Em semanas

Em breve, população de SL estará protegida em 1ª dose contra a covid

Previsão é que o fato ocorra nas próximas semanas e depende da chegada de novos imunizantes na capital; atualmente cerca de 84% da população já recebeu a vacina; no interior, vacinação também ocorre por meio dos arraiais

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

São Luís - No dia 28 do mês passado, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, afirmou que pelo menos 84% da população adulta da capital já recebera, pelo menos, a primeira dose de vacina contra o novo coronavírus. Segundo o gestor, com o avanço na capital, a população adulta vacinada deverá ser protegida em dose inicial nas próximas semanas. No entanto, é fundamental o recebimento de segunda dose da vacina.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Luís não informou quantas pessoas que perderam os prazos anteriores de chamada da vacinação ainda não receberam a primeira dose.

A vacinação na capital maranhense começou pontualmente no dia 19 de janeiro deste ano. Antes, no dia 18, o governo maranhense recebeu 164.240 doses de vacina produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Deste total, 26.572 doses de vacina CoronaVac permaneceram na capital, São Luís, para a aplicação imediata em primeira e segunda doses. Neste momento preliminar, logo, aproximadamente 13 mil pessoas na cidade foram imunizadas.

A primeira pessoa a ser vacinada, de forma oficial segundo a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), foi a técnica de enfermagem Domingas Ramos Alves, de 49 anos. Em ato simbólico realizado no dia que marcou o início oficial da imunização na cidade, no Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, com as presenças do prefeito de São Luís, Eduardo Braide e do secretário municipal de Saúde, Joel Nunes, ela e outros profissionais da unidade de saúde foram imunizados.

À época, assim como agora, os técnicos de saúde compunham o grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 na capital, com base em preconização e orientação técnica do Ministério da Saúde (MS).

Na mesma data, no período da tarde, a Prefeitura inaugurou o Centro Municipal de Vacinação (no bairro Cohafuma) que, na ocasião, ofertou imunizantes para públicos específicos. O local, aberto preliminarmente de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h, contava com 10 salas de vacinação e 22 vacinadores, com capacidade, de acordo com o Município, de aplicação de 200 doses contra a Covid-19 por hora e de atendimento de até 2 mil pessoas por dia.

Além dos trabalhadores da saúde e pessoas acima de 60 anos que viviam em instituições de longa permanência, pessoas da mesma faixa etária que não estavam abrigadas nestes locais também foram imunizadas.

A expectativa dos organizadores da campanha, à época, em todo o estado, era imunizar 1,75 milhão de pessoas, o que correspondia a 25% da população maranhense.

Após relativo avanço com o recebimento de doses de vacinas CoronaVac, a capital passou a ser contemplada com outros imunizantes. Após a AstraZeneca ser recebida, a campanha ganhou impulso.

Em maio, mais especificamente no dia 19 do referido mês, a Prefeitura de São Luís registrava 313 mil doses de imunizantes contra a doença aplicadas (considerando neste caso a soma de primeira e segunda doses). No período, haviam sido vacinadas – pelo menos com a dose inicial, os profissionais de saúde, os idosos a partir dos 60 anos de idade, incluindo àqueles em instituições de longa permanência, além dos acamados que ainda estão sendo vacinados, na atual etapa da campanha, em suas residências e outros públicos.

Algumas razões explicam esta ampliação da cobertura, dentre elas, a elevação na oferta de doses e indicação de novos pontos de vacinação na cidade. Conforme planejamento específico, pontos foram distribuídos em distritos no território ludovicense.

Além de locais, por exemplo, no campus Bacanga da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), também foram incluídos pontos na Cidade Operária (campus da Uema) e, por meio de parcerias público-privadas, stands para a aplicação de doses foram instalados no Ceuma Renascença, UNDB e, atualmente, no campus IFMA no Maracanã para a cobertura da população da Zona Rural da cidade também foi montado um Centro de Vacinação.

Em junho este ano, após no mês anterior o estado ter recebido aproximadamente 300 mil doses, sendo 220 mil para a capital maranhense, com o registro de uma nova cepa do vírus da Covid-19, a vacinação contra a doença ganhou impulso. No dia 12 do mês passado, São Luís tornou-se a primeira capital no país a vacinar pessoas com 29 anos ou mais.

O fato fora anunciado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino. Foram 41 horas ininterruptas de trabalho em estrutura montada no Shopping Pátio Norte, na estrada que dá acesso ao Município de São José de Ribamar.

Nove dias mais tarde, em entrevista ao canal CNN, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, citou que a capital alcançou a marca de 80% dos moradores com a primeira dose de algum imunizante. “Diferentemente de outras cidades, nós não utilizamos a nossa estrutura atual de saúde [para vacinar], nós montamos centros de vacinação independentes na capital e isso nos deu a possibilidade de vacinar mais de 22 mil pessoas por dia”, explicou Braide.

