Somente em julho, o Porto do Itaqui movimentou cerca de 600 mil toneladas de milho, em nove navios, com destino ao mercado exterior. Esse volume do mês bate o mesmo período do ano passado e fica 15% acima do total movimentado de janeiro a julho de 2020. A soja, que já vinha com volume expressivo ao longo do primeiro semestre, subiu 21% no mês (comparado a julho passado) e 18% no acumulado do ano.
O milho produzido na região do Matopiba (que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e de Mato Grosso, é escoado pelo porto público maranhense, principalmente para o Egito, responsável por 32% do volume exportado. Entre os principais destinos, abaixo do mercado africano, estão a Espanha e o Japão.
Além da soja e do milho, no final deste segundo semestre haverá um incremento no volume total de grãos. “A expectativa é de que o Tegram [Terminal de Grãos do Maranhão] opere navios de farelo de soja de outubro a dezembro”, anuncia o presidente do Consórcio Tegram, Marcos Pepe Bertoni.
A movimentação de grãos ficou 16% acima do volume registrado no período de janeiro a julho do ano passado, chegando a um total de 8,6 milhões de toneladas, considerando as operações do Tegram e da VLI. Em 2020, o volume de grãos movimentados pelos dois terminais chegou a 12,1 milhões de toneladas e a previsão é ultrapassar a marca das 13 milhões de toneladas até o final deste ano.
Próximos anos
De acordo com as projeções mais recentes do Departamento Agrícola Americano (USDA), até 2030 as exportações de grãos no Brasil devem crescer mais de 36% e o Porto do Itaqui vem se preparando para esse cenário. A inauguração da 2ª fase do Tegram, em 2020, aumentou a capacidade anual de exportação de grãos para 20 milhões de toneladas.
E para expansão da logística de importação de fertilizantes, insumo essencial da cadeia produtiva de grãos, foi firmada recentemente uma parceria entre a Companhia de Logística VLI e a Companhia Operadora Portuária do Itaqui (COPI) para a criação de um novo ramal ferroviário conectando a malha do Corredor Centro-Norte ao terminal da COPI no Itaqui.
Com esse ramal, o fertilizante será interligado a um novo terminal intermodal que será construído em Palmeirante (TO). As obras devem começar ainda este mês e o investimento é de cerca de R$ 200 milhões.
Investidores
O Porto do Itaqui recebeu, no último dia 3, visita dos investidores da Santos Brasil Participações, empresa que arrematou três dos quatro lotes leiloados pela ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, em abril deste ano, destinados ao armazenamento de granéis líquidos. O presidente do Itaqui, Ted Lago, e o diretor de Operações, Jailson Luz, receberam o grupo, liderado pelo CFO do grupo, Daniel Pedreira Dorea.
Os leilões resultaram em um total de R$ 216 milhões em outorgas e R$ 600 milhões de investimentos, totalizando mais de R$ 800 milhões. Das três áreas arrematadas pela empresa, duas são brownfield, ou seja, com instalações industriais, e a terceira - IQI12 – área greenfield, sem instalações.
Depois de se reunir com a equipe da EMAP, o grupo fez uma visita técnica para conhecer a infraestrutura do porto público maranhense e as áreas onde serão instalados os terminais de granéis líquidos. “Este foi o primeiro contato dos investidores da Santos Brasil com o Itaqui e acredito que tiveram uma imagem positiva”, afirmou Ted Lago.
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