bravatas do presidente Jair Bolsonaro e de suas manobras rasteiras para se reeleger em 2022 ao Palácio do Planalto.

Liturgia do Cargo
Se o presidente Jair Bolsonaro tivesse o mínimo de respeito pelo cargo que ocupa, deveria se lembrar do que registrou o ex-presidente José Sarney, quando se encontrava à frente dos destinos do Brasil, com relação à liturgia do cargo: “ Quem é presidente tem que obedecer à liturgia do cargo. Porque a cadeira do cargo é litúrgica. Ela é maior do que o presidente. O presidente é quem tem que se adaptar à cadeira, não é a cadeira que tem que se adaptar ao presidente”.
Aprende, Bolsonaro.

Lula e Roseana
Na conversa com Roseana e José Sarney, assistida apenas pelos ex-senadores João Alberto e Edson Lobão, o ex-presidente Lula disse à ex-governadora: - Por que você não se candidata ao cargo de governador do Maranhão, pois é excelente o seu desempenho nas pesquisas à sucessão de Flávio Dino.
Em resposta, Roseana disse a Lula: - Só serei candidata ao Governo se você me apoiar.

Jabutizada à João Alberto
O ex-senador João Alberto é um arrebatado apreciador de uma das comidas mais exóticas da culinária maranhense: jabuti ao molho de coco babaçu.
Além de degustador, sabe prepará-lo com arte e capricho, o que fez sábado passado e levou para saboreá-lo com o ex-presidente José Sarney, outro viciado em jabutizada.
Os dois sentaram na mesa e só levantaram quando a jabutizada foi literalmente consumida.

Eleição e posse
O presidente da Academia Maranhense de Letras, Carlos Gaspar, já definiu as datas para a eleição à vaga do escritor Sálvio Dino e a posse do novo imortal, Reinaldo Soares Fonseca.
A eleição para a cadeira de Sálvio, em que um dos concorrentes é o governador Flávio Dino, será a 21 de outubro vindouro.
A posse de Reinaldo está marcada para 18 de novembro e será recepcionado pelo intelectual Alberto Tavares.

Mercado Automobilístico
Por incrível que pareça, no momento, quem está em alta em São Luís é o mercado automobilístico.
Os carros novos são comprados pelos consumidores locais e os usados vão para fora do Estado.
As concessionárias nunca faturaram tanto quanto neste ano da pandemia.

Jânio e Cola Jesus
Na campanha eleitoral de 1961, com vistas à presidência da República, o candidato da UDN, Jânio Quadros, fez um comício monumental no Largo do Carmo, em São Luís.
Depois do comício, participou de um jantar oferecido por Sarney, à base de comidas típicas e do guaraná Jesus.
Meses depois, Jânio, no exercício do cargo de presidente do Brasil, volta a São Luís para uma reunião com os governadores do Nordeste. Ao sentar-se à mesa, viu uma grande quantidade do guaraná Jesus. Antes de ser servido, chamou José Sarney e pediu para recolher aquelas garrafas de água doce e cor de rosa, que não lhe fizeram bem à saúde.

Deputado e Promotor
Se o promotor público, Cláudio Guimarães, e o deputado estadual, Yglésio Moysés, por causa de um desentendimento na Praia do Olho D’água, tivessem se atracado literalmente, a grande maioria da população teria ficado ao lado do parlamentar e torcido para ele aplicar uma boa sova no membro do Ministério Público.

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