Defesa

Senador maranhense quer criação do voto impresso auditável

Roberto Rocha (sem partido) saiu em defesa da proposta abraçada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e que já foi rejeitada por ministro do STF

Ronaldo Rocha/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Roberto Rocha, por ser aliado do presidente Jair Bolsonaro, defende nas redes sociais o voto impresso auditável
Roberto Rocha, por ser aliado do presidente Jair Bolsonaro, defende nas redes sociais o voto impresso auditável (Roberto Rocha)

O senador Roberto Rocha (sem partido), deu início a uma campanha de conscientização, em seu perfil em rede social, sobre o que representa a instituição do voto impresso auditável para as eleições de 2022.

Rocha questionou a motivação das pessoas que até o momento se colocam contra o voto impresso e mostrou numa peça publicitária institucional, como funcionaria o modelo, paralelo ao voto eletrônico na urna - em vigor há 25 anos no país.

“Por que ser contra? Alguns - ou muitos -, não sabem exatamente como é o projeto. Ninguém poderá tocar no voto impresso, muito menos sair com ele na mão. Então, por que ser contra?”, questionou.

Numa animação publicada em seu perfil no instagram, com um boneco que faz alusão à imagem do próprio senador-, Roberto explica o passo a passo a respeito do funcionamento do voto auditável.

No modelo proposto, primeiro o eleitor vota normalmente na urna eletrônica. Logo em seguida, uma impressora protegida por vidro imprime o voto, sem que ninguém consiga tocar no papel.

Num terceiro passo, o eleitor confere o voto apresentado pela impressora e após a confirmação, o documento é encaminhado para uma urna lacrada.

Bolsonaro

O projeto do voto impresso auditável tem sido defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro e os seus principais aliados no Congresso Nacional.

No início do mês de janeiro, logo após a invasão de eleitores americanos no Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, Bolsonaro aproveitou para fazer uma relação com o processo de segurança eleitoral no Brasil.

Ele disse que problema semelhante poderá ocorrer no país em 2022, quando disputará a reeleição para o cargo.

"Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse o presidente a apoiadores, no dia 7 daquele mês.

O tema tem provocado divergência entre governistas e membros da oposição no Congresso Nacional. A oposição tem apontado para a possibilidade de fraudes, com o voto impresso. Já a base governista defende maior eficácia da segurança eleitoral com o projeto.

Barroso já se manifestou contrário à proposta

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, já se manifestou contrário à proposta da instituição do voto impresso auditável no país.

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada no fim do mês de maio, o ministro descartou a necessidade de voto impresso na eleição de 2022. Na opinião do ministro, um dos grandes perigos da reintrodução do voto impresso no Brasil é a enorme judicialização dos resultados, ou seja, as eleições passariam a ser disputadas também nos tribunais, além das urnas.

"Em 2020, tivemos mais de 400 mil candidatos. Se uma pequena fração pedir recontagem, fazer conferência de votos e contratar advogados para garimpar nulidades, vamos ter centenas ou milhares de processos contestando os resultados. Nos Estados Unidos, onde é caríssimo ir ao Judiciário, Trump propôs mais de 50 ações. Nenhum juiz aceitou interferir. Não tenho certeza de que o mesmo se passaria aqui", disse Barroso.

Urna eletrônica

Na visão do ministro, a principal razão para tanta desconfiança com a urna eletrônica é o desconhecimento sobre como o sistema é "seguro, transparente e auditável".

Ele disse que há, atualmente, dois mecanismos de conferência dos votos e que desde a introdução do mecanismo, em 1996, nunca houve qualquer denúncia de fraude documentada e comprovada.

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