eleições 2022

Secretário reforça tese de permanência de Dino até o fim do mandato

Simplício Araújo falou sobre a crise instalada no núcleo do Governo por causa da eleição de 2022

Gilberto Léda da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(Simplicio Araújo)

SÃO LUÍS - O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo, revelou na quarta-feira, 25, em entrevista ao Panorama, da Rádio Mirante, que o governador Flávio Dino (PSB) pode promover uma "correção de rumos" na sua sucessão.

Segundo ele, se o grupo de pré-candidatos governistas – que tem ainda, além do próprio Simplício, Carlos Brandão (PSDB), Weverton Rocha (PDT) e Josimar Maranhãozinho (PL) – não chegar a um entendimento sobre o pleito, o socialista pode permanecer no cargo até o fim do mandato, para comandar o processo.

Isso ocorreria, na avaliação do titular da Seinc, em caso de uma chance real de ruptura na base.

“Essa é uma avaliação minha. O governador não me disse nada”, ressaltou Araújo, acrescentando que Dino “não aceita chantagem” e que ele nunca teve apego a cargos, por isso, não teria problemas em ficar sem mandato a partir de 2023.

Ainda na entrevista, Simplício Araújo detalhou o que o levou a declarar a sua pré-candidatura ao Governo do Estado para o pleito de 2022, mesmo observando uma polaridade entre Brandão e Weverton.

“Eu tenho recebido com muita humildade e alegria, há mais de três anos, pessoas que conhecem o meu trabalho, porque tem duas coisas que você tem que olhar na tua vida: quem te conhece e quem ainda não te conhece. Então, quem me conhece, me diz que eu sou o melhor nome para ser o sucessor do governador Flávio Dino. São pessoas que não precisam fazer média comigo e eu também não tenho amizades que precisem fazer média comigo, porque eu também não tenho. Eu tenho uma secretaria que tem o menor orçamento do estado, que não atinge a população de uma forma mais maciça, então eu acho que a gente tem que ter um senso também. Eu sou uma pessoa que tem uma autocrítica muito forte e eu tenho muita humildade das minhas coisas”, disse, ressaltando que o cenário atual está propicio ao surgimento de um nome que não seja intrinsecamente ligado à classe política.

“Quando eu olho para o cenário, eu acredito que essas pessoas estão dizendo, então eu discuti com esse grupo que me rodeia, com o meu partido, com o governador e com algumas pessoas do grupo do governador sobre esse movimento, que eu relutei em aceitar, mas vi, pelo grande espaço que existe hoje na política do Maranhão, que cabe. Eu nunca, na minha vida, fiz nada mal feito. Nada. Tudo que eu entrei, eu entro para fazer de uma forma dedicada, de uma forma que realmente surta um bom efeito”, afirmou o secretário.

Simplício comentou a reunião de julho, em que foram acordadas condições para a escolha de um nome que possa representar o grupo do governador Flávio Dino nas eleições do próximo ano.

“Se o governador tivesse algum candidato favorito, não tenho dúvida de que ele já teria apontado quem é. O governador pensa muito parecido com tudo que eu falei aqui. O governador não é de empurrar ninguém goela abaixo de ninguém. A prova disso: as eleições municipais. Se o governador fosse agir na política com mão de ferro, ele teria indicado quem seria o seu candidato e empurrado goela abaixo de seus aliados. Ele respeitou a todos, todos poderão ter os seus candidatos agora ele vai fazer a movimentação, ele vai conduzir o processo da sucessão, seja a que custo for. Eu acredito que ele tem várias alternativas, são quatro pré-candidatos, apenas quatro candidatos. Nós temos hoje um diálogo bom, eu, o senador Weverton, o deputado Josimar e o vice-governador Carlos Brandão. Nós nos respeitamos, e eu acredito que acima de nós, está o povo do Maranhão. Se o povo do Maranhão sinalizar para qualquer um de nós, nós com toda certeza haveremos de entender que o sinalizado é aquele, que deve ser o escolhido para conduzir o estado do Maranhão nos próximos anos”, afirmou.

Flávio Dino já admite ficar no cargo

Em recente entrevista à revista Carta Capital, o próprio governador Flávio Dino já admitiu a possibilidade de ficar no mandato até o fim de 2022. Nesse caso, ele abdicaria de uma candidatura ao Senado.

A "tendência mais forte”, no entanto, segue sendo a de deixar o governo em abril do ano que vem para ser candidato a senador.

“É a tendência mais forte [candidatura ao Senado], mas há um outro cenário de permanecer no governo até o fim, porque seria uma forma de contribuir para a proteção da democracia, fazendo do governo uma trincheira de resistência democrática, mas hoje é improvável essa ideia, a ideia mais forte é a pré-candidatura ao Senado, inclusive para contribuir no Congresso Nacional para um novo ciclo de progresso no Brasil”, afirmou Dino.

Na ocasião, ele ressaltou que ainda há tempo para articulações. “Estamos ainda no mês de agosto e o prazo de desincompatibilização é abril e as convenções serão julho/agosto de 2022, quer dizer, nós temos um ano até lá, mas a tendência mais forte é o Senado”, completou.

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