Agosto Dourado

Especialistas chamam a atenção para a importância da rede de apoio à amamentação

Pessoas próximas à lactante como o pai da criança, um parente e até mesmo um amigo, devem auxiliar a mãe no período de aleitamento com ajudas práticas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
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. (amamentação aleitamento materno)

São Paulo - Entre os dias 1º e 7 de agosto é celebrada a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) criada para a realização de atividades que buscam promover o leite materno como alimento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou mais.

A campanha, que em 2022 completa 30 anos de existência, é comemorada no Brasil desde 1999 e faz parte das ações do Agosto Dourado, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 1991 com o objetivo de prover, incentivar e dar informações acerca da importância da aleitamento materno.

A amamentação é, isoladamente, a estratégia que mais contribui para a diminuição da mortalidade infantil em todo o mundo, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dados do Ministério da Saúde apontam que o leite materno pode reduzir até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. Além disso, os riscos de desenvolver um câncer de mama reduzem em 6% a cada ano que a mulher amamenta.

Para a enfermeira Rosimeire da Silva Criscuolo, supervisora do Programa Parto Seguro, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a campanha é importante para planejar, divulgar e executar ações para promoção da amamentação.

"Estas ações estão focadas na sobrevivência, proteção e no desenvolvimento da criança. Com o Agosto Dourado reforçamos, que apoiando o aleitamento materno, os benefícios são de curto, médio e longo prazo e levam a um impacto positivo na saúde, na economia e nas questões sociais."

A cor dourada foi escolhida para representar a campanha pois o leite materno é considerado por especialistas padrão ouro de qualidade. Além dos benefícios à saúde da criança e da mulher, a enfermeira ressalta a importância do gesto para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, social e emocional da criança, fortalecendo o vínculo entre mãe e filho para toda a vida.

Rede de apoio à amamentação
Neste ano, a campanha recebeu tema "Proteja amamentação: uma responsabilidade compartilhada" que, além conscientizar à sociedade acerca das vantagens do aleitamento materno, tem o objetivo de divulgar a importância da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactantes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), que protege as mulheres e suas famílias do marketing, não ético.

Por fim, outra bandeira importante que a campanha levanta é a necessidade de fortalecer a importância da rede de apoio à amamentação, que se trata de um grupo de pessoas que podem contribuir de alguma forma com a mãe lactante. Segundo a enfermeira, essa rede pode ser composta por diferentes pessoas, desde o marido, um parente, um amigo próximo, um vizinho ou até uma instituição que dê suporte para mulher que esteja amamentando.

"À essas pessoas cabe o auxílio prático com os afazeres domésticos, compras no supermercado, cuidados com outros filhos, cuidar da alimentação, hidratação e repouso da mãe, além de respeitar e apoiar suas decisões. A mulher deve ser preparada, assim como as pessoas à sua volta, pois elas devem atuar como sua rede de apoio", explica a especialista.

Blues puerperal durante a amamentação
A enfermeira chama atenção para os riscos do blues puerperal, um estado efêmero que atinge cerca de 50% a 80% das mulheres no período do pós-parto, entre o quarto e quinto dia devido às alterações hormonais e de adaptação ao novo papel de mãe.

De acordo com Rose, isso pode interferir na amamentação e nos cuidados com o bebê, pois a mulher passa por momentos de altos e baixos, com crises de choro, tristeza, euforia, frustração, ansiedade, exaustão e insônia, esquecendo até mesmo de si mesma em alguns casos. "A mulher deve ser ajudada e tranquilizada por sua rede de apoio e pelos profissionais de saúde, pois essa trata-se de uma fase de adaptação."

Segundo a enfermeira, para casos de blues puerperal não há necessidade de medicação, mas é necessário que a mãe seja observada e acompanhada.

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