No dia 23 de junho deste mês, a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 – com base na preconização do Ministério da Saúde (MS), por meio de plano específico, foi concluído de forma oficial, mas com a necessidade de chamamento de retardatários. Antes da chamada dos retardatários, de acordo como Município, pouco mais de 700 mil doses de 725.021 até aquele momento recebidas pela Prefeitura de São Luís foram aplicadas.

Estou protegido quando tomar a segunda dose?
Essa pergunta é a mais recorrente quando o assunto é vacinação contra a Covid-19. Estudos preliminares, porém já válidos, apontam que a proteção contra o coronavírus ocorre somente entre duas e quatro semanas após a aplicação do imunizante complementar. Logo, infectologistas e especialistas em geral apontam que, quem tomou a primeira dose ainda não está imunizado e pode sim contrair o vírus, ainda que uma doença em cenário mais atenuante ou menos grave.

Especialistas apontam ainda que o efeito da vacina será pleno de fato somente um mês após o recebimento da dose. Dados científicos confirmam que em relação à eficácia para evitar infecção, temos: Pfizer (95%), AstraZeneca (78%), Janssen (72% nos Estados Unidos, 68% no Brasil e 64% na África do Sul) e Coronavac (50,4% de eficácia). Apesar dos dados, é preciso ter outros alertas.

“Entretanto, essas proporções não devem ser comparadas, porque essas vacinas foram testadas em países e em populações diferentes”, disse a infectologista Maria dos Remédios Castelo Branco a O Estado.

Por isso, é importante relatar casos de pessoas que, porventura, tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19 e, ainda assim, registraram casos da doença. De forma mais branda, esses pacientes conseguiram ou estão enfrentando o quadro da enfermidade com relativa segurança e sem maiores intercorrências.

Porém, em outros casos e por fatores terceiros, algumas pessoas vieram a contrair e a manifestar sintomas mais graves da doença e, posteriormente, falecera.

Foi o que aconteceu com a aposentada Idulina Diniz da Cunha, de 82 anos. Com quadro de disfunção renal e diabética, a aposentada deu entrada em uma unidade particular da capital maranhense no dia 28 de maio deste ano com quadro de insuficiência respiratória grave, após postergar por dias a entrada no hospital.

Diante do cenário praticamente inviável quanto à resposta positiva, a aposentada faleceu quatro dias mais tarde após ser intubada. Segundo a família, em abril deste ano, a aposentada tomou a segunda dose contra a Covid-19. É possível que, neste caso, as doenças já existentes no quadro clínico da paciente tenham agravado o quadro. No entanto, por ora, não há consenso entre uma aparente desproteção causada pela vacina e o falecimento da aposentada.

Outro exemplo de pessoa que tomou as duas doses e, ainda assim, registrou diagnostico que confirmou a presença do coronavírus no organismo foi o do terapeuta ocupacional Josenilson de Jesus Rodrigues Brandão. Vacinado contra a Covid-19 desde fevereiro deste ano, por ser profissional de saúde e, logo, por ter prioridade na vacinação, o terapeuta disse que está ainda acometido com a doença.

“Apresentei os primeiros quadros da doença desde o dia 24 do mês passado. Estou ainda com sintomas leves e não tive problemas maiores”, afirmou.

Por enquanto, o profissional afirma que não teve qualquer sequela. “Sem qualquer sintoma grave, ou mesmo insuficiência respiratória aguda. Após a vacina, permaneci com minhas tarefas, trabalhando em setores em um hospital onde estou lotado trabalhando com pacientes da Covid-19. Portanto, era mais do que natural estar exposto e já sabia dos riscos, ainda que com um quadro de doença menos grave”, disse o terapeuta.

Opinião de especialista
Para a infectologista Maria dos Remédios Castelo Branco, este tipo de caso, ou seja, de pessoa que se vacinou e – ainda assim – adquiriu a doença é esperado.

“Nenhuma vacina é capaz de proteger 100% das pessoas vacinadas. Além disso, a vacinação é uma proteção coletiva, quanto mais pessoas vacinadas, menos o SARS-COV-2 circula, consequentemente menor a chance de cada pessoa entrar em contato com o coronavírus e se contaminar”, disse.

SAIBA MAIS

Doses de esperança!

O Estado acompanhou uma tarde de vacinação no Instituto Federal do Maranhão (IFMA) – Campus Maracanã. O ponto foi recentemente incluindo na campanha de vacinação contra a Covid-19 na capital para contemplar, de forma ainda mais abrangente, a zona rural da capital.

