Retorno presencial

Volta às aulas na rede estadual prioriza orientação e rodízio

Escolas da rede privada também retornaram nesta segunda-feira (2); O Estado acompanhou o primeiro dia de aula em algumas escolas da cidade

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Alunos e pais do 3º ano  do ensino médio, no CE Paulo Freire, no Turu
Alunos e pais do 3º ano do ensino médio, no CE Paulo Freire, no Turu (volta às aulas)

São Luís - Após um ano e meio de espera e ansiedade, alunos da rede estadual, finalmente, iniciaram a retomada das aulas de forma presencial, sendo que nesta segunda-feira (2), apenas estudantes do 3ª do ensino médio tiveram a oportunidade de voltar ao ambiente escolar. Já nesta terça-feira (3), será a vez dos matriculados na 2ª série do colegial. Essa é uma das estratégias da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para garantir retorno seguro aos estudantes. O Estado visitou algumas escolas para acompanhar o primeiro dia de atividades.

Com quase 100% dos funcionários vacinados com a segunda dose da vacina contra a Covid-19, o Governo Estadual volta às aulas em um sistema de rodízio, mesclando momentos presenciais e à distância, e cada escola é responsável por se adaptar às orientações estaduais. Um exemplo disso é a Unidade Integrada Doutor Clarindo Santiago, no Olho d’Água.

A escola ainda vai ficar uma semana no modelo remoto, pois já estava com um calendário programado para terminar nesta semana, sendo assim, a volta às aulas no formato híbrido deve ocorrer a partir da próxima semana.

“Essa dinâmica precisa ser muito bem pensada, porque os alunos estão necessitando, urgentemente, voltar. Nós temos todas essas orientações [do Governo],só que cada escola tem que adaptar essas orientações a sua realidade”, afirmou Patrícia Brante, membro da administração da escola.

Revezamento para voltar
Já no Centro de Ensino Paulo Freire, Turu, o retorno se deu como planejado com a recepção dos alunos e pais do 3ª do ensino médio, para que o plano de ação fosse apresentado aos responsáveis para posterior aprovação. Na escola, o revezamento será feito de forma assíncrona, ou seja, as salas serão separas em grupos que irão em dias diferentes para o ensino presencial, enquanto um grupo está na escola o outro fará atividades em casa.

Durante a reunião de pais e mestres nesta segunda-feira, foram entregues fardas e máscaras para os alunos. Nesta terça-feira, acontecerá o mesmo processo com os alunos do 2ª ano e, na quarta-feira (4), com os estudantes do 1ª ano do ensino médio. A partir da quinta-feira (5), começará o rodízio de todas as séries.

“Foi uma orientação da própria Secretaria de Educação, que a gente recebesse a cada dia uma série, e no caso o 3ª foi hoje juntamente com os pais, para a gente apresentar esse planejamento e eles apreciarem para nos darem um retorno, pois precisamos validar esse documento na comunidade escolar”, frisou a diretora-geral da escola, Terezinha Nogueira.

Opinião de alunos

Para Mateus Felipe, 17, estudante do Centro de Ensino Manoel Beckman, localizado no Bequimão, esse retorno era muito aguardado, pois na sua opinião, aulas presencias rendem mais do que à distância. “A gente aprende mais, tem a dinâmica com os professores e alunos. Hoje foi bom para reencontrar os amigos que eu não via há muito tempo, ter um contato com os professores”, ressaltou o adolescente.

Já Bruna Vitória de 18 anos, também estudante do Centro de Ensino Manoel Beckman, o momento de voltar à escola de forma presencial foi de muita ansiedade. “A gente não conseguia mais estudar de uma forma online, era muito complicado, tudo distraía. Foi um reencontro bem bacana”, destacou Bruna.

Ela elencou ainda que, a divisão das turmas foi satisfatória, pois as salas não ficaram aglomeradas e conseguiram comportar bem os alunos, até mesmo o horário de recreio foi dividido. “Assim vai ter a oportunidade todo mundo estudar, no online nem todo mundo estava estudando, alguns não conseguiam ir, nem todo mundo tinha um celular para estudar”, complementou ela.

Volta às aulas na rede privada
No caso da volta às aulas na rede privada de ensino não houve muita mudança, já que o sistema híbrido já havia sido adotado desde o início de 2021. O Estado visitou o Colégio Marista Araçagi, que atende desde o maternal até alunos do ensino médio, para saber quais mudanças a escola vai adotar nesse segundo período.

O Irmão Luiz André, diretor da unidade, contou que a meta agora é priorizar o emocional dos alunos, pois a pandemia afetou bastante as crianças e adolescentes nesse sentido. Além de continuar os trabalhos de prevenção e cuidados sanitários no colégio. “Esse retorno foi baseado em um tripé, primeiro a formação dos professores, nós focamos nos protocolos de saúde, segundo a perspectiva da tecnologia e terceiro a dimensão emocional. É preciso entender que ainda existem sequelas deixadas pela pandemia, então, estar bem para atender esses alunos”, pontuou.

Rafaella Santalucia, coordenadora dos anos inicias da escola, também conversou com a reportagem e explicou a adaptação dos alunos. Ela afirmou ainda, que os pais que não aceitaram o formato híbrido possuem a mesma oportunidade de os filhos assistirem às aulas de casa, com o mesmo cronograma, professor ao vivo e etc. “No que tange o aspecto psicossocial do aluno, nós temos o cuidado com o acolhimento a dessa criança ou adolescente, que pode ter passado por um processo de perda”, afirmou Rafaella.

Com 17 anos, a estudante da 3ª série do Colégio Marista, Manuela França, ainda acha estranho chegar na escola e precisar passar por uma triagem, ver os colegas de máscaras, além de priorizar o distanciamento social. “Apesar disso nós ainda estamos muito unidos, ainda estarmos próximos, a escola se fez presente mesmo à distância. Muitos estão aqui desde o fundamental então somos uma família, isso facilitou muito na adaptação”, disse a aluna.

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