Queda nas internações

Cai para 51,18% a ocupação dos leitos de UTI Covid no Maranhão, atesta SES

Com baixa ocupação, entre leitos de enfermaria e UTI, Maranhão sai da zona de alerta e redes estadual e municipal começam a desinstalar leitos de Covid-19 para destinar a outros setores

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Com mais leitos vazios contra a covid, começam a ser feitos remanejamentos
Com mais leitos vazios contra a covid, começam a ser feitos remanejamentos (Imperatriz)

São Luís – A ocupação de leitos de UTI em todo o Maranhão é de 51,18%, de acordo com dados disponibilizados pela Secretária de Estado da Saúde (SES) na última quarta-feira (11). A rede estadual de saúde dispõe, atualmente, de 422 leitos de UTI exclusivos para pacientes da Covid-19.

Segundo o Observatório Covid-19, somando a situação de todos os leitos (UTI + enfermarias), a ocupação é de 52%, o que retira o Maranhão da situação de alerta. Com relação apenas aos leitos clínicos da rede estadual, a ocupação está com cerca de 31%. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a queda na ocupação de leitos está sendo visível em todo o país e é causada, principalmente, pelo avanço da vacinação.

“As vacinas têm claramente contribuído para a redução de casos graves, internações e óbitos no país. As pessoas vacinadas certamente estão com uma proteção melhor em relação ao risco de evoluir para casos graves e internações, do que pessoas ainda não vacinadas”, foi destacado na pesquisa. De acordo com os dados disponibilizados pelo consórcio de Imprensa, 43,37% da população total do Maranhão já tomou pelo menos a primeira dose.

A análise constatou ainda que, no cenário nacional, o número de óbitos reduziu 1,1% em relação à semana anterior. A incidência de novos casos, ao mesmo tempo, diminuiu 0,8% por dia. Essa disparidade entre a velocidade de queda da mortalidade e a queda da incidência de casos é atribuída à vacinação, com a infecção produzindo menor impacto sobre hospitalizações e óbitos. Como consequência, de acordo com o estudo, foi observada uma pequena redução da letalidade, agora em 2,7%.

É preciso avançar na vacinação
Contudo, apesar da queda de internações, a pesquisa alerta para a necessidade de acelerar o processo de imunização no país, combinando com vigilância em saúde, amplo uso de máscaras e medidas de distanciamento físico e social, pois ainda é possível aumentar o número de casos por variantes do vírus.

“O surgimento e crescimento da presença de novas variantes, como a Delta, deve manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena. É importante observar que nenhuma vacina é 100% eficaz, de modo que pessoas vacinadas podem se infectar, ainda que em menor proporção do que os não vacinados e com risco bastante reduzido de evoluir para quadros mais graves, como também transmitir o vírus”, destaca a pesquisa.

Em entrevista ao jornalista Clóvis Cabalau, na TV Mirante, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, destacou que a procura pela segunda dose ainda está muito baixa no Maranhão, e é necessário o retorno dessas pessoas para que a imunização possa ocorrer. “A gente tem tentado, tem conversado com os municípios e feito um esforço muito grande para estimular a tomarem a segunda dose da vacina, mas a procura tem sido baixa. Já temos cerca de um milhão de pessoas com a segunda dose, mas isso corresponde a apenas 20% do esperado. É um número muito abaixo do que deveria ter. As pessoas não estão voltando para tomar a vacina”, disse.

Desativação de leitos
Outro ponto que o Observatório Covid-19 ressalta, é que o quadro de melhora nas taxas de ocupação de leitos acontece simultaneamente ao processo de redução significativa dos leitos disponíveis à Covid-19. Ou seja, apesar de menos leitos estarem disponíveis, as taxas de ocupação seguem em declínio”, explicam os cientistas.

Em São Luís, houve uma melhora de hora de 69% de ocupação para 64%, mesmo após o Hospital de Campanha de São Luís ser desativado. Na rede municipal, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), foram desinstalados 30 leitos de enfermaria, antes alocados exclusivamente para pacientes Covid, na Unidade Mista do Bequimão.

“O Hospital de Campanha de São Luís foi desativado, ele já não tinha ocupação necessária para permanecer aberto, mas a estrutura permanece. Então, se tivermos uma eventualidade, uma nova onda ou uma variante, que vai elevar a ocupação de novo das unidades, nós já temos tudo pronto. Temos a garantia de mais três meses com a estrutura montada”, explicou o secretário Carlos Lula.

Mudanças de leitos
Outro ponto destacado pelo secretário é que além de ser um alto custo manter a estrutura dos hospitais, o cenário grave da pandemia durante o primeiro semestre afetou outros setores da saúde, como as cirurgias eletivas. Até o momento, o Maranhão realizou apenas 25% dos procedimentos cirúrgicos previstos. Por isso, o secretário anunciou que alguns desses leitos desativados, serão modificados para pacientes “não Covid”.

“É muito caro manter essas estruturas de campanha, que são de campanha porque são provisórias. O que tem acontecido agora é que a gente está mudando esses leitos e transformando em leitos não Covid. O HCI, por exemplo. Hoje ele é um hospital quase todo com pacientes não Covid, pois a fila aumentou muito, em razão, exatamente, desse cenário catastrófico que a gente teve nesse primeiro semestre. O Brasil fez só 5% das cirurgias que deveria fazer no ano em razão da Covid. A gente ainda conseguiu fazer 25%, mas é muito menos, um quarto do que a gente deveria ter feito no primeiro semestre. Então, tem uma fila enorme de pessoas esperando consultas, esperando exames, esperando cirurgias, e é essa fila que a gente agora quer diminuir”, disse o secretário.

A Semus também informou que a Unidade Mista do Bequimão já direcionou os leitos para outros setores, como Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs). Os leitos também são equipados para receber pacientes em pós-operatório e pacientes de longa permanência, ajudando a otimizar o fluxo de leitos nos Hospitais de Urgência e Emergência.

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