Jeito brasileiro

Estudo identifica cinco categorias de viajantes de ônibus no país

Também revela impacto da pandemia nos passageiros; Covid-19 motivou, em média, 30% dos comentários mensalmente, em redes sociais

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(ônibus / viagem)

Caxias do Sul - No interior ou nas capitais, o ônibus é o meio de transporte mais difundido. É possível chegar de ônibus à maioria dos 5.570 municípios do país. Portanto, um estudo da Marcopolo, realizado pela Orbit DataScience, acaba de identificar cinco categorias de viajantes de ônibus brasileiros, bem como o impacto da pandemia de Covid-19 na vida destes passageiros.

O projeto Marcopolo - Estudo de Hábitos de Consumo revela que, mesmo com as preocupações sanitárias, as viagens de ônibus são as preferidas: 64% dos comentários que comparam ônibus e avião, dizem preferir viajar via terrestre. E são recorrentes as manifestações de saudades de pegar a estrada por este meio de transporte, segundo o levantamento.

Com uma base inicial de quase 9 mil comentários, a análise levou em conta uma amostra de 1.810 comentários realizados nas principais redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) a respeito de viagens intermunicipais de ônibus, de janeiro e setembro de 2020. Esses comentários foram classificados em 2.395 opiniões, sendo 1006 positivas, 784 negativas e 605 referentes às questões sanitárias.

A partir destas informações, o levantamento identificou os seguintes clusters (grupos) de opiniões dos passageiros:

Reflexivos - Compõem o principal cluster de opiniões positivas sobre viajar de ônibus. Estas opiniões mencionam, sobretudo, o gosto por olhar pela janela e refletir durante a viagem, muitas vezes associando o hábito ao consumo de músicas ou vídeos no percurso. Nas categorias também criadas pelo estudo como "Quero viajar de ônibus" e "Tenho saudades de viajar de ônibus", os passageiros reflexivos são os mais saudosistas. Correspondem ao principal cluster positivo do estudo.

Executivos - São passageiros que gostam de viajar de ônibus, mas apreciam muito mais a produtividade do que a introspecção. Este cluster é expressivamente menor que o dos "Reflexivos", mas se une em torno do gosto de viajar de ônibus por características como as tomadas nos assentos, o WIFI e as cabines executivas e leitos.

Inseguros - Trata-se do principal cluster de comentários negativos sobre viajar de ônibus. As opiniões abordam o medo da viagem relatado pelos passageiros, muitas vezes relacionado ao incômodo gerado por outros passageiros. A análise identificou ainda que o medo de viajar "sozinha" foi mencionado 10 vezes mais do que o medo de viajar "sozinho", indicando, a partir do gênero do adjetivo, a predominância de mulheres neste cluster. Os comentários "tenho medo de assédio em ônibus" foram mencionados quatro vezes mais do que "tenho medo de assalto em ônibus".

Desconfortáveis - É formado por comentários de passageiros que relatam cansaço, desconforto e enjôo durante suas viagens. Este cluster tem como principal órbita a opinião "É ruim viajar muitas horas de ônibus", demonstrando que o tempo das viagens é o principal motivo das reclamações, seguida mais distantemente pelos comentários de que os assentos são desconfortáveis.

Exigentes (Covid) - Este grupo é formado por comentários emitidos por pessoas que participaram pontualmente da discussão sanitária envolvendo as empresas de ônibus durante a pandemia, ainda que estas pessoas não cultivem o hábito de falar sobre viagens rodoviárias em outros momentos em suas redes sociais. Envolvem opiniões sobre a necessidade do uso da máscara ou sobre protocolos de biossegurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

"O estudo revela que as viagens rodoviárias seguem prioritárias na vida dos brasileiros, pela conveniência, custo e facilidade de acesso às cidades de todo o país, em comparação com os demais meios de transporte. Este é o jeito brasileiro de viajar. Essa análise nos mostra também que temos desafios a vencer, como a questão da insegurança, por exemplo, que requer iniciativas de diversas frentes. O objetivo do estudo é justamente termos insights que nos levem a aprimorar cada vez mais a mobilidade no Brasil", afirma Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais MI e Marketing da Marcopolo.

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