Violência em alta

Maranhão registra mais de 2 mil mortes violentas em 2020

Ocorreram 2.045 mortes no ano passado, enquanto, em 2019, foram 1.562 casos. Os dados revelam um crescimento da criminalidade no estado mesmo em que a época é de isolamento social

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Assassinato)

São Luís - O Maranhão apresentou um aumento na quantidade de mortes violentas ocorridas no ano passado mesmo em plena pandemia da Covid-19. Dados do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que foram divulgados ontem, relevam que houve 2.045 mortes, contra 1.562, no ano de 2019, um aumento de 30,2%, enquanto, o aumento a nível nacional foi de 5%.

Os números divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública compõem as chamadas mortes violentas intencionais, ou seja, os homicídios, os latrocínios (roubo seguido de morte), as lesões corporais seguidas de morte e as mortes cometidas pela polícia. Os dados do Anuário se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estadual, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.

A maior parte das ocorrências de mortes violentas no Maranhão continua sendo de homicídio doloso. De acordo com o Anuário, entre os 2.045 casos de mortes registradas no ano passado, 1.859 foram tipificadas como homicídio, enquanto, 75 de latrocínio e 13 casos de lesão corporal seguido de morte. No ano de 2019, das1.562 mortes, 1.401 foram caracterizadas pela polícia como homicídio, 76 de latrocínio e 13 como sendo de lesão corporal seguido de morte.

Esse mesmo cenário é registrado na capital. Segundo o Anuário, das 277 mortes violentas, que ocorreram no ano passado, 243 foram caracterizadas como homicídio e 16 de latrocínio, enquanto, em 2019, o registro foi de 204 casos de homicídio, 24 latrocínios e três crimes de lesão corporal seguido de morte.

Assassinato do publicitário

No ano passado, um dos assassinatos foi do publicitário Diogo Adriano Costa Campos, de 41 anos. O crime ocorreu no dia 16 de junho em plena via pública, na Lagoa da Jansen, na capital. De acordo com a polícia, duas pessoas estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas acusadas de terem cometido esse ato criminoso.

A equipe da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP) que investigou esse caso e já encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário. Ainda de acordo com a polícia, no 13 de junho, os criminosos tomaram de assalto um veículo Fiat Argo vermelho de um motorista de aplicativo, nas proximidades do Barramar, área do Calhau.

No começo da tarde do 16, o publicitário discutiu com esses bandidos no trânsito, na área da Lagoa, e acabou sendo morto a tiros. Os criminosos fugiram no Fiat Argo vermelho, mas, foram presos em cumprimento de ordem judicial. O veículo foi recapturado na cidade de Santa Helena.

Também no mês de junho, dia 9, foi morto o motorista de aplicativo, Rafael Washington Correa Ribeiro, de 32 anos. A polícia informou que o corpo dele foi encontrado dentro do seu veículo, na área da Ribeira, em São Luís, e havia marcas de tiros. Um dos envolvidos desse ato criminoso foi preso em flagrante e apresentado na sede da SHPP, localizado na Beira-Mar, e o caso é investigado pela Polícia Civil como crime de latrocínio.

Violência continua

A violência continua predominando em todo o estado. Na madrugada de ontem, o ex-presidiário Diego Júnior do Vale do Nascimento, de 29 anos, foi executado dentro de sua residência, localizada no bairro da Vila Passos, em São Luís, na frente de seus familiares.

A polícia informou que a vítima tinha deixado o presídio em outubro do ano passado e tinha sido preso pelo crime de homicídio. Ontem, quatro criminosos encapuzados, que estavam utilizando camisa preta contendo o símbolo da polícia, invadiram a casa da vítima e realizaram o ato criminoso.

Diego Júnior estava escovando os dentes quando foi alvejado por mais de cinco tiros e os suspeitos tomaram rumo ignorado. Guarnições da Polícia Militar e da equipe da SHPP estiveram no local do crime. Os familiares da vítima chegaram a ser ouvidos pela polícia e até o período da tarde de ontem não tinha registro de prisão.

No povoado Manoel João, zona rural de Arari, na noite do último dia 14, de acordo com a polícia, Wallace Antônio Dutra Almeida, de 40 anos, teria assassinado a golpes de faca o próprio irmão, Ismael de Jesus, de 35 anos. A delegacia da cidade está investigando o caso.

A Polícia Civil informou que somente durante o primeiro semestre deste ano 121 pessoas foram presas acusadas de homicídio, latrocínio e feminicídio em todo o estado. Uma média de 20 prisões por mês, enquanto, no decorrer do mesmo período do ano passado, o registro foi de 72 prisões. Entre as prisões ocorridas ao longo dos primeiros seis meses de 2021, 17 criminosos foram presos em flagrante e 104 prisões em cumprimento de ordem judicial.

Números

2.045 mortes violentas no Maranhão durante o ano passado

1.562 mortes violentas em todo o estado em 2019

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