Violência em alta

Cidade Olímpica e Coroadinho têm mais assassinatos este ano

Relatório do CAOP-Crim, mostra que, em toda a Ilha, já ocorreram 203 mortes violentas intencionais; média é de 29 casos por mês

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Jadson e Raimundo foram mortos no bairro Coroadinho, este ano
Jadson e Raimundo foram mortos no bairro Coroadinho, este ano (MORTE)

São Luís - Cidade Olímpica e Coroadinho foram os bairros da Ilha que mais registraram assassinatos de janeiro a julho deste ano, segundo o relatório do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOp-Crim) do Ministério Público do Maranhão, que foi divulgado ontem. Os dados do CAOP-Crim também motram que, durante esse período, ocorreram 203 mortes violentas intencionais na Região Metropolitana de São Luís, com média mensal de 29 casos e de uma morte por dia.
De janeiro a julho deste ano, foram registradas 203 mortes violentas intencionais na Ilha, sendo 173 casos tipificados pela polícia como crime de homicídio doloso, 16 como latrocínio (roubo seguido de morte), 10 por intervenção policial e quatro não esclarecidos.

Ainda de acordo com o CAOP-Crim, somente no mês passado, ocorreram 30 mortes violentas, das quais 26 foram consideradas pela polícia como homicídio doloso, dois crimes de latrocínio e duas pessoas foram mortas em confronto com a polícia. Enquanto, agosto já teve o registro de 23 homicídios dolosos, dois latrocínios e dois casos em decorrência de intervenção policial.

Bairros violentos
Os dados do CAOP-Crim mostram que os bairros com a maior quantidade de casos são Cidade Olímpica e Coroadinho, ambos com sete mortes. Em seguida, Cidade Operária e Residencial Nova Vida, com cinco em cada um; e Bequimão e Jardim São Cristóvão, com três casos de mortes violentas intencionais em cada.

Uma das pessoas mortas na área do Coroadinho foram, o proprietário de um bar, Raimundo Coelho Cabral, de 51 anos, e Jadson de Jesus Ribeiro, Jal, de 21 anos. Esse duplo homicídio ocorreu no dia 4 de julho deste ano, no Alto de São Sebastião.

De acordo com a polícia, o dono do bar foi morto a tiros, enquanto Jal foi vítima de linchamento. Raimundo Cabral teria discutido com uma pessoa, que estava em seu bar, possivelmente em razão do fechamento do estabelecimento comercial.
Raimundo Cabral estava limpando o bar, segundo a polícia, quando foi baleado e morto por Jadson Leite. Testemunhas revoltadas lincharam Jadson Leite, que teria envolvimento em facção criminosa.

Na Cidade Olímpica, no dia 28 de junho deste ano, foi executado Alex de Sousa Reis, de 24 anos, dentro de sua residência, de acordo com a polícia, por faccionados. A polícia informou que os criminosos foram até o local para executar o irmão de Alex, que conseguiu fugir pulando o muro do vizinho. A vítima foi alveja na perna e no peito, enquanto, os suspeitos fugiram em um veículo Fiat Uno vermelho, de placas não identificadas.

Mortes violentas
As mortes violentas intencionais são uma metodologia utilizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) para a elaboração do Atlas da Violência, que afere os dados sobre mortalidade violenta. Nesse levantamento são contemplados os homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte, latrocínios (roubos seguidos de morte), vitimização policial, mortes decorrentes de intervenção policial, lesões com morte posterior e mortes em presídios.

O relatório também oferece informações sobre os municípios em que ocorreram os crimes, o gênero e a faixa etária das vítimas, as armas utilizadas pelos agressores, entre outros itens. Das 203 mortes violentas intencionais, 154 ocorreram em São Luís, 33 em São José de Ribamar, 12 em Paço do Lumiar, duas na Raposa e duas em locais indefinidos; 189 vítimas foram do sexo masculino e 14 do feminino; 101 vítimas estavam na faixa etária de 20 a 29 anos.

Metodologia
Para aferição dos casos de mortes violentas intencionais, o CAOp-Crim adota como base de dados os registros mensais do Instituto Médico Legal (IML), que são cruzados com os boletins de ocorrência registrados no Sistema Integrado de Gestão do Maranhão (Sigma) da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Depois de levantar os dados, a equipe do CAOp-Crim atualiza os dados e gera os relatórios que são disponibilzados ao público na página do MPMA.

O promotor de Justiça, Marco Aurélio Ramos Fonseca, que é coordenador do CAOp-Crim, disse que o acompanhamento dos registros das ações e mortes violentas é importante para se ter uma visão de como estão se desenvolvendo essas ações. “Temos um instrumento de política criminal, tanto da parte do MP como das forças de segurança, para atuarem no sentido de diminuir ou reprimir essas ações”, frisou Marco Aurélio Ramos.

NÚMERO

203 mortes violentas intencionais ocorreram ao longo dos sete primeiros deste ano na Ilha

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