Opinião

Dos meus avós e da minha neta

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(AVÔS DE BUZAR)

Eu já escrevi, bem ou mal, sobre tanta gente ao longo de minha vida jornalística, que perdi as contas.
No correr desta última semana de julho, o dia 26 foi dedicado merecidamente aos inesquecíveis vovós, oportunidade que me transportei para um passado, no qual os meus avós paternos, pela importância que tiveram na minha existência e pela privilegiada condição de ser o neto preferido, receber deles uma imensidão de afeto, carinho e apoio material, que nunca me faltaram enquanto vida tiveram.

Os meus pais- Deonila e Abdala, construíram uma prole de oito filhos. Os dois primeiros, eu e a minha irmã, Lisiane (já falecida), tivemos a felicidade de sermos apadrinhados pelos nossos avós. Eu, pelos paternos, os libaneses Rafiza e João Buzar; Lisiane, pelos maternos, Neusa e José Paulo Bogéa.

Os meus avós paternos, ambos nascidos em Zahle, ele, com 31 anos, ela, com 25, vieram para o Itapecuru, a convite do primo, Chafi Buzar, pai do compositor Nonato Buzar, que os convenceram a atravessar as águas que separavam o mundo árabe do Brasil num navio em direção a Marselha, na França, de onde tomaram o destino do porto de Salvador, na Bahia, desembarcando a 21 de abril de 1913.

Chegaram ao Brasil sem nenhum documento, supondo-se que viajaram clandestinamente, mas com alguma quantia em dinheiro, para as despesas corriqueiras. A minha avó desembarcou grávida e sem saber se o futuro rebento seria do sexo masculino ou feminino.

Na cidade baiana de Juazeiro, nasceu o meu pai, Abdala, mas registrado em Itapecuru, onde a família Buzar chegou depois de um longo percurso realizado principalmente em canoas, barcos, carros de boi ou usando os próprios pés. Nessas penosas caminhadas, cuidaram de se ajustar à nova vida, mascateando produtos para a sobrevivência.

Ao chegarem a Itapecuru, o primo Chafi se encarregou de introduzi-los nas atividades comerciais, com as quais imediatamente se identificaram e começaram a ganhar dinheiro numa loja montada às margens daquele caudaloso rio que banhava as principais cidades do Maranhão, por onde trafegavam os produtos primários, com destino a São Luís e desta traziam artigos de consumo e de primeira necessidade às populações ribeirinhas.

Como os meus avós não tinham hora para trabalhar, rapidamente prosperarem nos negócios, incrementados com a ajuda dos filhos Abdala, José João, Nagib e Ana, os dois últimos, filhos de João Buzar com a primeira esposa, que posteriormente se mudaram para a cidade de Codó.

De comerciantes se transformaram também em industriais, com a instalação de usinas de beneficiamento de arroz e de transformação do algodão em pluma.

Nos dias de hoje, em que, lamentavelmente, os meus inesquecíveis avós já partiram para a eternidade, resta-me a saudade e de tê-los como paradigmas.

Foi com base no que Rafiza e João Buzar me proporcionaram ao longo da vida, que me espelho e hoje tenho a descomunal felicidade de ser avô. Eu e Solange, devemos essa privilegiada situação ao filho Rodrigo e à nora, Melissa, que trouxeram ao mundo em dezembro de 2018 a netinha, Luísa, que nos encanta e enternece pela amabilidade, meiguice, inteligência e ternura.

Nesta reta final de vida em que me encontro, só espero que a minha neta seja para mim o que eu fui para os meus avós.

Humberto de Campos e Vitorino Freire
No segundo volume do Diário Secreto, do escritor Humberto de Campos, ele relata como conheceu o então jovem Vitorino Freire.

“A 9 de setembro de 1934, procedente do Maranhão, chegou hoje, à tarde, ao Rio, o secretário-geral da Interventoria, um moço de nome Vitorino, um pouco estourado e conservador. Chegou, e veio logo visitar-me. E me deu notícias da política.

“A chapa de deputados federais do Partido Social Democrático ainda não foi publicada. Mas os nomes principais que a constituirão, são já conhecidos: o comandante Magalhães de Almeida, o desembargador Couto, o capitão Becker, e o senhor. O partido fará, seguramente, cinco deputados. Os outros farão dois. Mas os suplentes imediatos serão nossos de modo que, com a passagem do comandante Magalhães e do senhor para o Senado, nos continuaremos com a maioria.

Candidato à ABL
O ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal do Piauí, Hugo Napoleão, casado com a maranhense Leda Chaves, teve a candidatura lançada à Academia Brasileira de Letras.
Concorrerá à vaga do pernambucano Marco Maciel.

Favoritos de Bolsonaro
Se tivesse cacife político para indicar o futuro governador do Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro, certamente optaria por dois candidatos.

Pela ordem de chegada, o senador Roberto Rocha seria o primeiro e o deputado federal Aluísio Mendes o segundo.

Como Bolsonaro não tem nenhuma condição de meter o bedelho na eleição do Maranhão, vai ter de engolir o sucessor de Flávio Dino, o atual vice, Carlos Brandão.

Bolsonaro e Vargas
Jair Bolsonaro não se cansa de dizer que só sai morto do Palácio do Planalto.
Getúlio Vargas em 1954 também dizia isso e acabou deixando o Palácio do Catete praticando um inesperado suicídio.


A maldita CODEVASF
Durante muitos anos, a Codevasf- Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, era um órgão bisonho e de pouca presença na administração pública federal.

Nos últimos anos, a Codevasf transformou-se numa das repartições mais faladas do país, não pelos bons serviços prestados ao Brasil, mas por servir de biombo para os parlamentares federais desviarem recursos e se locupletarem.

Em Brasília, sabe-se que os representantes maranhenses, salvo poucas e honrosas exceções, frequentam mais a Codevasf do que o Congresso Nacional.

Fadinha e a terceira via
Se a maranhense de Imperatriz, Fadinha, que brilhou nas Olimpíadas de Tóquio, tivesse idade e intimidade com as coisas da política, poderia até participar do processo eleitoral e se candidatar a algum cargo eletivo em 2022.

Como no Brasil, em matéria de política, tudo pode acontecer, quem sabe, não teria o nome lançado, como terceira via, para os que não desejam votar em Lula ou Bolsonaro à presidência da República.

O trabalho de vice
Quando vejo a luta que os políticos maranhenses travam para ser candidatos a vice governador do Estado, não posso esquecer de uma frase do saudoso jornalista carioca, Stanislau Ponte Preta, que é de uma impressionante atualidade: “Vice acorda mais cedo para ficar mais tempo sem fazer nada”.

Suplente de Senador
O engenheiro Clóvis Fecury está com tudo e não está prosa para ser candidato nas eleições de 2022, a suplente de senador.

Ele, que nasceu em Brasília, pode ser indicado para companheiro de chapa ao Senado da ministra Flávia Arruda, que, como deputada federal, ocupa um cargo no governo Jair Bolsonaro.
Clóvis, anos atrás, figurou na chapa de João Alberto como suplente de senador.

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