Saúde

Maranhão apresenta altos índices de hepatites virais

Segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde, no período de 1999 a 2020, o estado registrou 6.840 casos de hepatite viral somente do tipo A

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Testes para detectar hepatite B e C são realizados em ações sociais na capital maranhense
Testes para detectar hepatite B e C são realizados em ações sociais na capital maranhense (hepatite)

São Luís - No período de 1999 a 2020, no Brasil, 254.389 pessoas foram diagnosticadas com o vírus da hepatite B e 262.815 com o da hepatite C, segundo levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. No Maranhão, nesse mesmo período, foram registrados 6.840 casos de hepatite viral do tipo A. As hepatites do tipo B somaram 3.694 e as do tipo C, 1.436. Este ano, até o mês de junho, foram registrados 653 casos de hepatites virais na capital maranhense, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Essas doenças provocam inflamação do fígado.

De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, o menor número de casos foi verificado em relação à hepatite D, que totalizou 4. Nesse mesmo período, as mortes por hepatite A no Maranhão somaram 85 casos. Os óbitos por hepatite B foram em maior número: 341, ficando abaixo apenas do tipo C, que totalizaram 518 mortes. Já a hepatite D vitimou 22 pessoas nesse intervalo de tempo.

O levantamento inclui, ainda, dados sobre as cidades. Entre 1999 e o ano passado, a capital maranhense registrou 508 casos de hepatite A, 1.294 de hepatite B e 704 do tipo C. Essas infecções são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A carga de doenças resultante das hepatites virais e o próprio agravo por si só representam um desafio de saúde pública para o SUS.

Os casos de hepatite A concentram-se, em sua maioria, nas regiões Nordeste e Norte, que juntas reúnem 55,4% de todos os casos confirmados no período de 1999 a 2020. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 18,0%, 15,5% e 11,1% dos casos do país, respectivamente. Entre as unidades da Federação, os estados do Amazonas e do Paraná são os que mais concentram casos de hepatite A, com 8,5% e 7,3% de todos os casos do país, respectivamente, enquanto Sergipe apresenta o menor volume de casos notificados, totalizando 0,9%.

No período de 1999 a 2020, foram notificados 254.389 casos confirmados de hepatite B no Brasil. Desses, a maioria está concentrada na região Sudeste (34,2%), seguida das regiões Sul (31,8%), Norte (14,7%), Nordeste (10,3%) e Centro-Oeste (9,0%). No período de 2010 a 2019, as taxas de detecção de hepatite B no Brasil apresentaram pouca variação, observando-se a maior taxa em 2011 (8,4 casos para cada 100 mil habitantes) e a menor em 2019 (6,3 casos para cada 100 mil habitantes).

No ano passado, a taxa caiu para 2,9 casos para cada 100 mil habitantes no país, a menor do período analisado. De 2010 a 2020, verificou-se que as taxas de detecção das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste foram superiores à taxa nacional (à exceção de 2018, quando a região Centro-Oeste apresentou taxa levemente inferior), enquanto as menores taxas foram observadas na região Nordeste.

De 1999 a 2020, foram notificados no Brasil 262.815 casos confirmados de hepatite C no Brasil, sendo 58,9% no Sudeste, 27,5% no Sul, 6,5% no Nordeste, 3,6% no Centro-Oeste e 3,5% no Norte. Com relação à hepatite D, foram notificados no Brasil 4.150 casos. A maior ocorrência se deu na região Norte, com 74,8% dos casos notificados, seguida das regiões Sudeste (10,4%), Sul (6,3%), Nordeste (5,3%) e Centro-Oeste (3,2%). Em 2020, foram notificados 70 casos no país, sendo 36 (51,4%) na região Norte.

SAIBA MAIS

Sintomas

Na maioria das vezes, não existem sintomas e as hepatites passam despercebidas. Somente com exames de sangue específicos é possível confirmar a doença. Quando apresentados, os sintomas são: febre, cansaço, fadiga, vômitos, pele e olhos marejados, urina escura e fezes claras.

Dia Mundial

Julho foi instituído o mês de combate às hepatites virais, a fim de chamar atenção e reforçar as iniciativas de vigilância, prevenção e controle da doença, uma inflamação do fígado. O dia 28 de julho é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.

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