São Luís- A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) encomendou uma pesquisa pelo Ibope que estimou que cerca de 30 milhões de brasileiros, ou seja 14% da população, é adepto da alimentação vegetariana e deste total 7 milhões de pessoas se identificaram como veganos.

Existem três principais razões que motivam mudar para o veganismo: Saúde, sustentabilidade e respeito pelos animais e meio ambiente.

Lorena Coelho, tem 23 anos é confeiteira vegana, ela decidiu se tornar vegana quando tinha 16 anos, mas só se tornou vegana de fato quando fez 18 anos. Sua motivação foi o respeito às vidas animais.
“Meus pais eram contra e me forçaram a comer alimentos de origem animal. Decidi me tornar vegana por conta de toda questão da exploração animal, da forma como a indústria da carne, ligada a forma como o sistema capitalista trabalha. Eles não vêem os animais como seres de vida, ele vem como produto, nesse sistema tudo é mercantilizado, inclusive vidas”.

Para o nutricionista e professor da Universidade Estácio, Marcos Macedo, o primeiro ponto a ser entendido é a diferença entre uma pessoa vegetariana e uma vegana.

“A vegetariana tem foco exclusivo na alimentação, ou seja, a retirada de alimentos de origem animal. A pessoa vegana vai além, é mais do que alimentação é um filosofia, um estilo de vida, além da comida tem uma relação muito forte com o que veste, com o que usa, ou seja, nada pode ter o envolvimento animal, como cosméticos, shampoo, maquiagem que de alguma forma que de alguma forma envolveram animais, como colágeno, albumina, todos esses produtos não são utilizados por pessoas veganas”, explica o nutricionista.

Marcos Macedo, avalia que o veganismo é uma dieta com muitos benefícios para a saúde, mas alerta que nem todos podem ser veganos. “Do ponto de vista nutricional os benefícios do veganismo são os mesmos da dieta vegetariana, ausência do colesterol, ausência das gorduras trans, e de contrapartida tem a presença elevada de minerais, fibras e elementos antioxidantes, é um estilo alimentar bastante interessante, mas nem todo mundo pode se tornar vegano, algumas pessoas podem ter sérios problemas de saúde como mulheres grávidas, crianças, idosos, pacientes com doenças graves, precisam de um grande aporte de nutrientes para crescimento, desenvolvimento ou recuperação, o que a dieta vegana não contempla”.
Segundo Lorena, a dieta vegana fez ela se alimentar em maior quantidade. “Em relação à saúde eu não tive muitas mudanças, eu só aumentei a quantidade de comida que como normalmente pra me sentir saciada”.

Gastronomia vegana
A gastronomia tem buscado se adaptar às particularidades do veganismo. Muitos restaurantes já incluem opções veganas no cardápio. E quem se aventura na cozinha, pode ter uma grande opção de variedade de produtos veganos nas lojas do Grupo Mateus, desde produtos de hortifruti, castanhas e sementes.

“Não vejo falta de produtos veganos, pelo contrário, nos supermercados encontramos a base da alimentação vegana, que são frutas, verduras, leguminosas, arroz, feijão, farofa, grãos. Até produtos industrializados veganos eu acho com facilidade, mas tem que pesquisar pra saber quais as marcas são realmente veganas. Uma coisa que talvez pudesse melhorar bastante são os restaurantes, é difícil encontrar algum lugar com doces veganos, por isso investi na minha confeitaria vegana e comecei a comercializar doces veganos, mas acho que esse mercado ainda poderia crescer mais” avalia Lorena.

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