Empréstimos

Empreendedores negros têm mais crédito negado, segundo pesquisa do Sebrae

Apesar de recorrerem mais aos bancos, número de respostas negativas é superior do que entre os brancos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que os empreendedores negros estão mais endividados que os brancos
Presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que os empreendedores negros estão mais endividados que os brancos (sebrae)

Enquanto 57% dos empreendedores brancos que recorrem a um empréstimo conseguem ter uma resposta positiva das instituições financeiras, entre os negros, essa proporção cai para 44%, de acordo com a 11ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Essa realidade ocorre, apesar do número de empresários negros que pediram empréstimos ter sido superior ao de empreendedores brancos.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que os empreendedores negros também estão um pouco mais endividados que os brancos e que as perdas de faturamento foram igualmente piores entre os negros, o que pode justificar parte dessa recusa dos bancos. “Enquanto 43% dos negros que são donos de pequenos negócios estão com dívidas e empréstimos atrasados, entre os brancos esse percentual cai para 32%. Essa pode ser uma das justificativas para uma maior recusa de crédito para esse público”, pontua o presidente do Sebrae.

A pesquisa ainda detectou que as perdas de faturamento são piores entre os empreendedores negros: 81% deles alegam ter tido perda de faturamento. Já entre os empreendedores brancos, essa proporção cai para 77%, apesar de ambos terem tido um valor de redução de vendas muito próximos a 50%. “Os empreendedores negros têm uma menor escolaridade, estão há menos tempo no empreendedorismo, atuam em atividades que não exigem muita qualificação e preparo e 70% são microempreendedores individuais, o que acaba afetando mais fortemente o desempenho desses pequenos negócios”, observa Melles.

Outro fator que preocupa ainda mais a sobrevivência desse perfil de empreendedores é que 77% dos negros dependem da empresa para sobreviver e o rendimento dos últimos 12 meses não foi suficiente para manter os gastos da família, para 69% dos entrevistados. Entre os brancos, os números são um pouco melhores: 65% estão conseguindo se manter apenas com os recursos recebidos da empresa que possuem. Esse dado explica o fato de que 58% dos empreendedores negros estão aflitos com o futuro da empresa, contra 55% dos brancos.

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