Vacina russa

Governo muda posição e Sputnik V está sem previsão no MA

Após afirmar que o cronograma de recebimento de doses do imunizante previa entregas a paritr de julho, Estado recua e diz que agora não há data; vacina russa recebeu autorização para teste de eficácia

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(sputnik V)

SÃO LUÍS - Após informar a O Estado que os primeiros carregamentos das vacinas Sputnik V liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Maranhão seriam recebidos no próximo mês de julho, o governo maranhense recuou na posição e informa que, até o fechamento desta edição, não há previsão para a chegada das vacinas russas contra a Covid-19.

O governo não informou ainda se o planejamento, elaborado em março deste ano com a assinatura pelo governador Flávio Dino PSB) do contrato, via Consórcio Nordeste, com o Fundo Soberano Russo, está mantido.

Procurado, o Consórcio Nordeste, responsável pela negociação com o governo russo para a compra de doses aos seus componentes, incluindo o Maranhão, não se manifestou sobre o assunto. No dia 15 deste mês, o governo maranhense confirmou que, na data, o “calendário de entrega das doses” ainda seria formulado.

A ausência de previsão, pelo governo maranhense, quanto à entrega do imunizante vai na contramão dos próprios aliados do governador Flávio Dino (PSB) que, antes da liberação – com restrições – pela Anvisa do uso do imunizante russo contra o coronavírus, eram favoráveis à importação imediata das doses.

O próprio governador Flávio Dino, em aparições nacionais, era um defensor da tese. No entanto, nas últimas semanas, o gestor preferiu se calar sobre o assunto. Nos bastidores, o que se comenta é que o governo ainda tem interesse nas doses, mas quer corrigir possíveis dúvidas quanto à eficácia das vacinas, para evitar quaisquer problemas quanto a contraindicações.

Também procurado, o secretário estadual de Saúde (SES), Carlos Lula, preferiu não se posicionar. No fim de abril, após pedido dos governadores – incluindo o do Maranhão – a Anvisa (após manifestação do Supremo Tribunal Federal que, via Procuradoria Geral do Estado do Maranhão, foi suscitada para definir uma data de parecer do órgão) negou o uso do imunizante, sob o argumento de que faltavam “documentos comprobatórios” que chancelassem a eficácia das vacinas.

Posteriormente, após envio de alguns documentos requeridos, a Anvisa voltou a emitir parecer técnico e liberou o uso da vacina para o Maranhão e outros estados. Ao território maranhense, de acordo com a Anvisa, apenas 141 mil doses poderão ser importadas. No fim de abril deste ano, antes da Anvisa liberar o imunizante com restrições, o governador Flávio Dino – em entrevista coletiva transmitida virtualmente - disse que as doses “para o Maranhão” estavam separadas. Ele temia a perda dos lotes para outros concorrentes.

O Consórcio Brasil Central – outro grupo de estados que demonstrou interesse na vacina Sputnik V e que também conta com o Maranhão – recuou e não deverá comprar, a curto prazo, qualquer lote.
Já a União Química, procurada por O Estado e que solicitou a autorização à Anvisa para a fabricação dos imunizantes Sputnik V no território brasileiro disse que, por enquanto, aguarda pela resposta oficial do pedido.

Outros estados - Estados como o Ceará, que também tem interesse na compra da Sputnik V, informaram que lotes do imunizante são esperados na semana que vem. No entanto, até o momento, o governo cearense não cita o quantitativo de doses a ser recebido. l

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