Em São Luís

Leitos municipais de UTI exclusivos para covid têm ocupação acima de 90%

De acordo com pesquisa Proadi-SUS, pacientes de Covid-19 possuem duração média da internação hospitalar de 22 dias, com permanência média na UTI de 11,6 dias, o que pode causar maior ocupação

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para covid, no município, está alta, apesar da vacinação
Taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para covid, no município, está alta, apesar da vacinação (leito UTI)

São Luís - De acordo com o boletim divulgado na última segunda-feira, 12, pela Prefeitura de São Luís, a capital maranhense tem uma ocupação de 92,5% dos leitos de UTI, da rede municipal, destinados à Covid-19. Os dados mostram que durante a última semana, entre os dias 6 e 12 de julho, a ocupação dos leitos de UTI variou de 70% e 90%, sendo a menor taxa apresentada na última sexta-feira, 9, com 77,5% dos leitos ocupados.

Em relação aos leitos clínicos, a última semana apresentou taxas de ocupação abaixo de 40%. No total, o município de São Luís mantém 120 leitos municipais destinados a pacientes contaminados pelo vírus, sendo 80 clínicos e 40 de UTI. A medida faz parte do Plano Municipal de Enfrentamento às Síndromes Gripais, que inclui ainda cinco unidades de baixa complexidade para atendimento aos casos leves, unidades para atendimento aos casos moderados e graves, além de um ambulatório de atendimento pós-Covid para tratar as possíveis sequelas da doença.

Procurada por O Estado, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, em nota, que possui 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), distribuídos pelos seguintes locais: Hospital da Mulher (na Avenida dos Portugueses), com 20 leitos, e outros 20 leitos do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUUFMA). Sobre a taxa de ocupação, segundo boletim da última segunda-feira, 12, o Hospital da Mulher tem 19 dos 20 estão ocupados e o HUUFMA tem 18 dos 20 leitos estão ocupado.

Quanto aos leitos clínicos, a pasta ressalta que estão registrados leitos do tipo para Covid no próprio Hospital da Mulher (30 leitos), HUUFMA (20 leitos) e Unidade Mista do Bequimão (30 leitos). Sobre a taxa de ocupação, o Hospital da Mulher tem 8 dos 30 ocupados; o HUUFMA tem 10 dos 20 leitos ocupados e a Unidade Mista do Bequimão tem 13 dos 30 leitos ocupados.

Nos leitos de UTI, o tempo médio de permanência depende do estado de saúde em que este paciente é recebido pela rede de atendimento; porém em média, o paciente permanece de 7 a 14 dias em unidade complexa como a UTI. Geralmente, os pacientes ainda precisam de 5 a 7 dias de suporte na unidade ventilatória específica após saída da UTI. Quanto ao leito clínico, o tempo é semelhante ao da UTI, porém sem a necessidade na maior parte dos casos de suporte ventilatório em setor específico.

Com base nos dados das unidades que recebem neste momento pacientes com a Covid-19 para suporte mais complexo que, em média, pouco mais de 53% são do sexo masculino e outros 47% são do feminino. Em média, pessoas acima dos 50 anos de idade são os que compõem a maior parte do perfil de pacientes, em especial, para tratamento de UTI.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, ainda, que, por meio de comitê específico na pasta e com base nos dados de ocupação atual e nas informações acerca do avanço da vacinação na capital e número diário de infectados, analisa constantemente a inclusão de novos leitos para o combate da Covid-19 na capital.

Tempo prolongado
De acordo com um estudo divulgado em março de 2021, realizada pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), que coleta dados sobre a presença de infecção pelo coronavírus nos pacientes internados em UTIs adultas na rede pública, uma das causas da alta taxa de ocupação em leitos de UTIs é o tempo prolongado que o paciente normalmente precisa passar internado.

A análise, que estudou 3.034 pacientes com Covid-19, além de 341 suspeitos, mostrou que a duração média da internação hospitalar foi de 22 dias, com permanência média na UTI de 11,6 dias. Contudo, com a imunização em massa em andamento na capital maranhense, em que 80% da população adulta já tomou pelo menos a primeira dose, a tendência é que o número de casos graves, que também precisam de UTI, comece a cair.

Novos leitos
Ainda em abril deste ano, em reportagem feita por O Estado, foi mostrado que a rede municipal havia 120 leitos disponibilizados para Covid-19, porém com 30 para casos de UTI. Atualmente, ainda com 120 leitos, a prefeitura aumentou a disponibilização da UTI para 40 leitos, e passou para 80 destinados a casos clínicos.

A medida faz parte do Plano Municipal de Enfrentamento às Síndromes Gripais, que inclui ainda cinco unidades de baixa complexidade para atendimento aos casos leves, unidades para atendimento aos casos moderados e graves, além de um ambulatório de atendimento pós-Covid para tratar as possíveis sequelas da doença.

Os leitos foram abertos no Hospital da Mulher, Hospital Universitário e Unidade Mista do Bequimão. A Unidade Mista do Bequimão, também como Ambulatório Pós-Covid, e os Centro de Saúde Carlos Macieira, localizado na Avenida dos Africanos, Cidade Operária, Itaqui-Bacanga e Zona Rural, também são unidades de suporte à pacientes com síndromes gripais.

Vacinação e redução da ocupação de leitos
De acordo com o epidemiologista Antônio Augusto Moura, o esperado, é que com a aplicação da segunda dose na população, e o avanço da imunização, a ocupação dos leitos, tanto de UTI quanto clínicos, comecem a reduzir. “Já podemos observar, nos grupos com 70 anos e mais, queda do número de óbitos, porém, nos demais grupos ainda não dá para se visualizar efeito”, explicou o epidemiologista Antônio Augusto Moura a respeito dos resultados da vacinação em São Luís.

Segundo o estudo Proadi-SUS, 36,3% dos pacientes, até março deste ano, morreram em UTIs e 46,2%, em hospitais, contudo, de acordo com o Consórcio de Imprensa, o mês de julho tem apresentado queda na média móvel de óbitos e casos do vírus, devido o avanço da imunização. Na última segunda-feira, 12, a média móvel foi de 1.297 óbitos em todo o país, tendo uma redução de 19% em comparação com o cálculo de duas semanas atrás. Já em relação a diagnósticos feitos no Brasil, houve uma redução de 31% em comparação ao índice de 14 dias atrás, o que demonstra uma tendência de queda.

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