Reajuste salariais

Dieese aponta melhora no painel de negociações coletivas de trabalho

Indústria, comércio e serviços tiveram reajustes acima da inflação em boa parte dos casos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(convenções)

Os reajustes inseridos no Sistema Mediador do Ministério da Economia, em junho, indicam melhora no painel das negociações da data-base maio, na comparação com as informações publicadas na última edição do Boletim De Olho nas Negociações, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com os novos dados, em maio, houve recuo de 22 pontos percentuais (p.p.) na proporção de reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE), acréscimo de 20 p.p. no percentual daqueles iguais a esse índice inflacionário e de 2 p.p. nos resultados acima dele.

Na data-base junho, reajustes abaixo do INPC-IBGE representaram cerca de 54% do total; iguais, em torno de 20%; e acima desse índice, foram cerca de 27%. Considerando os registros no Mediador até a primeira semana de julho, cerca de 52% dos reajustes resultaram em perdas salariais nas datas-bases, sempre na comparação com o INPC-IBGE, e quase um terço (31,2%) foi igual à inflação. Apenas 16,5% dos reajustes tiveram ganhos reais.

A variação real média em 2021, em relação ao levantamento anterior, ficou estável (-0,67%) e 50% dos reajustes analisados apresentaram perdas iguais ou superiores a -0,03%. Na análise preliminar, 50% dos resultados tinham perdas equivalentes ou maiores que -0,18%.

Todos os setores analisados apresentaram melhora nos resultados das negociações dos reajustes em relação ao levantamento anterior. Na indústria, reajustes acima do INPC alcançaram 24,9% do total do segmento. No comércio e nos serviços, ganhos reais foram observados em cerca de 12% dos casos. Já as perdas reais foram mais frequentes nos serviços (em 65,3% dos casos). Reajustes em percentuais iguais ao INPC-IBGE foram mais constantes no comércio (54,5% dos casos).

Em quase todas as regiões, menos no Norte, houve recuo na proporção de reajustes abaixo do INPC. A melhora no quadro ocorreu principalmente por causa do aumento de resultados em valores iguais à inflação. Exceções são o Centro-Oeste, onde o crescimento dos reajustes iguais e acima da inflação se deu de forma semelhante, e o Sul, que registrou aumento apenas entre os resultados acima do INPC. Na comparação entre os setores, o Sul segue com os melhores resultados. O Centro-Oeste e o Sudeste, que antes apresentavam os piores resultados, melhoraram o quadro e se aproximaram do desempenho das demais regiões.

A melhora no quadro dos reajustes é verificada nos contratos e nas convenções coletivas. Ainda assim, perdas reais ocorrem em mais da metade dos instrumentos coletivos, independentemente do tipo. No acumulado de 2021, os acordos coletivos – instrumentos assinados diretamente com empresas – continuam com a maior proporção de aumentos reais em comparação com as convenções coletivas – assinados com entidades de classe patronais.

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