SÃO LUÍS - O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) explicou em entrevista concedida nesta segunda-feira ao radialista Jorge Aragão, no Programa Ponto Final da rádio Mirante AM, que o relatório com a proposta de implantação do voto impresso auditável na Câmara Federal não deve ser aprovado na Casa, da forma como a qual foi concebido.
Ele explicou que a proposta inicial da deputada Bia Kicis foi alterada pelo relator Filipe Barros da matéria na Casa, o que deve inviabilizar a sua aprovação.
De acordo com Edilázio, o relatório define que a contagem dos votos do processo eleitoral deverá ocorrer exclusivamente de forma manual - por mesários e eleitores presentes numa sala -, o que inviabiliza o projeto.
“Pela PEC que a Bia Kicis à época apresentou na comissão que previa esse voto auditável, você ia votar na urna eletrônica como é hoje e ia ser impresso o seu voto; depois você pegaria esse voto que foi impresso e colocaria em uma urna ao lado, uma urna física inviolável. Se por ventura alguém quisesse questionar aquela sessão eleitoral iria na Justiça eleitoral pedia para o juiz e diria: – Lá minha família toda votou para o Edilázio, foram seis votos, apareceu só um. Então vamos ver lá. O juiz se assim entendesse ia deferir, pegar o boletim da urna manual e fazer um encontro: – Realmente houve aqui uma diferença, ou aqui só tem um voto para o Edilázio, dos cinco, realmente ninguém votou. Isso era o que a deputada Bia Kicis havia apresentado por isso o nome do voto auditável. O que o deputado Filipe Barros levou? O Filipe Barros levou que a apuração dos votos ia se dar exclusivamente pela maneira manual, não existe por exemplo, boletim de urna. Terminou a votação cinco horas da tarde, ia tá o presidente da mesa, os fiscais, eleitores também presente, ia conferir manualmente todos os votos que foram depositados naquela urna, ou seja, nós estamos falando de um retrocesso de 30 anos atrás”, explicou.
Edilázio também explicou que não há mais tempo hábil para preparar o sistema eletrônico para esse novo processo. Ele disse que todas as urnas eletrônicas utilizadas hoje teriam de ser substituídas e afirmou que até o processo de licitação das máquinas poderia ser questionado.
“Imagina só a apuração manual de presidente da República, senador, deputado estadual e deputado federal, dentro de uma sala, com militantes da direita e da esquerda juntos, acompanhando voto a voto do PT e de Bolsonaro. É algo que quando você vai objetivar e ver friamente a situação, analisa que é inviável”, finalizou.
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