São Luís - Um total de 1.292 policiais civis e militares foram afastados das funções em algum momento durante o período pandêmico, pelo fato de terem contraído o novo coronavírus no Maranhão. Pelo menos, 13 morreram em decorrência das complicações da enfermidade. Os dados fazem parte do levantamento mais recente do Monitor da Violência, feito em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Somente na corporação da Polícia Militar, mais de 800 policiais foram afastados de suas atividades devido a complicações causadas pela Covid-19, com nove óbitos. Um percentual de 7,33% da tropa já teve contato com o vírus. Na Polícia Civil, 487 profissionais tiveram de sair temporariamente de seus postos por causa da doença. Este quantitativo corresponde a 22,6% do efetivo total da corporação em todo o estado.
No decorrer deste mês, dois policiais militares morreram em consequência da Covid-19. Um deles foi o subtenente Edvaldo Pereira da Silva. Ele já estava no quadro da reserva renumerada e morreu no último dia 17. Outra vítima foi o soldado Kleydson Matos Costa. Ele morreu no dia 11 deste mês e servia no Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), senod que estava há seis anos na tropa.
No mês passado houve o falecimento de dois delegados da Polícia Civil, sendo uma das vítimas Joelson da Silva Carvalho, de 56 anos. Ele foi delegado de Codó e no momento era titular de uma das delegacias da cidade de Timon. Outro delegado foi José Luís Barros, de 68 anos, que já estava aposentado.
Mais baixas
Também no decorrer deste ano houve o registro de outras baixas de profissionais da área de segurança pública no Maranhão em decorrência da Covid-19. O subtenente da Polícia Militar, Dutra, em Abril; ainda neste mês, veio a falecer o investigador da Polícia Civil, Hélio de Jesus Morais, o Helinho. Ele era lotado no 2º Distrito Policial, localizado no João Paulo.
No mês de janeiro, o delegado Antônio Carlos Martins também faleceu por complicações do novo coronavírus. Ele era paulista de São José do Rio Preto, tinha 49 anos e atuava no serviço de inteligência da Polícia Civil.
Além do delegado Antônio Martins, em março morreu o militar do Corpo de Bombeiros, Raimundo Nonato Cunha, de 44 anos, também devido a complicações do coronavírus. Ele era tenente e ficou internado por mais de três semanas em um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, na capital. Também neste mês, morreu o tenente-coronel da Polícia Militar Adelman Brito Barbosa, de 53 anos. Ele estava há mais de 30 anos na corporação militar.
O sargento Júlio Jorge Castro, de 50 anos, foi um dos primeiros profissionais da área de segurança que morreu em consequência da Covid-19. Ele faleceu em maio do ano passado, na capital. Júlio Castro ingressou na corporação no ano de 1993 e estava lotado no 7º Batalhão da Polícia Militar, sediado na cidade de Pindaré-Mirim.
Tropa imunizada
Os profissionais da área de segurança púbica e salvamento do Maranhão começaram a ser imunizados contra o novo coronavírus no dia 5 de março deste ano. Um total de 2.540 doses da vacina contra a Covid-19 foram destinadas para esse público em todo o estado.
Somente na capital, foram disponibilizados quatro postos de vacinação para profissionais da segurança e salvamento. Um deles era localizado no estacionamento do São Luís Shopping, no Jaracati, destinado apenas a policiais militares, civis, bombeiros e agentes penitenciários.
Já, a Prefeitura de São Luís disponibilizou o Centro Municipal de Vacinação, no Sebrae, o drive- thru do Espaço Reserva, ao lado do Shopping da Ilha, e o drive-thru da Universidade Federal para a imunização de policiais federais, rodoviários federais e guardas municipais.
O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para saber informações sobre o impacto da pandemia para a rotina policial e as medidas adotadas para evitar a proliferação dessa doença na corporação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
SAIBA MAIS
De acordo com o Monitor da Violência, todas as unidades de segurança pública da federação tiveram ao menos um policial morto em consequência da Covid-19 no ano passado. O levantamento foi feito com base nas informações coletadas nas assessorias de imprensa das corporações e por meio da Lei de Acesso à Informação.
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