Eleições 2022

Ao lado de Brandão e Weverton, Lula evita falar sobre destino do PT

Ex-presidente da República, em agenda de pré-campanha no estado, evitou falar sobre a posição do seu partido nas eleições de 2022 no Maranhão

Gilberto Léda da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(Lula e Flávio Dino vacina)

SÃO LUÍS - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou falar com a imprensa, ontem - após visita ao Hospital da Ilha, obra do Governo do Estado em São Luís -, sobre o destino do seu partido, o PT, na disputa pelas eleições de 2022 no Maranhão.

Buscam apoio da sigla dois dos principais pré-candidatos ao governado da base aliada ao governador Flávio
Dino (PSB): o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT).

O tucano tem apostado na proximidade de Dino e Lula, e no apoio do comando estadual da legenda petista. Já
o pedetista acredita que se articulando por Brasília - e com o apoio de Zé Dirceu, por exemplo -, conseguirá
melhor êxito.

O ex-presidente, no entanto, deve tratar do assunto hoje, durante entrevista coletiva marcada para as 12h.

Críticas
Em seu discurso, após passagem pelo canteiro de obras da nova unidade hospitalar da capital, Lula exaltou a
campanha de vacinação contra a Covid-19 no Maranhão, elogiou prefeitos e os demais governadores do
Nordeste, e fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mesmo sem citá-lo.

“A cena que nós vimos aqui, hoje, de três trabalhadores tomando vacina, é uma coisa que, se tivesse sido feita
com responsabilidade e com cuidado, certamente a gente teria, hoje, no Brasil, menos da metade das mortes
que nós tivemos [por Covid-19]”, disse, referindo-se à aplicação de segunda dose em trabalhadores da
construção civil maranhense. Três deles foram imunizados no palanque montado para o evento de ontem. As
vacilas aplicadas no Maranhão, como nos demais estados brasileiros, são distribuídas pelo Ministério da Saúde.
Para o ex-presidente, os governadores do Nordeste fizeram certo em "brigar contra um governo central que
cometeu o erro clássico de não acreditar nas coisas”.

"Graças a Deus, a gente teve um consórcio de governadores do Nordeste brasileiro que resolveram brigar.
Brigar contra um governo central que cometeu o erro clássico de não acreditar nas coisas. Ele não acreditou na
Ciência, desrespeitou todos os princípios básicos de um chefe de estado”, afirmou.

Segundo Lula, Bolsonaro deveria ter ouvido especialistas no início da pandemia, o que, na sua opinião, teria
evitado mortes.

“Ele [Jair Bolsonaro] poderia ter ouvido os cientistas brasileiros, ter ouvido os médicos brasileiros, ter ouvido os
pesquisadores brasileiros, ter ouvido os governadores brasileiros, ter ouvido os secretários de Saúde de cada
estado, criado um protocolo, comprado as vacinas no tempo correto, e, certamente, a gente não estaria
chorando, hoje, quase 600 mil mortes no Brasil”, completou.

E emendou, atribuindo irresponsabilidade do governo federal na condução do combate ao novo coronavírus.

“Os governadores estão brigando para fazer aquilo que deveria ser feito pelo governo central. Então, a gente
tem que dar uma resposta, se o governo brasileiro não tem responsabilidade para cuidar de uma pandemia
como essa, uma pandemia que, em poucos meses, condenou todos os povos do mundo, ninguém consegui escapar. Portanto, eu acho que o que vocês estão fazendo aqui é dando uma lição de moral no governo federal,
no ministro da Saúde, dizendo: ‘Olha, nós estamos fazendo a nossa parte, façam a parte de vocês. Parem de
mentir, parem de receitar remédio que não cura o Covid, parem de mostrar a cara sem máscara. Sejam
responsáveis, porque o povo brasileiro gosta do povo brasileiro’”.

Dino exalta combate à pandemia no Maranhão

Em discurso antes do ex-presidente Lula, o governador Flávio Dino destacou feitos da sua gestão no combate à
pandemia da Covid-19.

Segundo ele, foram ações do governo estadual que levaram o Maranhão a ter a menor taxa de mortalidade pelo
novo coronavirus no Brasil.

"O Maranhão tem a menor taxa de mortalidade por coronavírus no Brasil, e isso é um mérito dos nosso
profissionais de saúde. E isso é um mérito da seriedade com que a gente encarou todos os problemas no
combate à pandemia”, disse, mencionando "uso de máscara, medidas preventivas, e, agora, vacinação”.

Ao citar, também, "assistência hospitalar” como parte do processo de controle do vírus, ele destacou a
importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e da construção de mais hospitais públicos.

“Se cada um tivesse que pagar o seu hospital, tinha morrido o dobro de gente no Brasil. Essa é a realidade”,
comentou.

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