Mapeamento da Covid-19

Seis mil maranhenses devem participar da pesquisa PrevCov do MS

Objetivo é mapear a covid, e a imunização das vacinas no país, a pesquisa será realizada em cinco municípios do Maranhão

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Coleta de sangue começou a ser feita para a pesquisa sobre a Covid-19, em todo o Brasil
Coleta de sangue começou a ser feita para a pesquisa sobre a Covid-19, em todo o Brasil (Covid-19)

São luís – Com quase dois anos de pandemia da Covid-19, ainda existem muitos aspectos que não se sabe sobre o vírus e suas variantes. E como uma maneira de ampliar esses conhecimentos, e identificar como está a contaminação no Brasil, o Ministério da Saúde lançou a Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (PrevCov). Iniciando a segunda etapa em neste mês de agosto, a expectativa é de que pelo menos 6.106 maranhenses participem da entrevista.

O PrevCOV é um estudo inédito que vai mostrar um mapa detalhado do comportamento da Covid-19 no Brasil, a dinâmica de transmissão do vírus, fornecendo informações para conduzir e aperfeiçoar as ações de saúde pública e de prevenção. Os participantes foram selecionados a partir da Pnad Covid-19, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que é realizada pelo IBGE, desde maio de 2020. Durante a primeira etapa os participantes foram entrevistados por telefone, em todo o país. No Maranhão, a participação representa um pouco mais de 1% da amostra total.

Nesta segunda etapa, que iniciou na última segunda-feira (9), está sendo coletado sangue das pessoas que responderam à pesquisa, para entender como a doença está sendo transmitida no país, de acordo com a região, o estado e os municípios. Os cinco municípios que estão participando da pesquisa no Estado compreendem a região da Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar) e a cidade de Alcântara. Desses municípios, 4.619 pessoas são apenas da capital maranhense.

A coleta

A coleta de sangue será feita na residência do participante que respondeu o questionário da primeira etapa, por profissionais de saúde de laboratório do Grupo Pardini (empresa contratada). Antes, a pessoa deverá assinar um termo autorizando o exame que pretende identificar quem foi contaminado ou desenvolveu imunidade após a vacinação. Menores de 18 anos deverão ter autorização dos pais ou responsáveis.

Os dados dos participantes não serão divulgados, e está sendo adotados todos os procedimentos de segurança da informação já utilizados pelo IBGE, visando a não identificação dos participantes e a confidencialidade de todos os dados coletados. Somente os dados analisados em conjunto serão divulgados.

Após a coleta, o material será enviado para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que realizará a análise para SARS-CoV. Após análise laboratorial, o resultado será encaminhado ao usuário e uma parte da amostra coletada será armazenada no Biobanco da Fiocruz. Cada participante terá uma senha para saber o próprio resultado.

Resultados

Em nota a O Estado, o Ministério da Saúde explicou que essa pesquisa consiste em analisar o cenário brasileiro em momentos diferentes e por isso, os resultados só serão divulgados quando a pesquisa for finalizada. “Vale reforçar que um estudo como o PrevCov é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que deve ser realizado em diferentes momentos da pandemia. Desta forma, ao final do PrevCov será debatido os alcances da pesquisa e os próximos passos”, ressaltou o Ministério em nota.

Saiba mais

O cenário da pandemia no Maranhão

Atualmente, a pandemia da Covid-19 tem apresentado uma queda de casos. “O número de casos diários continua diminuindo e a mesma coisa está acontecendo, de forma um pouco mais acelerada, com o número de óbitos diários”, explicou o epidemiologista Antônio Augusto Moura, ao analisar o cenário da pandemia no Maranhão na última quinta-feira, 05. Essa queda está relacionada com a aceleração da vacinação. Com esse avanço da imunização, mortes e casos do novo coronavírus caíram 40% em todo o Brasil, de acordo com dados do LocalizaSUS, plataforma do Ministério da Saúde.

Contudo, o epidemiologista ressalta a necessidade de manter os cuidados, pois ainda há uma alta transmissão da doença no Estado. “Infelizmente a transmissão do coronavírus no Maranhão ainda continua alta de acordo com os dados do Infogripe”, disse.

Outro problema destacado pelo Governo Estadual é a baixa procura pela segunda dose da vacina, que completa o ciclo de imunização. Em conversa com o jornalista Clóvis Cabalau, na TV Mirante, o secretário de estado da saúde, Carlos Lula, destacou: “A gente tem tentado, tem conversado com os municípios e feito um esforço muito grande para estimular a tomarem a segunda dose da vacina, mas a procura tem sido baixa. Já temos cerca de um milhão de pessoas com a segunda dose, mas isso corresponde a apenas 20% do esperado. É um número muito abaixo do que deveria ter. As pessoas não estão voltando para tomar a vacina”.

De acordo com o epidemiologista, só após 15 dias da aplicação da segunda dose é a pessoa estará imunizada, e ainda sim, com risco de transmitir e obter a doença.

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