CPI da Pandemia

Dominguetti sustenta denúncia de propina na compra de Covaxin

Policial militar Luiz Paulo Dominguetti diz ser representante do laboratório e garante ter recebido pedido de propina para compra pelo MS da vacina

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
CPI da Pandemia ouviu PM Dominguetti que denunciou propina em compra de vacina
CPI da Pandemia ouviu PM Dominguetti que denunciou propina em compra de vacina (CPI da Pandemia)

A pós quase sete horas de inquirição na CPI da Covid, o policial militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentou como representante da empresa Davati Medical Supply, reafirmou a denúncia sobre pedido de propina de um diretor do Ministério da Saúde, teve o celular apreendido e foi acusado por senadores de ser uma "testemunha plantada".

O policial militar foi chamado a depor à comissão parlamentar de inquérito após ter concedido entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", publicada nesta terça, 29, na qual disse que em fevereiro deste ano o então diretor de Logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de US$ 1 por dose de vacina que seria adquirida pelo Ministério da Saúde. Conforme a reportagem, a negociação envolvia 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

Dominguetti disse à CPI que o pedido de propina partiu "exclusivamente" do então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. O policial afirmou ainda que foi solicitado o pagamento de US$ 1 por dose.

"Era US$ 1 por dose. US$ 3,50, excelência, a primeira proposta. A Davati estava ofertando ao Ministério da Saúde 400 milhões de doses", afirmou.

Nega

Roberto Dias nega ter feito pedido de propina e vê interesses de "terceiros" na denúncia.

"É importante frisar que ao contrário do que é alegado pelo Dominguetti, o tema propina, pedido de dinheiro, facilitação... NUNCA foi tratado a mesa ou em qualquer outro ambiente em que eu estive presente", disse em nota.

Dominguetti relatou que o contrato não foi celebrado por ser "imoral" e porque seria difícil incluir o dólar extra no contrato e nas notas fiscais.

"Então, por isso que não tem como eu chegar e aceitar qualquer coisa, embora seja imoral também. Mas [não poderia] aceitar qualquer coisa, porque eu teria que tirar do meu bolso para pagar, porque se lá [na oferta] não sai esse valor, como é que eu ia colocar um dólar aqui? Quem ia pagar essa nota, onde eu ia arrumar uma nota para isso? Não existia", prosseguiu.

Durante a sessão, o policial militar apresentou um áudio à comissão que seria supostamente do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e teve o celular apreendido. Miranda foi o deputado que, junto com o irmão dele, denunciou suspeita de corrupção no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin.

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