Minireforma ministerial

Guedes defende mudanças no governo e Centrão com espaço

Minirreforma vai recriar o Ministério do Trabalho e tirar a pasta da Economia, onde ficava sob a alçada do ministro Paulo Guedes; previsão é de que o senador representante do Centrão, Ciro Nogueira, assuma a Casa Civil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Ministro da Economia Paulo Guedes defende reforma administrativa anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro
Ministro da Economia Paulo Guedes defende reforma administrativa anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (Paulo Guedes)

Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quinta, 21, a minirreforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro. As mudanças a serem promovidas vão recriar o Ministério do Trabalho, que hoje está sob responsabilidade de Guedes.

Paulo Guedes disse que a mudança não vai mexer no "coração" da política econômica do governo. Afirmou ainda que é natural o governo reformular a equipe para buscar mais apoio no Congresso.

Uma das mudanças deve ser a ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI), membro do Centrão, para a Casa Civil. "Está havendo reorganização interna sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica. Zero ameaça", afirmou Guedes.

Quem deve assumir o Ministério do Trabalho é o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. Guedes afirmou que Lorenzoni está alinhado com a política econômica do governo.

"Não vai mudar orientação da política econômica. Ela é a mesma. Quando elaboramos o plano econômico Onyx estava lá", disse o ministro.

Guedes argumentou que é necessário o reforço da aliança política no Congresso, em especial no Senado.

"É natural que haja uma coalização política de centro-direita para sustentar a agenda de reformas. E vocês sabem que isso tem andado muito bem na Câmara, que acelerou as reformas, os senhores sabem também que tem havido dificuldades no Senado. Então, é natural que haja uma reacomodação de forças políticas. É natural que o presidente queira reforçar a sustentação parlamentar, particularmente no Senado”, disse Guedes.

Refém

Questionado por jornalistas se, com a reforma ministerial promovida pelo presidente Jair Bolsonaro o governo estaria refém do chamado Centrão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu com outras perguntas: "Você diria que o PT foi refém do PMDB? Você diria que FHC foi reeleito porque foi capturado por alguém?", questionou.

Guedes disse ainda que sempre foi apoiado pelo presidente "nas horas decisivas" e que não tinha como se opor ao desmembramento do Ministério da Economia, feito para acomodar Onyx Lorenzoni que, com as mudanças, sai da Secretaria-Geral do Governo para o novo Ministério do Emprego e Previdência Social.

"Deveria recusar ele trazer um aliado político importante? Deveria dizer para deixar o Onyx cair fora do Palácio? Tive conversa super franca com presidente e disse que risco à política econômica era zero", afirmou o ministro, acrescentando que Onyx trará uma "ideia nova", que deverá ser anunciada pelo novo ministro.

Acomodação

Depois de perder um quinhão de seu superministério, Guedes, admitiu que as mudanças foram feitas para "acomodação política" e angariar apoio do governo no Congresso Nacional, o que, segundo ele, é natural para dar sustentação à agenda de reformas.

Guedes comentou as mudanças pretendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, que convidou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) para ser ministro da Casa Civil, o que deverá levar a um efeito dominó: o atual ocupante do cargo, general Luiz Eduardo Ramos, será realocado na Secretaria-Geral de Governo, onde está hoje Onyx Lorenzoni, que se tornará ministro do Emprego e Previdência Social, assumindo uma nova pasta a ser criada em área que hoje está sob comando de Guedes.

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