Morador do bairro Maracanã, o auxiliar de Serviços Gerais, Diógenes Ferreira, disse que a vacina contra a Covid-19 representa um alívio. “Para mim, é uma esperança de dias melhores. Tive familiares com a doença e eu mesmo a tive. Espero agora ficar mais seguro”, disse após receber uma vacina Pfizer.

A costureira Maria José Silva, também moradora do bairro Maracanã, disse que mesmo após as medidas permanecerá usando máscara. “Além disso, vou usar ainda mais álcool em gel nas mãos”, disse.

FIQUE ATENTO

E no fim de semana? Terá vacina na capital?

De acordo com a Prefeitura de São Luís e até o fechamento desta edição, com base nas redes sociais oficiais, o calendário de segunda dose será priorizado neste sábado, 3, e domingo, 4. Apenas o Centro Municipal de Vacinação do Sebrae, no Cohafuma – na Avenida Jerônimo de Albuquerque – estará disponível das 8h às 18h. O Município reforça que somente quem tem a segunda dose prevista para um destes dias deve se deslocar ao ponto específico disponível.

A Prefeitura de São Luís informa ainda que “assim que novas doses forem recebidas, será anunciado novo calendário para quem perdeu a data da vacina”. A expectativa é pela queda na idade a ser anunciada no chamamento em segunda ocasião. Até quinta-feira, dia 1º de julho, pessoas entre 34 e 39 anos foram imunizadas. Antes, outras faixas etárias foram contempladas. Segundo o Município, a expectativa é pela chegada de imunizantes a partir de segunda-feira, dia 5 de julho. De acordo com os últimos dados atualizados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Maranhão registra, até a última remessa, 3.974.200 doses recebidas, sendo 1.304.540 doses da CoronaVac, 2.319.850 doses da AstraZeneca, 307.710 doses da Pfizer e 42.100 doses da Janssen.

Nova flexibilização de medidas do governo

Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira, 2, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), anunciou medidas que flexibilizam as ações de restrição social contra a pandemia da Covid-19. Dentre elas, o aumento na capacidade máxima de eventos fechados (de 100 para 150 pessoas), elevação do horário máximo de promoção de eventos (até meia-noite) e outras ações. Além destas, a capacidade máxima em igrejas e outros templos também aumentou (de 50 para 70%). Nos supermercados, ainda segundo o governo, a capacidade máxima também será estendida, de 50% para 70%. O governador também anunciou retomada da vacinação a partir da próxima segunda-feira, dia 5 de julho, em segunda dose. Na capital, o drive-thru do São Luís Shopping e o Cintra estarão disponíveis de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h e das 8h ao meio-dia. Em Imperatriz e em outros municípios, também serão aplicadas doses complementares.

O governador voltou a citar ainda a importância do uso de máscaras e outras dicas, mesmo com o recebimento das doses. “É importante seguir com as medidas de proteção, ainda que com a proteção sanitária a partir dos imunizantes”, disse Flávio Dino.

CRONOLOGIA DA VACINAÇÃO (ALGUNS FATOS MARCANTES)

19 de janeiro de 2021

A primeira pessoa vacinada foi a técnica de enfermagem Domingas Ramos Alves, de 49 anos. O Centro Municipal de Vacinação funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Caso haja uma alta demanda, o horário de funcionamento poderá ser estendido para os fins de semana. O local conta com 10 salas de vacinação e 22 vacinadores, sendo possível aplicar até 200 doses de vacina por hora e atender até 2 mil pessoas por dia.

19 de maio de 2021

Na capital, a Prefeitura já aplicou mais de 313 mil doses do imunizante, somadas a primeira e a segunda doses (até a terça-feira, 17).

24 de maio de 2021

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – com o registro de uma nova cepa indiana na capital maranhense, anunciou que o Maranhão receberia, aproximadamente, 300 mil novas doses de vacinas contra a Covid-19, 5% a mais do que estava previsto inicialmente pelo Plano Nacional de Imunização. Todas as doses serão destinadas para a Grande Ilha de São Luís.

12 de junho de 2021

São Luís é 1ª capital a vacinar pessoas com 29 anos ou mais. Até o domingo (13), foi feito um mutirão para acelerar o ritmo da vacinação, conforme anunciou em redes sociais o governador do Maranhão, Flávio Dino.

23 de junho de 2021

Em entrevista à CNN, o prefeito de São Luís (MA), Eduardo Braide (Podemos), explicou como a cidade conseguiu chegar à marca de 600 mil pessoas acima de 18 anos que receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus.

28 de junho de 2021

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, afirmou que pelo menos 84% da população adulta da capital já recebera, pelo menos, a primeira dose de vacina contra o novo coronavírus.

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