Imunização

Vacinação ajudou a reduzir número de casos de covid entre quilombolas

Município de Peritoró (MA) realizou estratégias diferenciadas nas comunidades quilombolas para vacinar contra a doença

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Quilombolas)

Brasília - A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da microrregião quilombola de Codó, que possui quase 10 mil pessoas e está distribuída por cinco municípios do Maranhão: Codó, Peritoró, Coroatá, Alto Alegre do Maranhão e Capinzal do Norte. Destas cidades, uma das que concentra a maior parte dessa população é o município de Peritoró, com mais de mil quilombolas.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”

Pela região de Codó, a vacinação das comunidades quilombolas está bastante acelerada, sendo que, até o momento, de acordo com os dados da Secretaria de Saúde Municipal, mais de 98% das pessoas já foram vacinadas. Segundo os dados do Ministério da Saúde, até o fechamento desta reportagem, 105.773 quilombolas tomaram a primeira dose da vacina e 26.374 receberam a dose reforço do imunizante, no estado do Maranhão.

Segundo Valdeson Rodrigues Carvalho, secretário de Saúde de Peritoró, esse resultado positivo se deve ao trabalho empenhado por parte dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na busca ativa pelas comunidades quilombolas mais distantes da zona urbana. “Esse trabalho garantiu a imunização de grande parte das pessoas com mais de 18 anos dessa população em diversos povoados. Felizmente, não tivemos dificuldades em alcançar essas pessoas para realizar a vacinação”, ressaltou o secretário.

O trabalho de vacinação das comunidades quilombolas está sendo realizado de maneira estratégica. Algumas ações específicas foram desenvolvidas para facilitar a aceitação da vacina contra a Covid-19, explicou o secretário. “Fizemos uma ação específica para os quilombolas, tirando um dia para atingir cada uma dessas áreas, fizemos gravação de mídia para chamar a população e a busca ativa pelas comunidades. Além disso, selecionamos equipes técnicas específicas de vacinadores e anotadores para atuar na busca ativa da população quilombola. Graças a Deus, com a vacinação, temos diminuído bastante os casos positivos da Covid-19”, destacou.

Arthur Damaceno Barro é popularmente conhecido como Neto Barro, uma das lideranças quilombolas na região e, também, superintendente de Igualdade Racial no Município de Peritoró. De acordo com ele, o esforço das equipes de saúde garantiu que quase todos os quilombolas pudessem ser vacinados com, pelos menos, a primeira dose do imunizante.

“Tem sido um trabalho incansável dessas equipes para garantir que as pessoas nos quilombos pudessem ficar protegidas contra a Covid-19. Em muitas comunidades de acesso mais difícil, as pessoas se emocionaram tanto com essa dedicação que gravaram um vídeo de homenagem em agradecimento”, comentou Barro.

Proteja-se
Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança: use de máscara de pano, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações.

Os quilombolas são prioridades no calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. Apesar do alto índice de pessoas vacinadas contra a Covid-19, em alguns quilombos existem pessoas que estão com receio de serem vacinadas e acabam influenciando outros moradores a não aceitarem a proteção. Por isso, Neto Barro faz um chamamento àqueles quilombolas que ainda estão com dúvidas sobre os benefícios da vacinação.

“Eu quero convidar todos aqueles quilombolas que ainda não tomaram a primeira dose da vacina porque ela é muito importante nessa época de pandemia. É preciso conscientizar essas pessoas, pois a maioria são homens que têm filhos e esposas, e saem para ir até a cidade onde podem pegar a doença e depois voltar para casa e transmitir a doença para a família”, clamou o líder comunitário.


Número de quilombolas vacinados com as duas doses na região do Codó:

Codó: 1.813
Peritoró: 537
Coroatá: 55
Alto Alegre do Maranhão: 0
Capinzal do Norte: 745


SAIBA MAIS

Vacinação no Maranhão

De acordo com a Secretaria de Saúde do Maranhão, o estado recebeu do Ministério da Saúde 3.479.700 doses da vacina contra a Covid-19. Desse número, 132.147 foram aplicadas na população quilombola. A vacina é segura e uma das principais formas de combater a pandemia no novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Proteja-se. Juntos podemos salvar vidas! Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude.

Serviço

Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal saude.gov.br/coronavirus ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.



Fonte: Brasil 61

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