Combate

Maranhão é alvo de duas operações da Polícia Federal

Ação policial tem como objetivo combater a extração ilegal de madeiras nas terras indígenas

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Operação Araribóia da Polícia Federal aconteceu em terras indígenas
Operação Araribóia da Polícia Federal aconteceu em terras indígenas (operação)

A Polícia Federal realizou ontem duas ações no Maranhão. Uma delas foi denominada Operação Ybirá, na cidade de Buriticupu, com o objetivo de combater a extração ilegal de madeira na Terra Indígena Arariboia, oriunda da atuação clandestina de madeireiros. De acordo com a polícia, esses madeireiros fazem funcionar serrarias e movelarias sem licença dos órgãos ambientais competentes.

Ainda segundo a polícia, essa atividade ilícita estimula a invasão no território indígena e intensifica o desmatamento e a prática de outros crimes ambientais correlatos, expondo a risco à sobrevivência das comunidades indígenas, principalmente dos grupos isolados, os Awá-Guajás.

Durante as atividades, os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão em Buriticupu, decorrentes da análise de alertas de corte seletivo detectado pelo Planet, por meio do Programa Brasil M.A.I.S. e por levantamentos de campo realizados com o escopo de reprimir a atividade ilícita de madeireiros e a consequente derrubada de árvores nativas para a extração da madeira sem autorização, o transporte, depósito, beneficiamento e comércio ilegal do produto florestal, que ocorrem na margem da Terra Indígena Arariboia.

A polícia também informou que os investigados poderão responder por crimes como receptação qualificada (art. 180, §1° do CPB), transporte e depósito de produto de origem vegetal sem licença válida, funcionamento de estabelecimentos potencialmente poluidores sem autorização (art. 46, parágrafo único e art. 60 da Lei 9.605/98), dentre outros. Se condenados, as penas dos investigados podem chegar a nove anos e seis meses de prisão.

Participaram da operação mais de 20 policiais federais, com o apoio dos seguintes órgãos parceiros: IBAMA, Força Nacional, Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Funai e o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). A operação foi denominada Ybyrá que é um termo tupi-guarani que significa madeira.

Prionistirio
A Polícia Federal também desencadeou a Operação Prionistirio, na cidade de Amarante, que tem por escopo combater a extração ilegal de madeira na região da Terra Indígena Arariboia. Segundo a polícia, a investigação teve início em janeiro deste ano e após a realização de inúmeras diligências, foi possível identificar e qualificar vários pontos de extração de madeira, serrarias, movelarias e residências com atuação criminosa naquela Reserva.

A Polícia Federal representou judicialmente por nove mandados de busca e apreensão, sendo tais pedidos deferidos pela 2º Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Imperatriz, no Estado do Maranhão. Além das buscas, a operação teve como objetivo a descapitalização dos envolvidos com o sequestro de bens e valores, bem como destruição in loco de maquinários e produtos do crime. Se condenados, as penas dos investigados podem chegar a nove anos e seis meses de prisão. O termo Prionistirio vem do grego e significa serraria. Foi escolhido em referência às serrarias utilizadas pelo grupo criminoso para processar a madeira extraída de dentro da terra indígena.

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