Conflito de gerações

"Cringe": entenda o conflito de gerações causado por nova gíria

Os jovens já não são tão jovens assim? Especialista explica como funciona o processo de identificação de uma nova geração

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(cringe)

São Luís - “O que é cringe?” Essa foi a pergunta que muitas pessoas da geração millenials (geração Y) fez nas últimas semana. O surgimento da nova gíria, que significa cafona, brega ou até mesmo ‘mico’, ganhou força nas redes sociais, depois de uma guerra silenciosa entre millenials e geração Z (que são os jovens mais novos). O caso mostra um cenário de conflito de gerações, quando uma faixa etária percebe que está ficando mais velha e que, aqueles que antes eram crianças, agora são os novos jovens criadores de gírias, tendências e que acham tudo o que a antiga geração fazia, brega. Ou melhor, cringe.

Segundo a psicóloga Fernanda Zeidan, a sociedade está cada vez mais veloz, o choque de gerações agora se dá entre os jovens e os muito jovens. Antes, era necessário certo espaço de tempo para colocar em campos opostos as nuances geracionais.

“Hoje, as distâncias são mais curtas e, por isso mesmo, as diferenças são mais sutis. Provavelmente, a palavra da moda será considerada ultrapassada em um piscar de olhos. Logo, o cringe vai virar cringe. Portanto, respeito e resiliência são os mecanismos de defesa do momento”, aconselha.

Ela acrescenta que existe um meio termo entre os adolescentes e os pertencentes à geração Y. Isso porque pessoas com mais ou menos 30 anos viveram nos dois momentos e por isso, têm a bagagem dos anos 90 e foram impactados pelas novas tecnologias. “Os choques geracionais começaram a ser documentados e estudados após o fim da II Guerra Mundial. A evolução da tecnologia, bem como, o maior acesso às redes por todas as gerações culmina nesse processo, por vezes, confuso e ao mesmo tempo esperado”, detalha a psicóloga.

A especialista aponta que o conflito acontece porque sempre existe uma sensação de conforto à época vivida. Usar a expressão “no meu tempo”, por exemplo, ainda traz este sentimento, mesmo que não tenha se passado tanto tempo assim, além de ser uma tendência individual, subjetiva àquilo que foi vivido à época relacionada. “É muito genérico pois há também muita gente que se identifica com aspectos de épocas distintas, independentemente da geração a qual pertence”, pontua.

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