Opinião

Momento ainda exige atenção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Existe um clima de euforia no Brasil e, em particular, na cidade de São Luís com a volta à normalidade devido à flexibilização das medidas que foram impostas para evitar a disseminação da Covid-19. Mas os Estados Unidos estão alertando que o fim da pandemia não chegou ainda e o governo voltou a exigir o uso de máscaras mesmo para as pessoas já vacinadas.

A situação que ocorre nos EUA, que tem pouco menos da metade da população totalmente imunizada, serve de alerta, já que está previsto um recrudescimento da crise sanitária no país se não forem tomadas medidas para contornar a situação.

Pois bem, na capital maranhense a população está nas ruas, aglomerações estão por toda a parte e diversos eventos estão sendo anunciados para ocorrer no final de semana. Ou seja, parece que liberou geral, mas não é bem assim. Na semana passada, o Governo do Maranhão anunciou a volta às aulas na rede de ensino estadual em sistema híbrido para 2 de agosto, com um processo progressivo, de acordo com cada escola seguindo os protocolos sanitários. Já na rede pública de São Luís as aulas presenciais estão previstas para ocorrer também no próximo mês.

Um estudo do ModCovid19, grupo de trabalho formado por pesquisadores de universidades públicas do país, chama a atenção que a volta às aulas presenciais sem o cumprimento rígido de protocolos de segurança pode aumentar as infecções em até 1.141% nas comunidades escolares. Eles simularam os índices de contágio com o uso de diversos protocolos de segurança dentro de ambientes fechados nas escolas.

Pesquisadores dizem que o cenário de maior risco é aquele em que os protocolos são mal executados, com o uso inadequado de máscara pelos alunos, professores e funcionários, sem monitoramento de casos e sem revezamento das turmas. Se bem executadas, as medidas podem fazer com que o aumento de contágio seja de apenas 10% em comparação com manter as escolas totalmente fechadas.

Em uma sala de aula típica, em que a circulação de ar é ruim, o maior risco é o infectado soltar partículas de ar com o vírus o tempo todo, durante a respiração. Não adianta passar álcool nas mesas se houver alguém infectado. Por isso, a importância do uso adequado da máscara.

O alerta do ModCovid19 acontece no momento em que a variante Delta está mudando o panorama da pandemia no mundo. Mesmo nos países com altos índices de pessoas imunizadas, o número de infectados com a cepa que surgiu na Índia não para de crescer. Além de mais transmissível, ela causa sintomas diferentes daqueles apresentados pelo SARS-CoV-2 e pelas outras mutações do vírus. O indivíduo infectado apresenta dificuldades semelhantes com uma síndrome gripal.

De acordo com dados de terça-feira,27, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 200 infectados com a nova cepa, em oito Estados (Rio de Janeiro, Santa Catarina, Maranhão, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Goiás) e no Distrito Federal. Foram notificados 14 óbitos devido à variante.

E para fechar: levantamento divulgado ontem,28, pela organização Repórteres sem Fronteiras aponta que o presidente Jair Bolsonaro atacou a imprensa ao menos 87 vezes no primeiro semestre de 2021, um aumento de 74% em relação ao segundo semestre de 2020 Ele foi o campeão de agressões à imprensa entre os agentes públicos monitorados pela entidade.


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